Janot acusa Fernando Bezerra por propina de R$ 41,5 milhões

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Segundo a acusação, Bezerra Coelho recebeu, ao menos, R$ 41,5 milhões em propina. (Foto: Internet)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta segunda-feira (3) ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia contra o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) na Lava Jato por supostamente ter cometido os crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva durante a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

Na mesma acusação, Janot também denunciou os empresários Aldo Guedes, ex-presidente da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), e João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, apontados pelo procurador-geral como os operadores que viabilizaram o repasse da propina ao senador pernambucano.

Guedes é acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Já Mello Filho foi denunciado apenas por lavagem de dinheiro.

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Planilha da propina indica R$ 30,2 mi em dinheiro vivo para Palocci

(Foto: Internet)

alocci foi preso na Operação Omertà, 35º desdobramento da Lava Jato. (Foto: Internet)

Ao extenso pedido de prisão preventiva de Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) – acatado pelo juiz Sérgio Moro -, a Polícia Federal apontou para o `risco de fuga’ do ex-ministro e anexou cópia de uma planilha que indica 26 repasses de propinas que somaram R$ 30,2 milhões para um personagem identificado por “Italiano”. Segundo a PF, “Italiano” é Palocci.

Os pagamentos para o “beneficiário italiano”, segundo os lançamentos da planilha, foram realizados em apenas seis meses, entre 30 de junho de 2010 e 14 de janeiro de 2011, tendo como destinatários personagens identificados por senhas folclóricas – tomate, orégano, massa, mortadela, peperone, bolonhesa, pene, “inhoc”, carpaccio, calzone e outros.

A tabela foi decifrada pela ex-secretária da Odebrecht, Maria Lúcia Tavares, que colabora com a Operação Lava Jato. Ela esclareceu que “todas as senhas utilizadas para as entregas de recursos em espécie vinculados ao codinome ‘Italiano’ tinham relação com a culinária da Itália e sua cultura gastronômica”.

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URGENTE: PF comprova que FBC recebeu propina para campanha de Eduardo Campos

(Foto: Arquivo)

Segundo a PF, “restou demonstrado que Bezerra participou ativa e substancialmente na solicitação de propina”. (Foto: Arquivo)

Foi comprovada, pela Polícia Federal (PF), a denúncia do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa que afirmava o recebimento de R$ 20 milhões de propina, pedido pelo senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), entre 2010 e 2011, para a campanha à reeleição de Eduardo Campos ao governo de Pernambuco.

A acusação foi feita na delação premiada do  ex-executivo da empresa. O inquérito já foi concluído e se encontra com o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a PF, “restou demonstrado que Bezerra participou ativa e substancialmente na solicitação de propina às empresas envolvidas e também se beneficiou de uma parte do montante ilícito”. A PF o qualifica como “braço direito” de Eduardo Campos. A denúncia, conforme o inquérito, “encontra-se devidamente demonstrada”. Os crimes apontados são: corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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PF: R$ 2,4 milhões em propina para campanha de Lula

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Desdobramento da Lava Jato cita José de Filippi Júnior, ex tesoureiro do petista que, naquele ano, alcançou a reeleição ao Palácio do Planalto

A Operação Resta Um, 33.ª fase da Lava Jato, cita suposto repasse de valores via caixa 2 da Queiroz Galvão, via Consórcio Quip – do qual a empreiteira era a majoritária – , para a campanha da reeleição do ex-presidente Lula, em 2006. A informação foi divulgada pela força-tarefa do Ministério Público Federal e da Polícia Federal nesta terça-feira, 2. Os investigadores citam o ex-tesoureiro da campanha de Lula à reeleição em 2006, José de Filippi Júnior, que teria captado R$ 2,4 milhões naquele ano.

Na decisão que autoriza Resta Um, o juiz federal Sérgio Moro destaca trecho da delação do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia – ‘descreveu como os valores foram repassados a José de Filippi Júnior, então tesoureiro da campanha eleitoral de 2006 do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva’.

O relato do empreiteiro foi confirmado por Walmir Pinheiro Santana, diretor financeiro da UTC, que também fez delação premiada.

