Metade dos juízes do Brasil ganha mais que os ministros do STF

O vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formam o teto constitucional dos servidores públicos. No entanto, nos meses de abril e maio deste ano, metade dos magistrados do país recebeu salários superiores a R$ 41,6 mil brutos. O levantamento é do site “Uol Notícias”, que analisou os contracheques no Painel de Remuneração do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em maio deste ano, 12,2 mil magistrados de todo o país ganharam mais dinheiro que a cúpula do Judiciário. Em abril, 11,9 mil juízes, desembargadores, ministros e conselheiros — parte deles na ativa, parte já aposentados — tiveram remuneração superior que os ministros do STF.

De acordo com o estudo do site, esses números equivalem à metade dos 24 mil magistrados cujas folhas de pagamento estão disponíveis no sistema do CNJ. Ao todo, eles representam 85% de todos os magistrados do país. O levantamento incluiu informações de contracheques de 74 tribunais — ou seja, 80% das cortes brasileiras.

Agência O Globo

Fachin nega liminar em ação de juízes para garantir aumento de salário

(Foto: Internet)

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou hoje (31) um pedido feito pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) para que o Congresso fosse obrigado a retomar o andamento de um projeto de lei de 2015 que autoriza o aumento de salário dos juízes.

A AMB pedia ainda que a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, fosse obrigada a tomar providências para garantir o reajuste dos salários dos ministros da Corte de acordo com o índice de inflação oficial, no que diz respeito aos anos de 2016 e 2017.

Fachin afastou o argumento da AMB de que os juízes teriam direito a uma revisão anual obrigatória dos salários, de acordo com a inflação, pois a conveniência de tal reajuste, segundo o ministro, deve ser examinada a cada ano pelo Poder Executivo.  

LEIA MAIS

Juízes recorrem ao Supremo para suspender Emenda do Teto de Gastos

(Foto: Internet)

Entidades de classe que representam juízes de todo o país entraram nesta quinta-feira (15) com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a Emenda à Constituição do Teto de Gastos (originária da Proposta de Emenda à Constituição 55/2016), que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos, a partir de 2017. A emenda foi promulgada na manhã desta quinta-feira.

A ação é assinada pela Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) e pela Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra). As entidades sustentam que a adoção de novo regime fiscal é ilegal por limitar e restringir a autonomia administrativa do Judiciário.

“Os poderes Executivo e Legislativo resolveram instituir o novo regime fiscal por meio de uma emenda constitucional, limitando e restringindo a autonomia administrativa e financeira do Poder Judiciário de participar da elaboração do seu orçamento”, dizem as associações.

LEIA MAIS

Brasil gasta R$ 16,4 mi ao ano com aposentadorias de juízes condenados pelo CNJ

(Foto: Ilustração)

(Foto: Ilustração)

Uso do cargo para beneficiar loja maçônica, vendas de sentenças, relações pessoais com traficantes e assédio sexual a servidoras de tribunais. É grande a lista de crimes cometidos por juízes e desembargadores em todo o país que levou o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a determinar a aposentadoria compulsória de 48 magistrados desde 2008.

A punição por aposentadoria compulsória custa aos cofres públicos anualmente R$ 16,4 milhões em pensões vitalícias e valores brutos, conforme levantamento inédito feito pelo UOL com dados coletados nos sites de transparência dos tribunais brasileiros e, em alguns casos, em valores informados pelas assessorias de imprensa dos órgãos judiciários.

LEIA MAIS

Juízes e promotores do Vale do São Francisco protestam contra aprovação de projeto que limita atuação de magistrados

(Foto: Waldiney Filho)

O ato contou com a participação de magistrados de Petrolina (PE), Juazeiro (BA), Sobradinho (BA), Casa Nova (BA) e Senhor do Bonfim (BA). (Foto: Waldiney Filho)

Nesta sexta-feira (2), por volta das 11h, Juízes e Promotores da região do Vale do São Francisco, protestaram em frente ao Fórum Doutor Souza Filho, em Petrolina (PE), contra a decisão da Câmara dos Deputados, que aprovou o pacote de medidas de combate à corrupção propostas pelo Ministério Público Federal (MPF), com ressalvas que prejudicam a autonomia do Judiciário em investigações.

Os deputados desfiguraram o projeto original enviado pelo MPF e criaram a punição para juízes e membros do Ministério Público Federal por abuso de autoridade. A proposição foi aprovada por 313 votos a 132. Segundo os magistrados, a lei tem a finalidade de enfraquecer as ações do Judiciário.

