Comissão aprova abertura de crédito para agricultores atingidos pela seca

Seca no sertão 2

A Comissão Mista de Orçamento do Congresso aprovou hoje (23) a Medida Provisória (MP) 715/16, que abre crédito extraordinário de R$ 316 milhões para o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Com a aprovação, a MP segue agora para análise nos plenários da Câmara e do Senado.

A MP tem por objetivo beneficiar agricultores afetados pela seca. Os R$ 316 milhões terão como destino o pagamento de parcelas do programa Garantia-Safra referentes ao período 2014-2015, de forma a minimizar os efeitos da estiagem para 440 mil famílias de agricultores.

Na justificativa da MP, o governo argumentou que boa parte dos municípios atendidos pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) apresentou prejuízos em suas culturas. Segundo o governo, cerca de 80% dos agricultores familiares que aderiram ao programa tiveram perdas comprovadas superiores a 50% da produção.

Deputado Estadual critica falta de planejamento no semiárido

deputado rodrigo novaes

O deputado estadual Rodrigo Novaes (PSD) usou as redes sociais para criticar a falta de planejamento no Sertão de Pernambuco. De acordo com o parlamentar,  o descaso prejudica o convívio com a seca. O desabafo foi realizado no último sábado (09) no Facebook.

Segundo ele, até a Barragem do Padre, em Carnaubeira da Penha, entrou na discussão. De acordo Rodrigo, por falta de manutenção, a maior barragem de Carnaubeira se rompeu e atualmente, está com metade de sua capacidade.

Leia o depoimento na íntegra:

“A falta de planejamento para o semiárido continua a prejudicar a vida do sertanejo.

O sertão não está preparado para a seca nem para a chuva!

Se não chove, não há alternativas de geração de renda, poucas adutoras, escassos poços artesianos, comunidades inteiras sem receber água; a criação morre, não há alimento.

E se chove, os reservatórios estão assoreados, armazena pouca água, os leitos dos rios estão comprometidos, alaga cidades, não há barramentos em quantidade, a água vai logo para o São Francisco – que vai para o mar; não há organização para a produção, não há crédito, não se consegue vender! E assim esse ciclo se repete.

Tive notícia com essas chuvas que deram na região que a barragem do Padre, em Carnaubeira, se rompeu. Não teve a devida manutenção, e a maior barragem de Carnaubeira, com apenas metade de sua capacidade, deixou a água ir embora.

Não dá pra enfrentar um problema grave como da seca no Nordeste sem profissionalismo, responsabilidade.

Tem de se gastar sabendo onde se quer chegar. Necessário um plano hídrico e um grupo gestor que possa monitorar obras e ações. Do jeito que está não sairemos do canto.

É como se a única solução fosse a chuva regular todos os anos! Isso não teremos! Também não é justo vivermos ciclos de sofrimento com os anos de estiagem.”

Seca faz com que período de rodízio de água aumente em Serra Talhada

reservatorio serra

O sexto ano consecutivo de seca no Nordeste tem levado a Compesa a estudar e planejar a utilização dos recursos hídricos disponíveis a fim de preservar os seus mananciais por mais tempo e garantir a distribuição de água à população. A ausência de chuvas em novembro e dezembro, meses onde comumente ocorrem precipitações pluviométricas no semiárido pernambucano, a cidade de Serra Talhada, localizada no sertão do Pajeú por exemplo, terá o calendário de distribuição alterado a partir do próximo dia 12, em virtude do nível da barragem de Cachoeira II, que encontra-se com 12,8% da sua capacidade.

Segundo o gerente Regional do Pajeú, Luciano Freitas, a falta de chuvas e mediante as previsões pouco otimistas para este ano, a Compesa precisou ampliar o período do rodízio na cidade com o objetivo de evitar o colapso do manancial. Hoje, Serra Talhada tem um calendário de seis dias com água e um dia sem produto. Com a alteração do revezamento, o município ficará um dia a mais sem água, passando para o regime de dois dias sem água e cinco dias com. A Compesa dividiu o município em três setores de abastecimento, de forma que toda a cidade consiga receber água de forma equitativa. “Tínhamos esperança de chuvas nestes dois últimos meses, fato que não aconteceu. Assim, mesmo economizando o manancial Cachoeira II, a vazão da barragem foi reduzida e preferimos ampliar o calendário e garantir água para a cidade por mais tempo”, observou o gerente.

