Reginaldo Rossi é declarado como Patrono do Brega pela Alepe

Ainda em outubro, foi anunciado que Reginaldo Rossi ganhará uma estátua dentro do Circuito da Poesia.

O cantor recifense Reginaldo Rossi, que já carrega o título de Rei do Brega, agora também ficará eternizado na memória dos pernambucanos como Patrono do Brega.

Ele ganhou o título da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), através da promulgação da lei nº 17.072/20, originada de um projeto do deputado estadual e primeiro secretário da Alepe, Clodoaldo Magalhães (PSB). A aprovação foi publicada no Diario Oficial de Pernambuco no dia 8 de outubro.

Reginaldo Rossi nasceu no Recife, em 14 de fevereiro de 1943. Antes de iniciar a carreira artística, foi professor de matemática e estudante de engenharia. Foi em 1964 que o recifense se encantou pelo mundo da música. Ele começou cantando rock, com inflûencia de Elvis Presley e Beatles, comandando o grupo de rock The Silver e Jets, integrando-se ao movimento Jovem Guarda.

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Bregatrap: músico de Petrolina mescla brega e hip hop e promete movimentar cenário musical

Hellter Felliphe tem 19 anos e quer mostrar seu trabalho como produtor e músico (Foto: Blog Waldiney Passos)

Um músico de Petrolina promete movimentar a cena musical do Vale ao mesclar o brega, um dos ritmos mais ouvidos em Pernambuco e o hip hop, surgido nas periferias dos Estados Unidos. O resultado disso é o estilo bregatrap, explica o jovem Heltter Felliphe, de 19 anos.

Nascido e criado em Petrolina, ele mergulhou no mundo da música aos 14 anos apenas para brincar e a paixão falou mais alto. Antigamente focado em apenas um estilo, o estudante de música e hoje produtor musical ampliou seus horizontes abraçando os ritmos da região: brega, forró, pagode e axé.

“Sou nordestino, petrolinense e nunca quis cantar um forró ou um brega por inibição. De uns tempos pra cá comecei a cantar e analisando o cenário musical, fiz a junção do brega e do trap. Experimentei todos os estilos, vi a beleza e a qualidade desses ritmos”, disse ao Blog Waldiney Passos.

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Artistas e pesquisadores debatem presença do brega em festas promovidas pelo Estado

Desde o mês de maio, o ritmo entrou para a lista de expressões artísticas pernambucanas, por meio da Lei Estadual nº 16.044/2017

Após incluir o brega no rol de expressões artísticas pernambucanas, em maio deste ano, a Assembleia Legislativa abre espaço para discussão sobre esse ritmo musical. Em audiência pública, nesta segunda (25), a Comissão de Cidadania reuniu-se com artistas e pesquisadores para debater políticas públicas que integrem o brega às festividades promovidas pelo Estado. O colegiado ainda pretende contribuir para o desenvolvimento de um manifesto sobre o tema.

Com a aprovação da Lei Estadual nº 16.044/2017, de iniciativa do deputado Edilson Silva (PSOL), que também preside a Comissão, as apresentações de artistas que cantam o ritmo passaram a ter direito a recursos do Governo Estadual. De acordo com o parlamentar, antes da nova legislação, o brega ficava excluído de ciclos como o Carnaval e o São João. “Fui procurado pelos cantores, que reivindicavam a participação nos polos carnavalescos e, desde então, o tema se tornou uma de minhas bandeiras, pois acredito que, a partir do fortalecimento do ritmo, poderemos encontrar solução para muitos dos problemas que vivemos no Estado hoje”, destacou.

Os artistas presentes ao encontro também fizeram a defesa do ritmo. “Nem todo mundo gosta, mas é preciso respeitar”, ponderou a cantora Nêga do Babado. Acerca da valorização do brega, ela avaliou que o caminho pode ser longo. “Se comparar o que pagam para bandas de outros ritmos ou mesmo de fora do Estado, recebemos 20 vezes menos. A gente aceita porque sabe que o povo está esperando pelo nosso show”, relatou.

A discriminação em relação ao estilo musical também fez parte do debate. “A perseguição da classe média aos movimentos como o brega, o rap e o funk é o mesmo sofrido por Bezerra da Silva, por exemplo, quando iniciou a carreira. Precisamos valorizar as vozes da periferia”, pontuou Edilson Silva. “Se alguém tem dúvida da importância do brega para a cultura pernambucana, é só ir em qualquer município para escutar músicas do ritmo sendo cantadas pela população”, desafiou Pallas Pinho, vocalista da banda Ovelha Negra.

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