A magistrada Thalynni Maria de Lavor, Juíza Federal da 8ª vara, expõe que a motivação desta mudança drástica da proposta de lei enviada a Câmara Federal pelo MPF, está relacionada a interesses dos parlamentares de frearem as investigações de corrupção atuais e futuras.

“Eles querem intimidar. Querem acabar com a Lava Jato, mas eles querem muito mais. Eles querem impedir que outras operações deste porte, não afetem seus interesses escusos, utilizando o Congresso e a legislação, em interesse pessoal, para que eles não precisem prestar contas dos seus crimes. Independente de sigla partidária, eles estão coesos, alguns já réus ou investigados, e outros por ser, da Lava Jato, especialmente” afirma Taline.

O magistrado Cícero Everaldo Ferreira Silva, juiz da 2ª vara criminal de Petrolina, exemplifica de que maneira a mudança poderia mudar a rotina de julgamentos de crimes corriqueiros, como por exemplo, o de agressão ocorridos dentro de unidades familiares.

“Os crimes de violência doméstica, em que o depoimento da vítima  se sobressai a qualquer prova, porque são crimes praticados na calada da noite, sem nenhuma prova testemunhal ou em lugares ermos, ela prepondera na condenação de um agressor. Se esse agressor recorrer ao tribunal e ele entender que que aquela prova é insuficiente, o juiz que condenou em primeira instância, responderá por crime. O juiz que condenou vai responder por crime porque o tribunal discordou  da condenação, então, todos os juízes agora, [caso a lei seja aprovada desta maneira no Senado] não vão poder mais condenar, porque se condenar, vai virar réu, além de ser acionado por danos morais” explicou o magistrado.

Já Vanderlei Andrade Lacerda, lotado na cidade de Casa Nova (BA), afirma que esta é uma medida para desequilibrar a atuação garantida pela Constituição dada aos três poderes legislativo (quem cria leis: vereadores, deputados e senadores), executivo (prefeitos, governadores e presidente) e judiciário (colocam leis em prática:  juízes).

“É uma tentativa do legislativo de suprimir o Judiciário, de acabar com o judiciário enquanto poder, quer tornar talvez um departamento. E isso não pode acontecer, sob pena de toda sociedade estar refém de políticos corruptos, de pessoas que comentem crimes diariamente em nosso país” diz o juiz.

O ato contou com a participação de magistrados e promotores de Petrolina (PE), Juazeiro (BA), Sobradinho (BA), Casa Nova (BA) e Senhor do Bonfim (BA).

Promotores e juízes de Petrolina realizam nesta sexta protesto contra mudança no ‘pacote anticorrupção’

(Foto: Internet/Google maps)

(Foto: Internet/Google maps)

Nesta sexta-feira (2), por volta das 11h, Juízes e Promotores da Petrolina (PE) vão realizar, em frente ao Fórum Dr. Souza Filho, que fica no centro da cidade, um protesto contra a decisão da Câmara dos Deputados que culminou na aprovação do pacote de medidas de combate à corrupção propostas pelo Ministério Público Federal.

Os deputados desfiguraram o projeto e criaram a punição para juízes e membros do Ministério Público Federal por abuso de autoridade. A proposição foi aprovada por 313 votos a 132. Segundo os magistrados, a lei tem a finalidade de enfraquecer as ações do Judiciário.

Pesquisa aponta que 56% dos juízes federais apoiam extinção do foro privilegiado

Na consulta, 62,1% dos juízes se posicionaram contra a criação de uma vara especializada. (Imagem ilustrativa)

Na consulta, 62,1% dos juízes se posicionaram contra a criação de uma vara especializada. (Imagem ilustrativa)

Pesquisa feita pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) mostrou que 93% dos juízes são a favor de mudanças nas regras do foro privilegiado para julgamento de autoridades que cometem crimes comuns, entre elas deputados, senadores e ministros. Na mesma enquete, 56,6% se manifestaram a favor da extinção do foro, inclusive para os próprios magistrados.

Na consulta, 62,1% dos juízes se posicionaram contra a criação de uma vara especializada, em Brasília, para julgar exclusivamente autoridades. A pesquisa foi feita por meio da página da Ajufe na internet, com 595 magistrados.

Na quarta-feira (09), a Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado iniciou análise do parecer do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para acabar com o foro por prerrogativa de função para autoridades. Durante a reunião, um pedido de vista coletiva do parecer foi feito antes da votação da matéria, que ainda não tem data para ocorrer.

Juízes apresentam petição contra o Renan Calheiros no Conselho de Ética

(Foto: Internet)

O presidente do Conselho deverá tomar ciência da peça somente na segunda-feira (31). (Foto: Internet)

A Secretaria do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal recebeu nesta quinta-feira (27) uma petição contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, assinada por cinco juízes.

