Caso Beatriz: mistério, pressão, poucas respostas e muita expectativa

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O que realmente teria acontecido naquela trágica noite de 10 de dezembro de 2015 em que uma criança de apenas 7 anos de idade, pura e inocente, foi assassinada de forma bárbara e covarde? A quem interessaria a morte da menina e com que finalidade? Magia negra, vingança, fatalidade? O que motivou esse crime? São muitas perguntas e poucas respostas.

O pior é que o sentimento de impunidade perturba a paz das famílias da região, pois os assassinos, que premeditaram, pensaram em detalhes o crime, estão soltos e quem sabe planejando novos ataques semelhantes. Essa é uma possibilidade que atormenta a todos.

Daí, em busca de punição aos criminosos e, consequentemente, o restabelecimento da tranquilidade aos pais de alunos que continuam temerosos, é que várias manifestações já foram realizadas na cidade. A pressão tem surtido efeito, cobrando cada vez mais das autoridades e não permitindo que o caso caia no esquecimento.

Passados seis meses do ocorrido, uma nova luz apareceu no fim do túnel. A divulgação da existência de um vídeo em que um homem, não identificado, segue a menina Beatriz Angélica, segundos após ela ter ido ao bebedouro, e retornado minutos depois sem que a menina fosse mais vista, está sendo considerada como um pista importantíssima para o trabalho de elucidação do crime por parte da polícia.

Em audiência pública realizada nesta quarta-feira (15), na Câmara Municipal de Petrolina, o delegado responsável pelo caso foi mais vez cobrado pela população para dar uma resposta a sociedade sobre a autoria do assassinato que chocou o país. Dr. Marceone Ferreira disse que o trabalho da polícia é incessante e que infelizmente não pode compartilhar com a população o desenrolar das investigações.

Por outra lado, também nesta quarta-feira (15), o Procurador Geral de Justiça do Estado de Pernambuco, Dr. Carlos Augusto Arruda Guerra de Holanda, apresentou o grupo de trabalho do Ministério Público, constituído por seis promotores, para acompanhar mais de perto as investigações. Inclusive, a força tarefa manteve ontem mesmo a primeira conversa com os pais de Beatriz, Sandro Romilton e Lúcia Mota, que podem ter repassando informações  impostantes e detalhes que devem ser levadas em consideração nas investigações.

Portanto, os último acontecimentos reforçam a expectativa da população à cerca da elucidação do crime, o trabalho conjunto entre promotores e a polícia pode ser fundamental para identificação dos assassinos. Evidente que a contribuição das pessoas, fornecendo novas filmagens e depoimentos continuam em cogitação, pois um pequeno detalhe pode desvendar todo esse mistério.

Dilma diz que aguenta pressão e vê alternativas para evitar impeachment

Brasília - Presidenta Dilma Rousseff durante encontro com juristas contrários ao impeachment, no Palácio do Planalto (José Cruz/Agência Brasil)

Brasília – Presidenta Dilma Rousseff durante encontro com juristas contrários ao impeachment, no Palácio do Planalto (José Cruz/Agência Brasil)

Sob intenso cerco político, Dilma Rousseff deixou impressionados os ministros com quem conversou nesta semana. Não sem motivo: com uma frieza a toda prova, ela expôs planos de governo para os próximos dias, meses e até para 2018. “Podem ficar tranquilos porque eu aguento bem a pressão. Sou resistente”, disse a presidente, ainda gripada, em uma das reuniões com a equipe.

Sem tempo, Dilma trocou a leitura frenética de livros pela análise minuciosa de mapas de votação na Câmara, onde uma comissão com 65 deputados vai definir o destino do impeachment. Ampliou o escopo, mirando em mais do que os 171 votos necessários para barrar o processo no plenário, e exibiu habilidade em decorar o Estado de cada parlamentar a ser fisgado. A ordem é abrir o cofre, atender os aliados fiéis, desalojar os “traidores” e dividir o PMDB, que na terça-feira deve oficializar o divórcio do governo. Na estratégia do “tudo ou nada”, Dilma partiu para o varejo das negociações políticas, virou uma espécie de “ouvidora” dos insatisfeitos, coisa que sempre abominou, e montou um gabinete de crise permanente.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve a nomeação suspensa como ministro da Casa Civil e aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal para saber se poderá assumir o cargo, atua de longe na coordenação geral dos trabalhos, sem pisar no Palácio do Planalto. A batalha de comunicação do governo é agora direcionada para “vender” a imagem de Dilma como mulher “guerreira”, que lutou contra a ditadura e hoje enfrenta um “novo modelo de golpe”. Todos os dias, Dilma recebe no Planalto ou mesmo na residência do Alvorada líderes e dirigentes de partidos aliados, além de ministros do PMDB. Pede apoio e promete mudanças.

Deputados do PP e do PR informaram a ela que será difícil manter o aval ao governo se o PMDB desembarcar e alertaram sobre um possível efeito dominó em outros partidos. “Foi um aviso de que o gato subiu no telhado. A ficha dela caiu, mas, por incrível que pareça, não se abateu”, contou um dos deputados que estiveram com a presidente. “Parece que, se morrer, vai morrer lutando”. Numa contraofensiva arriscada, o governo decidiu, na quinta-feira, desafiar o vice Michel Temer – que comanda o PMDB e é chamado por petistas de “chefe da facção” -, exonerando o presidente da Funasa, Antônio Henrique de Carvalho Pires, homem de sua confiança.

Nos bastidores, auxiliares de Dilma afirmam que tudo será feito para enfrentar a “conspiração” do grupo de Temer e contemplar com cargos quem pode ajudar a derrubar o impeachment na Câmara. É uma disputa voto a voto, no mais fiel estilo do “toma lá, dá cá”. Tática semelhante foi usada em dezembro, quando Dilma dispensou o vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto, indicado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como retaliação à atitude do deputado de aceitar o pedido de impeachment.

Em conversas reservadas, Dilma mostra inconformismo com o fato de Cunha, réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de corrupção na Petrobras, conduzir o processo que pode levar a seu afastamento. “Eu não cometi nenhum crime para justificar a interrupção do meu mandato. Brigarei até o fim”, diz ela, enquanto a Operação Lava Jato avança sobre o governo. No PT há quem pregue até mesmo que, em caso de impeachment, Dilma recorra à Organização dos Estados Americanos (OEA). Nesse combate, há ainda táticas de guerrilha que circulam na internet, com ameaças de fim de programas sociais, como o Bolsa Família, se a presidente cair.

Foi após a campanha da reeleição, em 2014, que Dilma terminou de ler a biografia do ex-presidente Getúlio Vargas, escrita pelo jornalista Lira Neto. Não por acaso, outro dia voltou a dar uma espiada no terceiro volume, segundo relato de um ministro. “Tudo a seu tempo”, costumava dizer Getúlio, quando era pressionado.

Com informações do Correio Brasiliense.