Rogério Rosso lança candidatura à presidência da Câmara dos Deputados

O deputado Rogério Rosso é líder do PSD na Câmara/ Foto: Divulgação Internet

O deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF) lançou hoje (9) oficialmente sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados. O anúncio foi feito em um vídeo postado no Facebook. Segundo o deputado, a rede social foi a forma mais “democrática” de lançar sua campanha.

Vestindo a camisa da Chapecoense, Rosso diz no vídeo que a Câmara tem sido muito “reativa” e que dos últimos mil projetos votados, apenas cerca de 3% foram propostos pela Casa. “Isso está errado. A Câmara tem sido reativa, e não propositiva, não protagonista. Tem reagido a demandas. A Câmara deve voltar a ter esse protagonismo, essa prioridade em temas nacionais.”

Ao explicar o slogan de sua campanha, “Câmara forte, unida e respeitada”, Rosso disse que “quanto mais forte a Câmara, mais forte a democracia”.

Segundo Rosso, as reformas tributária e trabalhista devem ser prioridades na agenda do próximo presidente da Câmara. “Não chamo de reforma trabalhista ou tributária, é uma reforma de custos do setor da produtividade brasileira, uma agenda prioritária”, disse.

A extinção das sessões de votação que entram pela madrugada é outro projeto do deputado. Segundo Rosso, as discussões devem começar mais cedo e ter um limite de horário para terminar, às 21h.

Eleição

A votação para os 11 cargos que compõem a Mesa Diretora que comandará os trabalhos da Câmara dos Deputados entre 2017 e 2019 será no dia 2 de fevereiro. Serão eleitos o presidente, dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes.

Para ser eleito, o candidato precisa de maioria absoluta dos votos em primeira votação ou ser o mais votado no segundo turno. A votação é secreta e realizada em cabines eletrônicas. O deputado Rogério Rosso foi o primeiro a lançar candidatura oficialmente. O atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) também devem concorrer ao cargo.

No maior desafio do seu primeiro mandato presidente da comissão afirma que impeachment será votado em abril

21/03/2016. Credito: Gustavo Lima/Agencia Senado/Divulgacao. Deputado federal Rogerio Rosso

Rosso tem bom trânsito com a oposição e, ao mesmo tempo, com o Palácio. Foto: Gustavo Lima/Agência Senado

Há apenas 15 meses do início do primeiro mandato de deputado federal, Rogério Rosso (PSD) assume um dos cargos com maior visibilidade e pressão no atual cenário político brasileiro. No dia 17, o parlamentar de 47 anos se tornou presidente da comissão especial responsável por analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A escolha agradou à oposição e, ao mesmo tempo, acabou aceita pelo Palácio do Planalto, dado o trânsito de Rosso entre os dois polos. “Eu fui consultado, falei que nunca tinha imaginado isso, mas que, se fosse por convergência da Casa, eu não poderia me furtar da presidência, uma vez que jamais expus a minha opinião sobre o processo.” E por que o consenso em relação ao nome de um parlamentar de primeiro mandato? “Essa pergunta é bom você fazer para os líderes”, disse Rosso, durante entrevista ao Correio Braziliense/Diario de Pernambuco.

Neófito no Congresso, ele conseguiu assumir a liderança de uma bancada com 32 deputados, receber Dilma para almoço em sua casa e se tornar, contraditoriamente, um aliado importante do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Roqueiro, fã de heavy metal, Rosso foi eleitor do tucano Aécio Neves (PSDB-MG) em 2014 e conta que nunca votou no PT, mas vem preferindo se resguardar de qualquer manifestação pública em relação aos acontecimentos que conflagram o país. Nas próximas semanas, não abrirá mão do rock. Para o momento atual, elegeu uma trilha sonora da banda britânica Iron Maiden: Dèjá vu. Nada mais simbólico.

O processo do impeachment no Congresso é político. O que vai determinar o andamento dele na Casa?

São dois aspectos. O primeiro é formal, jurídico da denúncia, dos prazos, da lei do impeachment e de seu rito especial. De outro lado, há a decisão de cada parlamentar. Nessa decisão, há variáveis que compõem a opinião de cada um. É claro que, por ser uma casa política, as ruas vão falar muito forte. Não tenho nenhuma dúvida disso. Porém, é importante também que neste momento, da comissão do impeachment, tudo aconteça dentro das regras, para que não tenhamos nenhuma interrupção ou suspensão.