Além do Cachoeira II, Serra Talhada é atendida pela Adutora do Pajeú, que recebe água do Rio São Francisco , abastecendo ainda os municípios de Calumbi, Flores, Carnaíba, Quixaba, Afogados da Ingazeira, Tabira, e atualmente realizando os testes para abastecimento das cidades de Tuparetama e São José do Egito, fazendo um percurso de 300 km até chegar nessas cidades. “Esperamos mais chuvas nos próximos meses, mas é algo que não podemos garantir por conta da instabilidade do tempo. Caso o manancial não acumule água suficiente, teremos de intensificar o rodízio”, disse Luciano.

Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), caso não chova, é provável que o manancial atinja o volume morto em julho de 2016. “Estamos passando pela maior estiagem dos últimos 50 anos no Sertão, o que tem dificultado o armazenamento de água em toda região do Pajeú. Em 2014 ocorreram precipitações na bacia hidrográfica do Pajeú que recarregou o Cachoeira II em 40%. De lá pra cá só pancadas leves de chuvas, o que nos deixam em sinal de alerta.”, concluiu Luciano Freitas.

Mesmo Sobradinho não utilizando volume morto, municípios do Sertão têm abastecimento comprometido

Lago sobradinho

Na pior seca das últimas oito décadas na Bahia, o reservatório de Sobradinho se estabilizou em um volume útil de 1%, isso devido às chuvas dos últimos dias, que impediram a necessidade de utilizar o volume morto, em que não é possível utilizar a água para a captação de energia elétrica.

No último sábado (15), a Chesf decidiu reduzir a vazão do reservatório de Sobradinho, devido ao baixo volume de água no lago. Em reunião realizada em Brasília, a Agência Nacional de Águas (ANA) sinalizou que a redução da vazão do Rio São Francisco, de 900m³/s para 800m³/s, ocorre ao mesmo tempo nos reservatórios de Três Marias (MG) e de Sobradinho (BA). A medida afeta diretamente o abastecimento de municípios do sertão de Pernambuco, principalmente os abastecidos pelos sistemas Pão de Açúcar e Traipu.

De acordo com o gerente regional da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), a situação é preocupante. ” O sistema de Pão de Açúcar, a principal barragem que abastece o município de Pesqueira, está com apenas 6% da sua capacidade e já teve a sua vazão diminuída pela Compesa”, afirma. (Fonte: JC)

Vereadores cobram posição de governos diante da falta d’água na zona rural de Petrolina

A situação preocupante com o agravamento da seca em comunidades da zona rural de Petrolina (PE), fez o vereador Manoel da Acosap,PHS, acompanhado de vários colegas, a cobrar mais atenção para essas localidades. O tema foi abordado na sessão desta quinta-feira, 17; Manoel se referiu a falta de contratação de carros-pipas, pois o povo do interior está passando sede. O vereador criticou a política de atenção dos governos com os moradores da zona rural petrolinense.

“O povo está com sede minha gente. Providências devem ser tomadas. Município e estado. Água é necessária e urgente”, frisou Manoel da Acosap. O presidente da Casa Plínio Amorim, vereador Osório Siqueira, PSB, endossou o discurso de Acosap e sugeriu a formulação de um documento assinado por todos os colegas para cobrar com veemência providências para atender o povo do interior atingido pela estiagem.

“Temos que cobrar, nos unir e fazer com que providências sejam tomadas. A política de carros-pipa deve atender de fato a população da zona rural prejudicada com a seca”, argumentou Osório. O vereador Ronaldo Silva, PSDB, defendeu o prefeito Julio Lóssio, PMDB, alvo de críticas também que segundo a bancada da oposição, não tem olhado para a população que sofre com a estiagem no interior do município.

“O prefeito não está insensível a situação do povo do interior que sofre com a estiagem. Nesta sexta, 18, ele vai aproveita a presença do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, em Petrolina para cobrar providências para que assim, a situação seja amenizada”, assinalou

Ronaldo Cancão, sem partido, vereador da oposição, lembrou que o ministro já coordena uma operação pipa na região. Ele fez apelo ao prefeito para que decrete emergência, para que os recursos possam chegar com mais agilidade ao município e assim atender a zona rural que sofre com a seca.

