Morre mulher trans pernambucana que foi a SP colocar silicone; marido denuncia negligência

Lorena Muniz, de 25 anos, tinha o sonho de colocar silicone nos seios. A pernambucana, uma mulher trans, foi em busca de um cirurgião conhecido por esse tipo de procedimento em Taboão da Serra (SP). Ela viajou, recentemente, em busca da realização. A morte de Lorena foi confirmada neste domingo (21), por seu marido, Washington Barbosa, conhecido nas redes sociais como Tom Negro, que denuncia negligência no caso da esposa. “Quatro mil reais. A vida de Lorena valeu quatro mil reais”, diz o jovem, revoltado.

A pernambucana viajou para São Paulo e deixou R$ 4 mil com a clínica. O combinado, segundo Tom, foi metade do valor antes do procedimento e a outra metade depois. Na última quarta-feira (17), Lorena foi deixada sedada, inconsciente, na clínica, em meio a um incêndio, ocasionado por um curto-circuito.

“O ar-condicionado pegou fogo, todos saíram correndo, ela ficou lá, inconsciente, sedada, inalando fumaça. Chegou a ficar por sete minutos inconsciente, e isso gerou um prejuízo para o oxigênio no cérebro dela, segundo os médicos”, explica Tom em postagens nas suas redes sociais. Segundo ele e outras testemunhas que estavam com Lorena no dia da sua cirurgia, ela só foi socorrida com a chegada dos bombeiros, que a levaram ao Hospital das Clínicas, em São Paulo (SP), onde estava internada em estado grave.

No sábado (20), Tom seguiu para São Paulo, já que a vida financeira apertada obrigou Lorena a ir em busca do sonho sozinha. “A situação de Lorena fala de algo muito profundo. Não é só o absurdo de uma travesti abandonada numa mesa de cirurgia sedada, é um processo de exclusão que leva as pessoas trans e travestis a se arriscarem em muitos níveis”, diz o pernambucano.

Com informações da Folha de Pernambuco.