Delegacia dos direitos humanos do PI está incomunicável, diz reportagem

Delegado emir-maia

A Delegacia de Defesa e Proteção dos Direitos Humanos e Repressão às Condutas Discriminatórias está passando por problemas em sua estrutura por falta de dinheiro. A informação foi noticiada na manhã desta quarta-feira (24) pelo site UOL, o qual afirma que além da escassez de funcionários, aparelhos telefônicos da unidade não fazem ligações externas. Confira a matéria nas linhas que se seguem.

A delegacia responsável por investigar casos de desrespeito aos direitos humanos no Piauí sofre com a falta de dinheiro. Segundo Emir Maia, delegado-titular da Delegacia de Defesa e Proteção dos Direitos Humanos e Repressão às Condutas Discriminatórias, os telefones não ligam para fora, isto é, fazem apenas chamadas internas. Também faltam carros e equipamentos.

A equipe é reduzida, formada por oito pessoas no total: Maia, um escrivão e seis investigadores.

“Apesar de todo o compromisso do governo do Estado, essa carência dificulta o processo célere das demandas policiais. Mas isso não é privilégio do Piauí, é comum a todos os Estados”, diz o delegado.

Com sede em Teresina, a delegacia foi criada pelo governo estadual em agosto de 2005. Segundo Maia, as denúncias que mais crescem são as de tortura (por abuso de autoridade e em presídios) e de injúria racial pela população negra.

Mas o principal alvo de violação de direitos no Estado são os travestis. Os casos, entretanto, são difíceis de investigar, segundo o delegado, porque as vítimas mudam constantemente de endereço e de nome social. Por isso ele diz valorizar a ronda noturna para prevenir ataques contra esse grupo.

Denúncias sem endereço da vítima

Os registros encaminhados pelo Disque 100, serviço para acolher, analisar e encaminhar denúncias de violação de direitos, recebidos normalmente no Piauí via correio, apresentam muitas vezes uma dificuldade: a ausência de endereço das vítimas. Sem essa informação, é grande a chance de o caso notificado não ir adiante.