Jovem é preso ao oferecer propina a policial

(Foto: Arquivo)

(Foto: Arquivo)

Um jovem foi preso por corrupção ativa, no Residencial Vivendas, em Petrolina, Sertão pernambucano. De acordo com a Polícia Militar (PM), o rapaz, de 18 anos, foi parado uma motocicleta que apresentava irregularidades. Para que não tivesse o veículo notificado e levado, o acusado ofereceu a quantia de R$ 50 a guarnição.

Segundo a PM, em seguida foi dada voz de prisão e o rapaz foi conduzido a delegacia e posteriormente ao Presídio Doutor Edvaldo Gomes.

 

Carlinhos Cachoeira e Fernando Cavendish são alvos de operação da PF

(Foto: Divulgação PF)

Segundo Muzzi, quase 100% do faturamento da Delta eram provenientes de obras públicas entre 2007 e 2012, e o valor é de quase R$ 11 bilhões. / Foto: Divulgação PF

Policiais Federais prenderam hoje (30) três acusados de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro público, envolvendo a empreiteira Delta  Construções. Ao todo foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva.

Dentre os presos, está o empresário Carlinhos Cachoeira, detido em Goiás. Ele está sendo transferido para a sede da Polícia Federal, no Rio de Janeiro. Além de Cachoeira, mais uma pessoa foi presa em Goiás e uma em São Paulo, mas a Polícia Federal não divulgou os nomes.

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Delator diz que Temer pediu R$ 1,5 milhão em doação ílicita para campanha de Chalita

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Segundo Machado, Michel Temer lhe disse que estava com problema no financiamento da candidatura de Chalita e perguntou se ele poderia ajudar

Em delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado envolveu diretamente o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) e outros 20 políticos em propinas da estatal. O delator revelou uma suposta operação de captação de recursos ilícitos, envolvendo Temer e o senador Valdir Raupp (PMDB-RR), para abastecer, em 2012, a campanha do então candidato Gabriel Chalita (PMDB) para a Prefeitura de São Paulo.

“O contexto da conversa deixava claro que o que Michel Temer estava ajustando com o depoente era que este solicitasse recursos ilícitos das empresas que tinham contratos com a Transpetro na forma de doação oficial para a campanha de Chalita”, revelou Machado à Procuradoria-Geral da República.

De acordo com o delator, Michel Temer lhe disse que estava com problema no financiamento da candidatura de Chalita e perguntou se ele poderia ajudar.

“O depoente disse que faria um repasse através de uma doação oficial no valor de R$ 1,5 milhão.”

O delator apontou o nome de uma empreiteira que teria feito repasse. “Ambos acertaram o valor, que ficou em R$ 1,5 milhão; que a empresa que fez a doação – no valor ajustado – foi a Queiroz Galvão.”

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Mulher de Cunha diz à Lava Jato que ele autorizava compras de luxo

Cláudia também afirmou para as autoridades que nunca questionou o marido sobre a origem do dinheiro que ela gastava no exterior e que não faz ideia de quanto é o salário de um deputado federal/Foto:internet

Cláudia também afirmou para as autoridades que nunca questionou o marido sobre a origem do dinheiro que ela gastava no exterior e que não faz ideia de quanto é o salário de um deputado federal/Foto:internet

A mulher do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, disse nas investigações da Operação Lava Jato que ele autorizava os gastos com compras de luxo que ela fazia no exterior. As declarações de Cláudia Cruz e da filha de Cunha, Danyelle, foram enviados para o Supremo Tribunal Federal. As duas, assim como Cunha, são investigadas na Lava Jato.

Cláudia também afirmou para as autoridades que nunca questionou o marido sobre a origem do dinheiro que ela gastava no exterior e que não faz ideia de quanto é o salário de um deputado federal. Cláudia disse que sempre teve uma vida de alto padrão ao lado de Cunha. Para ela, a renda do presidente afastado vem da atuação dele no mercado financeiro e no ramo empresarial.

A filha, Danyelle, disse que presumia que o dinheiro para o alto padrão da família era proveniente do patrimônio da atividade anteriormente desenvolvida por Eduardo Cunha.

