Diretor do Instituto Butantan critica decisão da Anvisa em suspender estudos do CoronaVac

Dimas Covas citou interferência política da Anvisa (Foto: Instituto Butantan/Reprodução)

A “guerra da vacina” ganhou mais um capítulo nesse semana, após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil (Anvisa) determinar, na noite de ontem (9), a suspensão dos testes da CoronaVac, que está na Fase 3 dos estudos. Nessa terça-feira (10), o diretor do Instituto Butatantan criticou a decisão da Anvisa e deu a entender que se trata de uma jogada política do Governo Federal.

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Anvisa interrompe estudos da Coronavac após “evento adverso grave”

O efeito adverso foi notificado dia 29 de outubro e comunicado a Anvisa em novembro. “Dia 6 a Anvisa recebeu um documento dizendo que um participante do estudo clínico teve um efeito adverso grave não relacionado com a vacina. Vamos ver quais foram as causas, se você está dizendo que não tem relação com a vacina, vamos apurar. É isso que a gente espera. Foi isso que aconteceu? Não. Este encaminhamento foi feito no dia 6, ontem, dia 9, às 20h40 da noite encaminham um email ao Butantan dizendo que haveria uma reunião hoje para tratar do evento adverso grave, mas ao mesmo tempo, anunciava a suspensão do estudo. 20 minutos depois essa notícia estava em rede nacional. Fiquei sabendo pela rede nacional“, explicou Dimas Covas.

Decisão para “causar medo”

Na visão de Covas, a medida da Anvisa busca “causar medo” e criar um “descrédito gratuito” contra a vacina. O comentário faz menção à briga pública entre o governador de São Paulo, João Dória e o presidente da República, Jair Bolsonaro sobre qual vacina será aplicada no país. Mais cedo, Bolsonaro usou as redes sociais para dizer que “ganhou mais uma ” contra Doria.

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Lei sancionada em fevereiro prevê vacinação obrigatória contra a covid-19

Nos últimos dias o debate sobre a vacina da covid-19 ganhou destaque na imprensa nacional. Diante das batalhas políticas, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski determinou que sejam enviadas para análise do plenário da Corte três ações sobre obrigatoriedade de vacinação, ajuizadas por partidos políticos.

Mas enquanto o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) afirma que ninguém será obrigatório a se vacinar, desde o primeiro semestre está em vigência uma lei que diz exatamente o contrário. No dia 7 de fevereiro o Diário Oficial da União publicou a Lei n° 13.979/2020, assinada por Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta (ministro da Saúde em exercício) e Sergio Moro (ministro de Justiça e Segurança Pública em exercício).

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Vacina de Oxford produz resultados positivos em jovens e idosos, afirma jornal

Vacina de Oxford tem voluntários no Brasil (Foto: Reuters/Divulgação)

A semana começa com uma boa notícia. A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a fabricante AstraZeneca obteve resultados positivos tanto em idosos, quanto nos mais jovens. Ela é uma das esperanças no combate à covid-19.

Segundo os testes de sangue de imunogenicidade realizados em um subconjunto de participantes mais velhos complementam dados divulgados pelos pesquisadores em julho, que já mostravam que a vacina gerou “respostas imunes robustas” em um grupo de adultos saudáveis com idades entre 18 e 55 anos.

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Vacina norte-americana da covid-19 entra na Fase 3 de testes

Estudo entra na última fase (Foto: Getty Images)

A corrida pela tão esperada vacina da covid-19 segue a todo vapor. Hoje (23), foi a vez da empresa Johnson & Johnson anunciar o início da Fase 3 de testes clínicos em humanos. No Brasil, a expectativa é que oito mil voluntários participem do estudo.

A Fase 3 é a última etapa exigida por agências regulatórias antes da aprovação. Aqui no Brasil, 22 instituições dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Paraná, Minas Gerais e Distrito Federal devem atuar como centros de estudo.

Nessa etapa, busca-se comprovar a eficácia e a segurança da vacina em um grande número de pessoas. No total, 60 mil voluntários serão testados. Eles têm entre 18 e 60 anos. A testagem deve levar de seis a oito semanas. Segundo a Veja, a meta da empresa é alcançar o mínimo de 60% de eficácia.

Rússia pretende registrar segunda vacina contra covid-19 até outubro

(Foto: CHAIDEER MAHYUDDIN / AFP)

A Rússia dará mais um passo na caminhada por uma vacina contra a covid-19. A agência de notícias TASS afirmou, nessa terça-feira (22), que o país pretende registrar uma segunda vacina até 15 de outubro.

Segundo o R7, a vacina foi desenvolvida pelo Instituto Vector, da Sibéria. As equipes já concluíram o estágio inicial de testes em humanos na semana passada. Anteriormente os russos já haviam oficializado sua primeira candidata a vacina, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou, em agosto.

Além dos russos, os britânicos em parceria com a Universidade de Oxford – que precisou paralisar os testes no Brasil – e os chineses também estão trabalhando para desenvolver a vacina contra a covid. Todos os trabalhos estão em fase de testes.