“Lossio não decretou estado de emergência em Petrolina devido à seca. Ele pode decretar e ampliar o programa de carros pipa endossado pelos vereadores”, adiantou. Alvorlande Cruz, PRTB, vereador da situação, questionou os colegas que são da oposição, mas aliados do governo do estado, por que após uma audiência púbica para tratar da operação carro-pipa do estado e assistência as pessoas do interior,  foi que tinha reduzido o número de veículo.

“Foi nessa audiência pública com tanta gente do governo que se cobrou uma atenção maior para esse povo do interior e ninguém resolveu nada? Isso é grave”, questionou Cruz.

Zenildo também se alterou e Ronaldo Silva sugeriu aos vereadores doarem a ajuda de custo que recebem.para bancar os pipas do interior; Claro, a sugestão não foi bem vista pelos colegas.

A vereadora Cristina Costa, PT, frisou que os três poderes precisam resolver esse assunto. “A situação é grave. Nesse documento do Câmara precisamos chamar a responsabilidade de cada ente. Quem sofre é a população do interior”, constatou a petista.

Prefeito não coloca carros pipa e homem do campo passa sede no interior de Casa Nova – BA

SECA NA LOCALIDADE DE LAGO - CASA NOVA - BA

A Seca que por si só já maltrata e muito o homem do campo agora ganhou um forte aliado, o calor, insuportável, devido as altas temperaturas registradas nos últimos dias. E mais, associado ao aspecto climático, ainda temos a negligência de determinados gestores que simplesmente esquecem do povo, ficam no conforto de seus gabinetes, e não cumprem com suas obrigações que neste particular deveria ser levar água a quem mais precisa.

Indignado com esta situação o morador do povoado do Lago, município de Casa Nova, região norte da Bahia, Andrade, nos envio algumas fotos que traduzem o sofrimento dos seus conterrâneos. ” Estou pedido para você divulgar que a comunidade do Lago está passando cede, porque a água que o exército vem colocando não é suficiente, pois diminuíram as carradas”, protestou.

Andrade afirma ainda que o prefeito Wilson Cota (PMDB) está deixando muito a desejar. “A população está sendo obrigada a comprar água,  nunca chegou nenhuma carrada de água aqui por parte da prefeitura”, desabafou.

Nordeste vive pior seca dos últimos quatro anos, diz ANA

seca NE

O Nordeste brasileiro tem vivido a pior seca dos últimos quatro anos, é o que diz o diagnóstico da Agência Nacional das Águas (ANA). Revelado na última quinta-feira (3) pelo diretor da ANA, Paulo Varella, um dos participantes de sessão temática do Senado sobre a crise e escassez de água no país, essa região do país, passa por uma grave crise hídrica.

“A situação das sedes urbanas tem se complicado. Muitas cidades estão desabastecidas. Caicó [RN] passou quase um mês sem água. É a pior condição de chuvas somada em quatro anos. Estamos em verdadeiro estado de guerra e temos que nos unir para ver a solução que podemos adotar — reconheceu Varella.

A estiagem tem sido mais intensa no Nordeste, mas o assessor especial do Ministério da Integração Nacional, Irani Braga Ramos, observou que o problema se alastra por outras regiões. Parte dessa conta está, segundo comentou, no consumo descontrolado.

“Há um déficit hídrico natural incompatível com o tamanho das populações. A partir dos anos 80, temos tido uma sequência de secas muito graves e os cenários são de agravamento (da estiagem) no futuro” adiantou Braga.

Na presidência da sessão, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) cobrou dos representantes do governo federal respostas urgentes para enfrentar os quatro anos de seca no Nordeste e o risco de colapso dos grandes mananciais, frente à possibilidade de continuidade da estiagem.

“O que vamos fazer se não chover? Vamos continuar insistindo para que o governo federal possa responder a isso” disse.

O senador Elmano Ferrer (PTB-PI) também se disse frustrado por ver a população nordestina mais uma vez enfrentando o sofrimento da seca.

“É inaceitável que nossa região tenha, no século vinte um, cidades abastecidas por carro pipa, cidades que não tenham um sistema permanente de abastecimento de água” lamentou. (Com informações de Agência Senado)

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