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Corrêa diz que Lula articulou esquema na Petrobras, diz reportagem da Veja

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A delação de Pedro Corrêa ainda não foi homologada pelo ministro Teori Zavascki

Reportagem veiculada pela revista Veja em sua edição deste fim de semana trouxe a informação de que o ex-deputado Pedro Corrêa (PP/PE), condenado no Mensalão e na Lava Jato, afirmou em delação premiada na Procuradoria-Geral da República que o ex-presidente Lula articulou esquema de corrupção na Petrobras. Lula teria imposto rigorosamente a nomeação do engenheiro Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento da estatal petrolífera, em 2004.

A delação de Pedro Corrêa ainda não foi homologada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a reportagem, o relato do ex-deputado, preso em 2015 por ordem do juiz federal Sérgio Moro, preenche 72 anexos que somam 132 páginas e implicam ao menos 18 políticos, entre deputados, senadores, ministro do TCU, ex-ministros e ex-presidentes. Corrêa admite que recebeu propina de quase vinte órgãos do governo ao longo de sua vida política, tendo começado a captar dinheiro ilícito ainda na década de 1970, em contratos do extinto Inamps. Ele relata casos envolvendo outros delatores, como o ex-senador Delcídio Amaral.

Segundo ele, o então presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, teria dito a Lula que não era da tradição da estatal preencher cargos por indicação política. Mas Lula, afirmou o delator, ordenou a nomeação de Paulo Roberto Costa para a Abastecimento – primeiro bolsão de propinas instalado na Petrobras, segundo a Lava Jato.

CUNHA, AÉCIO, NARDES, DILMA E MALUF

Pedro Corrêa citou, ainda, o presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB/RJ), o presidente do PSDB Aécio Neves, o ministro do TCU que reprovou as contas de Dilma Rousse, Augusto Nardes, e até o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PP). Em um dos depoimentos, de acordo com Veja, parlamentares do PP foram reclamar com Lula sobre o avanço do PMDB nas propinas que eram pagas à diretoria de Abastecimento, cota do PP no esquema de corrupção na Petrobras. Na ocasião, o petista teria dito aos deputados do PP que eles estavam “com as burras cheias de dinheiro” e que também tinha que “atender os outros aliados”.

Já em relação à Dilma, Pedro Corrêa teria afirmado que ela se reuniu com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em 2010 e teria pedido “apoio financeiro”. O ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União, segundo o delator, teria recebido dinheiro do Mensalão quando ainda exercia mandato de deputado pelo PP. Nardes foi o relator das contas de Dilma no Tribunal de Contas e o primeiro a votar pela rejeição delas pelas chamadas pedaladas fiscais que, posteriormente, foram utilizadas como justificativa para o processo de impeachment aberto no Congresso. O presidente do PSDB Aécio Neves foi citado, mais uma vez, como suposto destinatário de propina em uma obra da estatal de energia Furnas. À revista, o tucano alegou que o assunto já foi arquivado pela Procuradoria-Geral da República e classifica a citação como “absurda, mentirosa, irresponsável e cretina”. Paulo Maluf, que já tem dois mandados internacionais de prisão, aparece pela primeira vez citado na Lava Jato como destinatário de R$ 20 milhões do esquema de corrupção na Petrobras para, supostamente, atrapalhar as eleições para a prefeitura de São Paulo em 2004.

INSTITUTO LULA

Segundo o Instituto Lula, Pedro Corrêa foi condenado pelo juiz Sergio Moro a mais de 20 anos de cadeia por ter praticado 72 crimes de corrupção e 328 operações de lavagem de dinheiro. “Foi para não cumprir essa pena na cadeia que ele aceitou negociar com o Ministério Público Federal uma narrativa falsa envolvendo o ex-presidente Lula, inventando até mesmo diálogos que teriam ocorrido há 12 anos”, destacou o instituto. E destacou: “É repugnante que policiais e promotores transcrevam essa farsa em documento oficial, num formato claramente direcionado a enxovalhar a honra do ex-presidente Lula e de um dos mais respeitáveis políticos brasileiros, o falecido senador José Eduardo Dutra, que não pode se defender dessa calúnia.” De acordo com o instituto, O Estado de Direito não comporta esse tipo de “manipulação, insidiosa e covarde, nem por parte dos agentes públicos nem dos meios de comunicação que dela se aproveitam numa campanha de ódio e difamação contra o ex-presidente Lula”.

