PF mira desvios no Sistema S e investiga advogados de políticos

Advogados viraram réus (Foto: PF/Arquivo)

A Polícia Federal (PF) cumpre 51 mandados de busca e apreensão em uma nova fase da Operação Lava Jato. “E$quema S” foi deflagrada nessa quarta-feira (9) e investiga supostos desvios no Sistema S. Entre os alvos da ação estão os advogados Cristiano Zanin, que representa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; Ana Tereza Basílio, defensora de Wilson Witzel e Frederick Wassef, ex-advogado de Flávio Bolsonaro.

Os políticos citados não são investigados. Os mandados são cumpridos em endereços Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Alagoas, Ceará e Pernambuco. De acordo com a PF, os advogados são suspeitos de integrar o esquema que desviou R$ 355 milhões, entre 2012 e 2018, Serviço Social do Comércio (Sesc-RJ), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-RJ) e da Federação do Comércio (Fecomércio-RJ).

Esquema envolve filhos de juristas

Dos R$ 355 milhões gastos a pretexto de advocacia, por supostos serviços a Fecomércio, pelo menos R$ 151 milhões foram desviados no esquema. Também são alvos da operação os advogados Eduardo Martins, filho do atual presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, e Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União (TCU).

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Justiça manda apreender e quebra sigilo de celulares e computadores do Governador do Rio de Janeiro

Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) autorizou apreensão e quebrou o sigilo dos dados contidos nos telefones e demais equipamentos eletrônicos do governador Wilson Witzel (PSC). Aparelhos foram apreendidos hoje em operação da Polícia Federal. A determinação consta na decisão do ministro Benedito Gonçalves, que autorizou a Operação Placebo, e envolve todos os investigados da ação da Polícia Federal, entre eles, a primeira-dama Helena Alves Brandão.

De acordo com a decisão, a quebra dos sigilos de dados de Witzel e dos demais investigados, inclusive de contas mantidas na nuvem, é necessário para que sejam buscadas provas do possível envolvimento do governador em suposto esquema de desvios nos contratos emergenciais para tratar pacientes com covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Witzel nega todas as acusações.

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Para PF, primeira-dama do Rio tem participação em esquema de desvios

Depósitos na conta da 1ª Dama levantaram suspeita da PF (Foto: Reprodução)

Pagamentos feitos ao escritório da primeira-dama do Rio de Janeiro, Helena Witzel levantaram suspeitas da Polícia Federal (PF) durante as investigação da Operação Plaebo. Os documentos são alguns dos elementos apontados pela PF para embasar as buscas e apreensões feita na manhã dessa terça-feira (26) na sede do Governo e no trabalho de Helena.

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A operação foi autorizada pelo ministro Benedito Gonçalves do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e mira um suposto esquema de desvios de recursos públicos destinados ao combate ao coronavírus no estado. Além dos Witzel, ex-membros do Governo do Estado serão ouvidos pela PF.

Um contrato de prestação de serviços e honorários advocatícios do escritório de Helena Witzel à empresa DPAD Serviços e Diagnósticos é um dos elementos apontados pela PF para configurar o esquema de desvios. Isso prova “vínculo bastante estreito e suspeito entre a primeira-dama do estado e as empresas de interesse de M.P. (Mario Peixoto), em especial o contrato de prestação de serviços e honorários advocatícios entre seu escritório de advocacia e a empresa DPAD Seviços Diagnósticos LTDA”. O governador do Rio negou as acusações.

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Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) é um dos alvos da operação

A Polícia Federal deflagrou nessa terça-feira (26) a Operação Placebo, para apurar desvios de verbas destinadas à saúde no Rio de Janeiro. Os mandados estão sendo cumpridos no Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel (PSC).

A PF cumpre 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O foco da ação é encontrar possíveis indícios de fraude e desvios dos recursos públicos nas ações de enfrentamento ao novo coronavírus.

A PF entende que há um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde. Os mandados também estão sendo cumpridos no Leblon, no escritório da primeira-dama Helena Witzel.

Parte da equipe também está na casa do ex-subsecretário de saúde, Gabriell Neves, também no Leblon. Outro alvo da operação é o ex-secretário estadual de saúde do Estado, Edmar Santos, exonerado há poucos dias.

Governador do Rio de Janeiro confirma resultado positivo para coronavírus

Após suspeita, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), confirmou o resultado positivo para o novo coronavírus. Em rede social, ele comentou que desde a última sexta-feira (10) não estava se sentindo bem. “Tive febre, dor de garganta e perda de olfato”, ressaltou. Witzel ainda reforçou que continuará trabalhando do Palácio Laranjeiras, mantendo as restrições e recomendações médicas.

Witzel , anunciou em um vídeo postado em redes sociais nesta terça-feira (14) que está com o novo coronavírus. “Quero comunicar a todos que, desde sexta-feira, não venho me sentindo bem e pedi para que fosse feito o teste de Covid e, hoje [terça], veio o resultado positivo. Tive febre, dor de garganta, perda de olfato e, graças a Deus, estou me sentindo bem.”

Na segunda-feira (13), o governador publicou um decreto estendendo as medidas de combate à Covid-19 até o dia 30 de abril. Witzel manteve a proibição do transporte interestadual e dos voos entre estados com casos de Covid e o RJ, além da realização de eventos e aulas presenciais.

O estado do Rio de Janeiro chegou nessa terça-feira (14) a 191 mortes pelo novo coronavírus e 3.221 casos confirmados da doença. Há ainda 88 óbitos em investigação.