Greve dos Caminhoneiros tira Pedro Parente da presidência da Petrobras

Pedro Parente, ex-presidente da Petrobras. (Foto: José Cruz / Agência Brasil)

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, pediu demissão do cargo na manhã desta sexta-feira (1º). O anúncio ocorreu depois de uma reunião, na manhã de hoje, com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto, após a greve de caminhoneiros que causou uma crise de abastecimento no país por 11 dias em protestos contra a política de preços dos combustíveis da estatal.

A informação foi comunicada em nota pela Petrobras a investidores.  Segundo a companhia, o Conselho de Administração da Petrobras irá examinar a nomeação de um CEO interino ao longo desta sexta-feira, mas a “composição dos demais membros da diretoria executiva da companhia não sofrerá qualquer alteração”.

Parente assumiu o cargo no início do governo Michel Temer e tinha alta aprovação, mas passou a ser bastante questionado durante a greve dos caminhoneiros por conta da política de preços variáveis. Após a notícia da demissão, a cotação do dólar disparou e a negociação das ações da Petrobras na Bolsa de São Paulo foi suspensa.

Confira a íntegra da nota divulgada pela Petrobras:

“Rio de Janeiro, 1º de junho de 2018 – Petróleo Brasileiro S.A – A Petrobras informa que o senhor Pedro Parente pediu demissão do cargo de presidente da empresa na manhã de hoje. A nomeação de um CEO interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras ao longo do dia de hoje. A composição dos demais membros da diretoria executiva da companhia não sofrerá qualquer alteração.

Fatos considerados relevantes serão prontamente comunicados ao mercado.”

“Privatização da Petrobras não está madura para ser discutida”, diz Parente

O tom duro do discurso de Pedro Parente, na quinta-feira, na Petrobras, causou revolta entre petroleiros e sindicatos da categoria/Foto: internet

O tom duro do discurso de Pedro Parente, na quinta-feira, na Petrobras, causou revolta entre petroleiros e sindicatos da categoria/Foto: internet

Apontado por centrais sindicais como “ultra liberal” e “privatista”, o novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou nesta sexta-feira (3) que a privatização da estatal “não está madura” para ser discutida com a sociedade. Segundo o executivo, em entrevista a uma rádio gaúcha, a decisão sobre uma eventual privatização da petroleira caberia ao acionista controlador, a União, mas disse que o tema não foi abordado em conversa com o presidente Michel Temer.

“Não vim para cuidar de privatização da Petrobras. Não é este o meu mandato. Não vou perder tempo com essa questão, porque não está madura para uma discussão na sociedade”, afirmou o executivo na entrevista, veiculada nesta manhã. “Esse tema não se coloca para nós. Isso é uma decisão de acionista controlador. Eu não vejo essa discussão acontecendo no governo e não foi parte da conversa do presidente Temer comigo”, completou.

Parente disse que sua missão à frente da petroleira é “resgatar” a companhia. Segundo ele, sua prioridade é a recuperação financeira da empresa, com a redução do endividamento. Para tanto, ele voltou a descartar uma capitalização da estatal pelo governo, opção apontada por analistas de mercado como necessária nos próximos dois anos.

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