Ser citado em delação “é desagradável para quem está na vida pública”, diz Temer

(Foto: Arquivo)

O presidente Michel Temer disse hoje (15) que “é constrangedor” ter sido citado no depoimento de Márcio Faria da Silva, ex-presidente da Odebrecht Industrial.

O executivo, que assinou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito da Operação Lava Jato, disse ter tratado em uma reunião com Temer em 2010 sobre uma doação de R$ 40 milhões para a campanha eleitoral do PMDB.

Por meio de nota e de um vídeo publicado na quinta-feira (13) nas redes sociais do governo, Temer disse que se reuniu com o executivo, mas negou ter tratado sobre valores com ele. “É uma coisa desagradável para quem está na vida pública há tanto tempo”, disse o presidente em entrevista à TV Band, exibida nesta noite.

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Temer nega participação em irregularidades citadas em delação da Odebrecht

O teor da delação de Márcio Faria foi divulgado por veículos de imprensa em dezembro. (Foto: Internet)

O presidente Michel Temer negou, em nota oficial divulgada na noite desta quarta-feira (12), ter se reunido com o ex-presidente da Odebrecht Industrial, Márcio Faria, em 2010 para tratar de doações ao PMDB, como o executivo disse em delação premiada. Segundo Faria, o encontro ocorreu no escritório de Temer em São Paulo e o pagamento ao partido seria em troca de facilitar a participação da Odebrecht em projetos da Petrobras.

“O presidente Michel Temer jamais tratou de valores com o senhor Márcio Faria. A narrativa divulgada hoje não corresponde aos fatos e está baseada em uma mentira absoluta. O que realmente ocorreu foi que, em 2010, na cidade de São Paulo, Faria foi levado ao presidente pelo então deputado Eduardo Cunha. A conversa, rápida e superficial, não versou sobre valores ou contratos na Petrobras. E isso já foi esclarecido anteriormente, quando da divulgação dessa suposta reunião”, disse a nota divulgada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República.

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Nome de Temer é citado 43 vezes em delação de executivo da Odebrecht

O nome do presidente Michel Temer aparece 43 vezes no documento do acordo de delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, é mencionado 45 vezes e Moreira Franco, secretário de Parceria e Investimentos do governo Temer, 35. O ex-ministro Geddel Vieira Lima, que pediu demissão recentemente, surge em 67 trechos.

O líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), apontado como o “homem de frente” das negociações da empreiteira no Congresso, tem 105 menções no relato, um arquivo preliminar, ao qual a Folha teve acesso, do que o ex-executivo vai dizer em depoimento às autoridades da Lava Jato.

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