“A utilização desse recurso nojento é mais uma evidência de que, após dois anos de investigação, a Lava Jato não encontrou nenhuma prova ou sequer indício de participação de Lula nos desvios da Petrobras, porque o ex-presidente sempre agiu dentro da lei. . E por isso apelam a delações mentirosas”, rebateu o Instituto Lula

Com informações do NE10

No Conselho de Ética, Baiano confirma pagamentos a Cunha

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Cunha teria recebido R$ 4 milhões e foi entregue em espécie por Baiano no escritório dele no Rio de Janeiro

O lobista Fernando Soares, conhecido como Baiano, confirmou pagamentos ao então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta terça-feira (26), durante depoimento ao Conselho de Ética da Câmara. O lobista também explicou de que maneira recebeu a ajuda do presidente da Casa para cobrar uma dívida de R$ 10 milhões do lobista Júlio Camargo em troca de doações eleitorais, a partir de 2010. No acordo, inicialmente de 20% e que subiu para 50%, Cunha pressionaria Júlio por meio da comissão de fiscalização sobre contratos de empresas que Júlio representava junto à Petrobras.

Segundo Baiano, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, teria informado que Júlio estava preocupado com a ameaça. Ele então propôs um acordo para pagar a dívida. A parte de Cunha seria de R$ 4 milhões e foi entregue em espécie por Baiano no escritório dele no Rio de Janeiro. Questionado pelo advogado de Cunha, Marcelo Nobre, o lobista disse que nunca fez pagamentos ao peemedebista no exterior. Ele disse ainda que não entregou dinheiro diretamente ao deputado, e sim a pessoas ligadas a ele, como um funcionário chamado Altair.

Nobre reclamou que as perguntas dos membros do Conselho não têm nada a ver com o “objeto da causa”, que é ligado ao fato de Cunha ter mentido ou não sobre possuir contas no exterior durante a CPI da Petrobras. “Não tem como existir imputação neste momento de algo que foi suprimido”, declarou o advogado de defesa. Baiano disse que só soube de transferência internacionais de Júlio Camargo e do doleiro Alberto Youssef ao presidente da Câmara através da imprensa, mas que não fez repasses para Cunha em 2013 e 2014.

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Cunha recebeu propina de R$ 52 mi em 36 parcelas, afirma delator

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Em delação premiada à Procuradoria-Geral da República, na Operação Lava Jato, o empresário Ricardo Pernambuco Junior, da Carioca Engenharia, entregou aos investigadores uma tabela que aponta 22 depósitos somando US$ 4.680.297,05 em propinas supostamente pagas ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) entre 10 de agosto de 2011 e 19 de setembro de 2014.

Segundo o empreiteiro, empresas relacionadas às obras do Porto Maravilha, no Rio, deveriam pagar R$ 52 milhões ou 1,5% do valor total dos Certificados de Potencial de Área Construtiva (Cepac) a Eduardo Cunha. A parte que caberia à Carioca era de R$ 13 milhões.

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Propina pagou compras de luxo de mulher e filha de Cunha, aponta denúncia

