Com tombamento publicado no Diário Oficial, Shopping Popular não pode ser construído no terreno do Palácio Episcopal de Petrolina

Nenhuma intervenção poderá ser realizada no imóvel. (Foto: Internet)

Na edição desta quarta-feira (30) do Diário Oficial de Pernambuco a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (FUNDARPE) publicou o decreto do processo de tombamento do Palácio Episcopal de Petrolina.

Com a publicação uma medida cautelar emergencial, proíbe qualquer construção no terreno do Palácio. O decreto reconhece o valor histórico e arquitetônico do local.

O decreto encerra o impasse sobre a construção de um Shopping Popular no local.

“A partir da abertura do processo administrativo de tombamento, fica assegurado a este patrimônio as mesmas prerrogativas de preservação de bem tombado”, diz o decreto.

O decreto encerra o impasse sobre a construção de um Shopping Popular no local.

Governo tombará o Palácio Episcopal da Diocese de Petrolina

Com o início do processo, nenhuma intervenção pode ser realizada no imóvel.
(Foto: Internet)

A polêmica envolvendo o Palácio Episcopal da Diocese de Petrolina e o Shopping popular, ganhou um novo capítulo, com a possibilidade de o local ser tombado. O processo foi iniciado na última quinta-feira (24), e nenhuma intervenção pode ser realizada no imóvel.

A Secretaria de Cultura do Estado encaminhou à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fudarpe) a autorização para início do processo de tombamento do Palácio Episcopal da Diocese de Petrolina. Com isso, fica proibida que seja feita qualquer alteração na estrutura arquitetônica do edifício. O deputado estadual Lucas Ramos (PSB) atuou junto ao secretário da pasta, Marcelino Granja, para que o processo fosse aberto antes do início da execução do empreendimento comercial.

“O Palácio Diocesano representa muito para Petrolina e é nosso dever preservar todos os aspectos do patrimônio histórico da nossa cidade. Trabalhamos em sintonia com o secretário e ficamos felizes em ter nosso pleito atendido com tanta celeridade”, declarou o deputado Lucas Ramos.

“Não me interessa o desejo da igreja”, disse Ronaldo Souza sobre projeto de Shopping Popular em área do Palácio Episcopal

Ronaldo afirmou que há leis que proíbem construções no entorno do Palácio Episcopal. (Foto: Blog Waldiney Passos)

Sem papas na língua, o vereador Ronaldo Souza (PTB) criticou, durante a sessão ordinária na Câmara Municipal, nesta quinta-feira (24), o andamento do processo que envolve a construção de um Shopping Popular nas redondezas do Palácio Episcopal em Petrolina.

De acordo com o parlamentar, a lei orgânica do município afirma que o Palácio Episcopal foi tombado pelo Poder Executivo, o que proibiria a construção no local, e que como legislador, apenas fará a lei ser cumprida.

“Não me interessa o desejo da igreja. Eu sou legislador e quero cumprir a lei. A lei orgânica diz que o Palácio Episcopal é histórico e não adianta dizer que não está registrado na Fundarpe. A carta magna do município de Petrolina é a lei orgânica. E eu peço respeito à lei e a mim que sou legislador. O patrimônio da igreja está sendo vendido. E eu estou procurando uma relação das áreas doadas pelo município para a igreja. Eu estou aqui para fazer e cumprir as leis”, disse.

Ronaldo disse ainda que o local será transformado em um camelódromo, caso o projeto avance e que não entraria em conflitos internos da Igreja Católica. “Nós vamos transformar um patrimônio histórico de Petrolina em um camelódromo, em um Shopping popular, tem tantas áreas. Se a igreja tem dificuldades, esclareça para a sociedade de Petrolina. Mas eu não vou entrar em conflitos da igreja, o que eu quero é proteção do patrimônio histórico”.

“A exposição dos assuntos eclesiais causa profundo mal-estar”, afirma Padre Malan após confusão sobre Palácio Episcopal

(Foto: Internet)

Após a confusão sobre os projetos para construção de um Shopping Popular ao lado do Palácio Episcopal, o administrador diocesano Padre Antônio Malan de Carvalho decidiu emitir uma nota para esclarecer os fatos.

De acordo com o Padre, “A exposição dos assuntos eclesiais e administrativos da Diocese, como foi feita, causa profundo mal-estar em todo o corpo eclesial da Diocese”.

Confira a íntegra da nota

Aos estimados irmãos e irmãs da Diocese de Petrolina

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8, 32).

Diante das recentes publicações de D. Paulo Cardoso, sobretudo nas redes sociais, somos obrigados a nos pronunciar, não sem um grande constrangimento, por tratar-se de um bispo da nossa Mãe Igreja. Mesmo sendo bispo emérito, sempre tivemos por D. Paulo todo respeito e atenção. Ocorre que um bispo, por ofício, por amor e vocação tem o dever de zelar, em qualquer circunstância, pela unidade da Igreja. Não é razoável, nem cristão, sequer sugerir, quanto mais favorecer e/ou alimentar divisões na Igreja de Jesus Cristo que, afinal, pediu em oração: “para que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti” (Jo 17, 21).

A exposição dos assuntos eclesiais e administrativos da Diocese, como foi feita, causa profundo mal-estar em todo o corpo eclesial da Diocese. Repito: é constrangedor e dói profundamente na nossa alma cristã e católica, admitir publicamente que ficamos perplexos e decepcionados com as publicações recentes, até porque, como bispo diocesano durante 27 anos, D. Paulo sempre mereceu do seu presbitério amor, respeito e colaboração, como deve ser, entre o Bispo e o seu clero.

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