Versão final do relatório da CPI tem 81 pedidos de indiciamentos

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), incluiu nesta terça-feira (26) o senador Luís Carlos Hienze (PP-RS) na lista de sugestão de indiciamentos feita pelo colegiado. A decisão atendeu a um pedido de outro senador, o oposicionista Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que acusou o colega de comissão de disseminação de notícias falsas.

“Essa CPI teve a coragem de pedir o indiciamento do presidente da República e do líder do governo. Não pode fechar os olhos com relação ao comportamento do seu colega parlamentar”, argumentou Alessandro sob protestos de governistas.

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Depoimento de Pazuello à CPI da Covid é suspenso e será retomado amanhã (20)

General Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde.(Foto: José Dias/PR)

O depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à CPI da Covid foi suspenso na tarde desta quarta-feira (19) .

Pazuello presta depoimento na condição de testemunha. A reunião da CPI foi suspensa porque começou, no plenário do Senado, a sessão de votação de projetos. Logo depois, informou a colunista do G1 Ana Flor, o senador Otto Alencar (PSD-BA) disse que Pazuello passou mal. O ex-ministro negou.

Inicialmente, Omar Aziz, presidente da CPI, havia informado que o depoimento seria retomado após a sessão do plenário do Senado. No entanto, antes de a sessão ser encerrada, Pazuello deixou o prédio do Senado e afirmou que retorna nesta quinta.

Ministro do STF concede a Pazuello direito de se calar em CPI da Covid

General Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde.(Foto: José Dias/PR)

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, concedeu nesta sexta-feira (14) um habeas corpus preventivo que garante ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello o direito de se manter em silêncio na CPI da Covid.

Segundo a Folha de Pernambuco, na decisão, o general tem que responder todas as perguntas cujas respostas não levem a autoincriminação. Ou seja, ele não pode se calar e tem o compromisso de falar a verdade em relação a terceiros.

O depoimento do general do Exército à comissão no Senado está marcado para o próximo dia 19.

CPI COVID: ex-ministro Nelson Teich disse que saiu do cargo por divergência sobre cloroquina e imunidade de rebanho

Em depoimento de quase 6 horas à CPI da Covid hoje, o segundo ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro (sem partido), Nelson Teich, criticou a tese da imunidade de rebanho, classificando-a como um “erro”?

Senadores independentes e oposicionistas no colegiado têm sustentado a hipótese de que Bolsonaro apostou na teoria da imunidade de rebanho e negligenciou medidas de enfrentamento da crise sanitária no país. O discurso de que a maioria dos brasileiros deveria se contaminar com a covid-19 foi repetido por Bolsonaro desde o início da pandemia como argumento para se contrapor às medidas de isolamento adotadas por estados e municípios.

Questionado pelo senador Humberto Costa (PT-PE) se acredita que a imunidade de rebanho pode ser uma das teorias que justificaram condutas e posicionamentos do governo e do presidente, o ex-ministro afirmou que, durante sua gestão, a imunidade de rebanho não era uma questão discutida.

Teich disse ainda que pediu demissão do cargo por falta de autonomia e citou divergências quanto à insistência no uso da cloroquina no tratamento para pacientes com covid-19 como o fator determinante. Até o momento, a cloroquina não tem eficácia comprovada para o tratamento dessa doença e, naquela época, Teich já se posicionava contra a aplicação maciça do medicamento, enquanto integrantes do governo estimulavam seu uso, incluindo o presidente Bolsonaro.