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A denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aponta que as compras de luxo da mulher e da filha do deputado, no exterior, “foram pagos com parte do dinheiro de propina”. Os gastos de Claudia Cruz e Danielle Dytz da Cunha Doctorovich com as marcas de renome Chanel, Dior, Balenciaga e Louis Vuitton somam cerca de US$ 86 mil, entre dezembro de 2012 e julho de 2015, e serão investigados pela força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba.
Cláudia e Danielle estão sob a tutela do juiz federal Sergio Moro. O próprio Eduardo Cunha já foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro perante o Supremo Tribunal Federal. Como não são detentoras de foro privilegiado, Claudia e Danielle agora estão sob investigação dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato. Em janeiro de 2014, durante uma estadia em Paris, Claudia Cruz gastou US$ 17.483,84 em três dias. Foram US$ 7.707,37 na loja da Chanel, US$ 2.646,05 na Christian Dior, US$ 4.184,94 na Charvet Place Vendôme e US$ 2.945,48 na Balenciaga.
“Todos estes valores foram pagos com parte do dinheiro de propina recebido por Eduardo Cunha”, diz a denúncia sobre os valores relacionado ao próprio presidente da Câmara, sua mulher e sua filha. “As despesas pagas em cartão de crédito com as quantias ilícitas recebidas podem se verificadas nos extratos dos cartões de créditos da Corner Card. Referidos extratos demonstram despesas completamente incompatíveis com os lícitos declarados do denunciado e de seus familiares.”
Segundo a Procuradoria-Geral da República, Claudia Cruz e Danielle Dytz se favoreceram de valores de uma propina superior a US$ 5 milhões que Eduardo Cunha teria recebido “por viabilizar a aquisição de um campo de petróleo em Benin, na África, pela Petrobras”.
A investigação aponta que Cláudia Cruz é a única titular da conta Kopec, na Suíça – pela qual “transitou dinheiro ilícito”. Desta mesma conta aparece como beneficiária do cartão de crédito segundo a Procuradoria, Danielle Dytz. A denúncia sustenta que o rastreamento do cartão de crédito mostra gastos sequenciais de grandes valores em restaurantes, hospedagens e viagens ao exterior.
Na terça-feira, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu mandar para o juiz Sérgio Moro, em Curitiba, o processo na Lava Jato contra Cláudia Cruz e Danielle Dytz. A determinação atendeu a uma manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sob a justificativa de que elas não têm foro privilegiado para serem investigadas pelo Supremo.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereceu denúncia contra Cunha, em 4 de março pelo recebimento de propina na Suíça, em valor superior a R$ 5 milhões, por viabilizar a aquisição de um campo de petróleo em Benin, na África, pela Petrobras. Segundo a acusação, o dinheiro é fruto de corrupção e houve lavagem de dinheiro. A denúncia sustenta que Cunha atuou para garantir a manutenção do esquema ilícito na Diretoria Internacional da Petrobras e para facilitar e não colocar obstáculos na aquisição do Bloco de Benin.
O bloco foi adquirido da Compagnie Béninoise des Hydrocarbures Sarl (CBH), por US$ 34,5 milhões (R$ 138.345 milhões). A acusação aponta que Cunha era um dos responsáveis do PMDB pela indicação e manutenção do então diretor da Área Internacional no cargo, Jorge Zelada, e por isso recebia um porcentual dos negócios.
O processo foi transferido do Ministério Público Suíço para a Procuradoria-Geral da República do Brasil considerando que o deputado é brasileiro, está no país e não poderia ser extraditado para a Suíça. Além disso, como a maioria das infrações foi praticadas no Brasil, a persecução penal será mais eficiente no território nacional. Para a Procuradoria-Geral, a documentação enviada pela Suíça permite compreender todo o esquema.
Defesas
“A parte da investigação referente a Claudia Cruz foi remetida ao primeiro grau e está sob sigilo, razão pela qual não podemos tratar do mérito. Porém, esclarecemos que Claudia Cruz nada tem a ocultar, já apresentou as declarações de seus bens e está à disposição da justiça pra esclarecer tudo o que for necessário, já que não praticou delito algum”, disse a defesa da esposa de Cunha.
Os advogados que defendem Danielle Dytz não retornaram contato feito pela reportagem. Em 8 de março, em petição ao Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Danielle sustentou que a filha de Eduardo Cunha “é apenas indicada como beneficiária da conta Kopek, cuja titularidade é atribuída a sua madrasta, e que teria sido, segundo a acusação, alimentada com valores transferidos a partir de outras contas controladas por seu pai”.
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.

Esquema de propina da Odebrecht funcionava desde governo Sarney

A 26ª fase da operação Lava Jato expôs, nesta terça-feira, a existência de um “departamento de propina” na empreiteira Odebrecht, que teria sido utilizado para movimentar altas somas de dinheiro em pagamentos ilícitos para agentes públicos e políticos principalmente em 2014. O esquema, no entanto, pode ser muito mais antigo. Documentos mostram que, durante o mandato presidencial de José Sarney (1985-1990), procedimentos bem semelhantes aos apontados pelos investigadores da Lava Jato envolviam 516 agentes públicos, empresários, empresas, instituições e políticos. Entre eles, há ex-ministros, senadores, deputados, governadores, integrantes de partidos como PSDB, PMDB e PFL (atual DEM).

