Vaqueiro de 19 anos morre afogado durante “pega de boi” em Serrita

Jovem tinha apenas 19 anos.

Na tarde desse domingo (13), um vaqueiro de 19 anos morreu durante uma pega de boi no Sítio Barreiro, na zona rural de Serrita (PE). Segundo informações da Polícia Militar, Daniel Lopes de Araújo estava correndo atrás de um boi, quando caiu em um açude e se afogou.

A polícia esteve no local e confirmou a causa da morte com os familiares da vítima. Daniel morava em Salgueiro e era estudante do 3º ano do ensino médio.

Alepe poderá criar regras para pega de boi no mato em Pernambuco

Pega de boi 1

A tradicional cultura dos vaqueiros por meio da pega de boi no mato no sertão, pode ter regras definidas pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), com o objetivo de que os animais não passem mais por maus-tratos. A ideia está em um projeto de Lei do deputado Rodrigo Novaes (PSD) que está em tramitação na Casa e passará por quatro comissões antes de ser levado ao plenário para votação. Pela proposta, qualquer maldade proposital aos animais que participem do esporte podem acarretar a responsabilização civil e criminal daquele relacionado à ocorrência.

O texto apresenta regras como a proibição para que animais com sangramentos participem dos eventos, assim como bois com chifres pontiagudos, que possam ferir competidores ou cavalos. Também não poderão ser utilizados arreios que causem danos à saúde do animal. Os bovinos também teriam que ser transportados adequadamente, acomodados em locais amplos, com água, sombra e alimentação.

Já para os competidores, há exigências como o uso do gibão, perneira, guarda-peito e toda a indumentária dos vaqueiros. Também não é permitido usar objetos cortantes ou de choque para lidar com os animais no curral.

Também não seria permitido açoitar os cavalos após a competição. O vaqueiro que ferir os animais podem ser imediatamente desclassificados da prova. Os organizadores também precisam manter uma equipe responsável pelos primeiros socorros nos locais de realização das provas.

O projeto também torna obrigatório a presença de um médico veterinário no evento para acompanhar bois e cavalos. Verificações devem ser feitas antes e depois de cada participação, podendo vetar a participação de animais. O acesso de veterinários da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Estado (Adragro) também é garantido, mesmo que a organização do evento já tenha profissionais à disposição.

Por fim, o texto disciplina que eventos musicais podem ser feitos simultaneamente à pega do boi, desde que não sejam utilizados sons de carro ou paredões de som na área dos animais, ficando restrito a locais apropriados.

“Muito comum no sertão e algumas cidades do agreste, a pega de boi no mato é uma realidade que perdura até os dias atuais e que vem crescendo com o passar dos anos. Famílias inteiras se envolvem com a organização desses eventos, que geram centenas de empregos diretos e indiretos”, afirma o deputado, na Justificativa do texto.

“Portanto, é essencial que seja feita a regulamentação da pega de boi no mato enquanto atividade desportiva e cultural, tendo a finalidade de visar a garantia de segurança dos participantes e institui medidas de combate aos maus tratos dos animais. Deve-se ter em vista, o importante valor histórico, social e econômico que esses eventos representam”, completa ainda.

Com informações do JC