Segundo a assessoria do senador João Alberto (PMDB-MA), presidente do Conselho de Ética, o documento apresentado pelos juízes “faz menção ao Código de Ética da Magistratura, que diz que qualquer afronta que fira a independência de um juiz deve ser denunciada. Assim, os juízes abaixo-assinados sentem-se no dever de provocar o Conselho de Ética para verificar se houve ou não quebra de decoro pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, em suas declarações”.

O presidente do Conselho deverá tomar ciência da peça somente na segunda-feira (31). João Alberto deve então encaminhá-la para a Advocacia do Senado para análise jurídica. O documento ainda não foi publicado.

Fonte Agência Senado

PF usa método fascista e ministro age como ‘chefete de polícia’, diz Renan

(Foto: Internet)

Após as críticas públicas, Renan se deslocou ao Palácio do Planalto para encontro com o presidente Michel Temer. (Foto: Internet)

Em seu primeiro pronunciamento público após a Operação Métis, realizada no Senado na semana passada, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez duras críticas ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e disse que a Polícia Federal utiliza “métodos fascistas” por ordem de um “juizeco de primeira instância”.

Bastante irritado, ele atacou também o que considerou “excessos” da Lava Jato. “É inacreditável que uma pinimba de agentes policiais de um poder acabe definindo uma crise institucional”, afirmou Renan, em alusão à delação de um policial legislativo que deu origem a ação que culminou com a prisão de quatro agentes do Senado.

Acompanhado dos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), além do deputado Paulinho da Força (SD-SP), Renan disse, nesta segunda-feira (24), que o Senado ingressará com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para “fixar as competências dos poderes”.

LEIA MAIS

Remunerações de juízes acima do teto provocam críticas de Ministros do STF

(Foto: Internet)

O ministro Gilmar Mendes defendeu que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aja para proibir as manobras dos juízes. (Foto: Internet)

A prática de pagamentos acima do teto constitucional que beneficiam três a cada quatro juízes brasileiros, conforme mostrou reportagem do GLOBO, virou alvo de críticas dos Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). São valores que chegam a ultrapassar o que os integrante do STF recebem (R$ 33.763), que é o limite no funcionalismo pela Constituição, e que só são possíveis graças a mudança na natureza de alguns pagamentos, segundo o ministro Marco Aurélio Mello.

De acordo com ele, os juízes utilizam de valores que possuem natureza indenizatória para aumentar as suas remunerações e “driblar” a regra constitucional.

LEIA MAIS

Juízes acusam Gilmar Mendes de agir contra a lava-jato

(Foto: Internet)

O presidente da Associação, João Ricardo Costa, fez diversas insinuações contra Mendes. (Foto: Internet)

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) enviou uma nota de repúdio contra o ministro do STF, Gilmar Mendes. A AMB acusou o ministro de se aproveitar de um “momento fundamental para a democracia para buscar espaço midiático”.

“É lamentável que um ministro do STF, em período de grave crise no País, milite contra as investigações da Operação Lava Jato, com a intenção de decretar o seu fim, e utilize como pauta a remuneração da magistratura. O ministro defende financiamento empresarial de campanha e busca descredibilizar as propostas anticorrupção que tramitam no Congresso Nacional, ao invés de colaborar para o seu aprimoramento”, diz a nota da AMB.

Mendes também criticou os procuradores do Ministério Público e o pacote das dez medidas anticorrupção.

LEIA MAIS

Excelências: projeto dá tratamento de juiz a advogados

Gonzaga Patriota

O texto altera o Artigo 6º da Lei 8.906/98, do Estatuto dos Advogados, e inclui novo parágrafo: “aos Advogados deve ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados e os membros do Ministério Público”

Começou a tramitar no último dia 6 de julho na Câmara o projeto 5.773/16, que promete esquentar o debate sobre o tratamento entre advogados e juízes, já alvo de indiretas das classes durante a operação Lava Jato.

É de autoria do deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE), que determina tratamento protocolar equânime entre advogados, magistrados e promotores, e respaldado em pesquisa acadêmica do advogado Antônio Sólon Rudá, de Brasília.

O texto altera o Artigo 6º da Lei 8.906/98, do Estatuto dos Advogados, e inclui novo parágrafo: “aos Advogados deve ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados e os membros do Ministério Público”.

No bojo do debate está a indiferença protocolar do cotidiano, um desdém de parte dos personagens que, em muitos casos Brasil adentro, causam mais atritos entre as classes.

Segundo Rudá, em seu estudo e na minuta da proposta, há uma “verticalização” no tratamento dispensado nos tribunais e audiências, na qual juízes e promotores são tratados sempre como superiores aos advogados.