O UOL teve acesso a quase 400 documentos internos da empreiteira, a maioria datada de 1988, detalhando remessas e propinas a diversos políticos. A documentação estava de posse de uma ex-funcionária da Odebrecht. Como no esquema divulgado pela Lava Jato na terça-feira (22), eram utilizados codinomes para os receptores dos pagamentos e as propinas eram calculadas a partir de percentuais dos valores de obras da empreiteira nas quais os agentes públicos estavam envolvidos.

A Odebrecht afirmou “que não se manifestará sobre o tema”. Todos os políticos ouvidos negaram qualquer envolvimento em esquema de propinas com a construtora.

Reprodução/UOL

Lista com 516 nomes cita políticos, a exemplo do senador Edison Lobão (PMDB-MA)

“Quando fui demitida e peguei os pertences pessoais, esses documentos estavam no meio da caixa, acabaram vindo junto. As pessoas recomendaram que me desfizesse, mas achei bom guardar. É preciso traçar um paralelo, mostrar que isso é antigo. Alguns desses crimes podem até estar prescritos, mas isso tudo mostra que o esquema vem de bem antes. A saída é reforma, não é demonizar o PT”, explica a ex-funcionária.

Investigação

Em 2015, Conceição encaminhou toda a documentação detalhando as propinas para o deputado federal Jorge Solla (PT-BA). Solla apresentou tudo em dois âmbitos: na Polícia Federal e na CPI da Petrobras.

Os documentos foram entregues ao delegado Bráulio Galloni, que, por sua vez, remeteu tudo para Curitiba, sede da força-tarefa da Lava Jato. Atualmente, estão na Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal.

Outro Lado

O deputado federal Antonio Imbassahy afirmou que é “um despropósito” a menção ao seu nome na “Relação de Parceiros” da Odebrecht. “Como homem público sempre tive uma relação baseada na decência com a Odebrecht e com qualquer empresa.”

O prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto, enviou nota ao UOL, na qual afirma:

“Meu pai, que tinha nome igual ao meu, era, nessa época, um simples senador cassado. Eu era um ex-deputado, prefeito de Manaus entre 1989 e 1992, distante dos governos federais desse período, que nunca se relacionou com a empresa Odebrecht.

Não fui e não sou parceiro de empresas e, em meio a esse charco todo, sempre me mantive nos limites da seriedade pública.

Considero no mínimo precipitada a formulação da pergunta sobre “propina”. Equivaleria a eu perguntar ao jornalista se ele vende opinião em matérias ou artigos. Perdoe-me a dureza, mas sou cioso do patrimônio de honradez que herdei e que transmito aos meus filhos.

Desviar o foco dessa lama que vem cobrindo o Brasil pode terminar servindo de válvula de escape para os que têm culpa real nos desmandos éticos que desmoralizam o Brasil.

Nos meus dois mandatos de prefeito, não houve nenhuma obra dessa empresa [Odebrecht]. Espero, sinceramente, que um veículo do peso e da respeitabilidade de vocês saiba respeitar a honra de quem a possui.”

Advogado responde por Lobão e Sarney

O advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, negou que seus clientes, o senador Edison Lobão (PMDB-MA) e a ex-governadora Roseana Sarney, tenham cometido qualquer ato ilícito.

“O Brasil passa por um momento de criminalização da política. Isto é muito grave. Vamos afastar da atividade política, que é essencial para qualquer país, as pessoas de bem. E a delação passou a ser prova para incriminar, sem sequer investigar. Um país punitivo não serve para a democracia. A palavra do delator normalmente é falsa e estranhamente seletiva.”

O UOL entrou em contato com o assessor de imprensa de Collor, que informou não ter conseguido contato com o gabinete dele em Brasília. A reportagem ligou para os telefones do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e de seus assessores, mas ninguém atendeu aos telefonemas. A assessoria do TCU não respondeu aos questionamentos da reportagem. O UOL não conseguiu contato com Fernando Sarney e José Sarney Filho.

