‘Sistema político deveria ir a julgamento, não uma mulher’, diz The Guardian sobre Brasil

“Seus próprios erros [de Dilma], que até mesmo seus aliados consideram substanciais, contribuíram para sua queda. Mas o que é claro é que não foi só a carreira de Dilma que ruiu, mas o sistema democrático brasileiro como um todo”, afirmou o The Guardian/Imagem internet

“Seus próprios erros [de Dilma], que até mesmo seus aliados consideram substanciais, contribuíram para sua queda. Mas o que é claro é que não foi só a carreira de Dilma que ruiu, mas o sistema democrático brasileiro como um todo”, afirmou o The Guardian/Imagem internet

O jornal britânico The Guardian defendeu, em editorial publicado nesta quinta, que todo o “sistema político [brasileiro] deveria ir a julgamento, não uma mulher”, em referência ao processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff , que foi justificado com supostas acusações de corrupção.

O jornal argumenta que a corrupção é o maior problema da política brasileira e é “inevitável”. “Dilma herdou este legado infeliz [de corrupção] e começou a perder o controle durante um período de declínio econômico, à medida que a corrupção se tornou um escândalo de proporções cada vez maiores (…) O elemento tóxico final foi a percepção de muitos políticos de que procuradores poderiam em breve pegar mais e mais deles em suas redes, e que um jeito de evitar ou minimizar essa possibilidade seria desviar as atenções e tomar o controle do processo político pedindo o impeachment da chefe de Estado”, ponderou o Guardian.

“Seus próprios erros [de Dilma], que até mesmo seus aliados consideram substanciais, contribuíram para sua queda. Mas o que é claro é que não foi só a carreira de Dilma que ruiu, mas o sistema democrático brasileiro como um todo”.

LEIA MAIS

Dilma diz a The Guardian que impeachment pode causar cicatrizes duradouras

Dilma Coletiva sexta

A presidente Dilma Rousseff insistiu que não renunciará ao cargo e reafirmou que não há justificativa para o processo de impeachment. Em entrevista a jornalistas estrangeiros, a presidente disse ainda que retirá-la do cargo pode gerar “cicatrizes duradouras” para a democracia brasileira, segundo o jornal britânico “The Guardian”.

Dilma reafirmou que se “mantém firme” no cargo e que a paz reinará no Brasil durante a realização da Olimpíada no Rio. Na entrevista de 90 minutos a veículos de comunicação estrangeiros, a presidente disse que é uma mulher forte e não há motivos para sair do cargo. “Por que eles querem que eu renuncie? Porque eu sou uma mulher fraca? Eu não sou”, disse a presidente, segundo o jornal britânico.

A presidente acusou a oposição de não aceitar a derrota apertada nas eleições de 2014 e, desde então, trabalhar pelo “quanto pior melhor” com a sabotagem da agenda legislativa apresentada pelo Executivo, fato que tem “afundado o País”, cita a reportagem. Dilma criticou ainda “métodos fascistas” usados por alguns nomes da oposição.