Comunidade indígena Pakararu é atacada mais uma vez

A igreja da comunidade teve portas e janelas quebradas e sofreu tentativa de incêndio. (Foto: Reprodução/ Jornal do Commercio)

Moradores da comunidade indígena Bem Querer de Baixo, em Jatobá, município do Sertão de Pernambuco acionaram a Justiça para investigar a destruição de mais um prédio de uso do povo Pankararu. Desta vez, o alvo foi a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, que sofreu uma tentativa de incêndio e teve portas e janelas quebradas. O ataque aconteceu na madrugada de sábado (8), menos de dois meses do incêndio da escola e da Unidade de Saúde da Família.

De acordo com integrantes da comunidade, que por segurança preferem não se identificar, o vandalismo na igreja católica, no dia de Nossa Senhora da Conceição, 8 de dezembro, tem as mesmas características do incêndio no colégio e no posto de saúde. “Mas agora, gente ligada aos posseiros fez publicação (em redes sociais) comemorando o feito, dizendo que é isso mesmo e que ainda falta (derrubar) as paredes (do templo), e chamando a gente de escória”, declara uma das representantes do povo Pankararu. Jatobá fica a 425 quilômetros da capital, Recife (PE).

A escola de ensino fundamental e a Unidade de Saúde da Família foram danificadas na madrugada de 29 de outubro. “As investigações não dão nenhum resultado, mas todo mundo sabe de onde partem os ataques. A gente acredita que agora o mais importante é mostrar como eles estão confortáveis em atacar, em violentar e em ofender, porque a Justiça mesmo não faz nada”, lamenta. Para os pankararus, as ações são praticadas por posseiros que tiveram de deixar a área indígena demarcada em setembro deste ano, por ordem judicial.

Em nota, a equipe do Programa Estadual de Proteção a Defensores de Direitos Humanos informou que já entrou em contato com a Secretaria de Defesa Social, o Comando Geral da Polícia Militar de Pernambuco e o Ministério Público Federal, entre outras instituições, pedindo reforço no policiamento ostensivo, para prevenir novos ataques. Também reforça a necessidade de investigações para identificar e punir os responsáveis pelos atos de violência.

O delegado de Jatobá, Daniel Angeli, disse que ainda não assumiu o caso, registrado pela equipe de plantão neste fim de semana, e só a partir desta segunda-feira (10) vai se inteirar do assunto.

Desocupação

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