Com informações Portal Uol

Andrade diz ter pago ilegalmente dívida de campanha de Dilma em 2010

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A Andrade Gutierrez, segunda maior empreiteira do país, afirma ter pago despesas com fornecedores da campanha eleitoral de Dilma Rousseff em 2010. O pagamento, ilícito, foi feito por meio de contrato fictício de prestação de serviço.

A revelação foi feita no acordo para a delação premiada de 11 executivos da Andrade, segundo a reportagem apurou, e é a primeira citação direta de irregularidade apurada pela Lava Jato que envolve uma campanha da presidente da República.

O fornecedor conhecido até aqui, segundo pessoas que tiveram acesso aos detalhes do acordo no Ministério Público Federal, é a agência de comunicação Pepper – que trabalhou para Dilma em 2010.

O pagamento foi feito, segundo delatores, a pedido direto de um dos coordenadores da campanha do PT.

Para dar um aspecto de regularidade ao pagamento em sua contabilidade, a Andrade produziu um contrato fictício com a Pepper, segundo o relato. O valor, segundo o mesmo relato, superava os R$ 5 milhões à época.

Em 2010, a Andrade Gutierrez fez três doações oficiais para o comitê financeiro da campanha de Dilma, entre agosto e outubro, que somam R$ 5,1 milhões. Já a campanha de Dilma declarou gastos de R$ 6,4 milhões especificamente com a agência Pepper.

De acordo com ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), esse tipo de triangulação representa caixa dois. Como se trata da campanha de 2010, na Justiça Eleitoral não haverá implicações diretas em caso de comprovação do crime, como perda do mandato, porque o governo se encerrou em 2014.
Cabem, contudo, ainda ações criminais sobre o episódio.

Moro diz ao TSE que delatores confirmaram propina em doações eleitorais

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que delatores confirmaram desvio de dinheiro da Petrobras para doações eleitorais registradas e não registradas. O ofício foi enviado em outubro do ano passado ao TSE e tornou-se público hoje (15).

No documento, Moro aceitou pedido de compartilhamento das provas das investigações, mas informou que não é possível enviar ao TSE cópias de centenas de processos. No entanto, o juiz remeteu cópia das delações e demais provas sobre o suposto repasse de propinas para campanhas eleitorais.

“Saliento que os criminosos colaboradores Alberto Youssef [doleiro], Paulo Roberto Costa, [ex-diretor da Petrobras] Pedro Barusco [ex-gerente da estatal], Augusto Mendonça Neto [empresário], Milton Pascowitch [lobista] e Ricardo Pessoa [executivo da empreiteira UTC] declararam que parte dos recursos acertados no esquema criminoso da Petrobras era destinada a doações eleitorais registradas e não registradas”, informou o juiz.

As informações foram solicitadas no ano passado pelo então corregedor da Justiça Eleitoral, João Octávio de Noronha, na ação de investigação eleitoral em que o PSDB pleiteia a cassação do mandato da presidenta Dilma Rousseff e do vice, Michel Temer.

As contas eleitorais da presidenta e de Temer foram aprovadas por unanimidade pelo plenário do TSE, em dezembro de 2014. Em fevereiro do ano passado, a ministra Maria Thereza de Assis Moura arquivou o processo, por entender que não havia provas suficientes para o prosseguimento da ação.

No entanto, o TSE seguiu voto divergente do ministro Gilmar Mendes e aceitou recurso protocolado pela Coligação Muda Brasil, do candidato derrotado à Presidência da República Aécio Neves. A legenda alegou que há irregularidades fiscais na campanha relacionadas a doações de empresas investigadas na Operação Lava Jato.

Em defesa enviada ao tribunal na semana passada, os advogados de Temer alegaram que doações declaradas de empresas, que têm capacidade para contribuir, não são caixa dois. Para a defesa, o PSDB recebeu doações de empresas que doaram para a campanha de Temer e Dilma. Dessa forma, no entendimento dos advogados, não houve “uso da autoridade governamental” por parte da presidenta e do vice.

No processo, o PT sustenta que todas as doações que o partido recebeu foram feitas estritamente dentro dos parâmetros legais e posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral.

Com informações da EBC

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