Reginaldo Rossi morreu endividado por causa do vício em jogo, revela filho

Roberto Rossi e Geraldo Luís visitaram a casa de Reginaldo Rossi e Celeide Neves. Foto: Record/Divulgação

Filho do Rei do Brega, Roberto Rossi desabafou sobre a situação financeira do pai nos últimos anos de vida e revelou que herdou dívidas de Reginaldo no programa Domingo show, apresentado por Geraldo Luís, deste domingo (12). Após a morte do cantor e compositor pernambucano, em 20 de dezembro de 2013, ele e a mãe, Celeide Neves, consultaram as contas bancárias e constataram a ausência de saldo. Rossi fumava desde a adolescência e morreu devido a um câncer de pulmão, aos 70 anos.

“Quando meu pai faleceu, eu e minha mãe buscamos nas contas, mas não tinha nada, nada, nada”, conta Roberto. A falência de um dos artistas mais vendáveis de Pernambuco foi decorrente do vício em jogos. Para apostar, Rossi vendeu vários imóveis que comprou ao longo da carreira e gastou os cachês conquistados nas apresentações Brasil afora. O funeral à altura da importância do artista para a música brasileira foi possível graças à doação do jazido e das cerimônias – o velório foi realizado na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco e o enterro, acompanhado por milhares de fãs, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista.

Roberto mora no no Rio de Janeiro, cidade escolhida mesmo antes da morte dos pais – Celeide Neves faleceu em agosto de 2014, em decorrência de uma parada cardíaca, apenas oito meses após a partida do marido. Na capital fluminense, ele trabalha como motorista de Uber para se sustentar e enfrenta dificuldades para manter o único patrimônio deixado pelo Rei do Brega para a família foi: um imóvel em Piedade, à beira-mar, onde morava o casal. Rossi tinha o sonho de inaugurar ali uma pousada. As obras já estavam bastante adiantadas e a reportagem mostrou a estrutura dos quartos – muitos deles com cama, privada e até suporte para televisão -, mas o desejo dele, que chegou a estudar engenharia, mas nunca se formou, sempre esteve longe de ser realizado.

O prédio está avaliado em aproximadamente R$ 5 milhões, mas o filho diz ter dificuldade para angariar investimentos para concretizar os planos de transformar em uma pousada ou negociar a venda por valores condizentes com o tamanho e a localização do imóvel. Atualmente, as dívidas de IPTU e outros custos chegam a aproximadamente R$ 800 mil. Pela primeira vez, Roberto permitiu a uma equipe de televisão adentrar os cômodos da casa de Reginaldo e Celeide. Muitos objetos de uso pessoal continuam lá, assim como relíquias da carreira, entre fotografias e os inúmeros prêmios conquistados pela venda de discos.

O Domingo show entrevistou Sandro Nóbrega, empresário do Rei do Brega por quase 30 anos, Roberto, ex-engraxate que o conheceu ainda menino e se tornou braço direito de Rossi – cabia a ele, entre outras responsabilidades, carregar a bolsa com carteira, cheques e itens pessoais, como um espelho -, Ronald Menezes, dono do Manhattan, palco da última apresentação dele no Recife – a derradeira foi em João Pessoa -, uma semana antes de ser internado no Memorial São José, onde permaneceu por 23 dias e veio a falecer. Trechos da apresentação na casa de shows em Boa Viagem foram exibidos.

O encerramento da reportagem de quase uma hora sobre essa faceta triste do Rei do Brega foi no palco do programa. O grupo The Rossi, criado pelos integrantes da banda que acompanhava Reginaldo Rossi, alguns deles há décadas, tocou a inédita Vá procurar outro, composta por pelo baixista Binno Silva, o cantor e pandeirista Ledo Silva e Reginaldo Rossi, responsável por ajustes finais na letra. A canção, cuja letra foi divulgada com exclusividade pelo Viver um ano após a morte dele, seria uma das faixas do DVD que o Rei do Brega planejou, mas nunca chegou a gravar.

Com informações do Diário de Pernambuco