Programa oferece doutorado para mulheres negras, indígenas e ciganas

“A história do Brasil foi escrita por mãos brancas. Tanto o negro, quanto índio não têm sua história escrita, ainda. Isso é um problema muito sério porque a gente frequenta universidade, frequenta escola e não temos uma visão correta do passado do negro”, essa fala, da historiadora negra Beatriz Nascimento, deu início, nesta quinta-feira (20), ao lançamento do Atlânticas: Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência.

O programa, liderado pelo Ministério da Igualdade Racial, vai oferecer bolsas de estudo de doutorado sanduíche (feito parte no Brasil e parte no exterior) e pós-doutorado no exterior para mulheres negras, quilombolas, indígenas e ciganas “regularmente matriculadas em curso de doutorado reconhecido pela Capes”. Serão ofertadas 45 bolsas a um custo de R$ 8 milhões.

“Não podemos falar de ciência sem pensar em como a diversidade é condição para produção de ciência de qualidade na graduação e pós-graduação”, afirmou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Para ela, “a diversidade proporciona excelência e inovação. Pessoas com diferentes identidades e experiências podem trazer novas questões de pesquisa, desenvolver outras abordagens metodológicas e analíticas para a solução de problemas. Logo, ela é fundamental para o aprimoramento da ciência”.

A secretária de Políticas de Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo, Márcia Lima, acrescentou que o programa Atlânticas foi criado para “aumentar a inserção e permanência de mulheres cientistas cujas características raciais e éticas contribuem para a sua visibilidade intelectual e falta de oportunidades”.

Segundo dados apresentados pela pasta, apenas 4,9% das bolsas de doutorado sanduíche são de mulheres negras, enquanto as mulheres brancas têm 30,9% das bolsas custeadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq).

Não há nenhuma indígena com bolsa do CNPq para doutorados sanduíches. Já em relação aos pós-doutorados no exterior, as mulheres negras são 12,6% das bolsistas e as mulheres brancas 37,7%. Também não há mulheres indígenas com bolsa do CNPq em pós-doutorado no estrangeiro.

“Esperamos que o Atlânticas incentive cada vez mais mulheres a buscarem a carreira científica, especialmente aquelas que foram historicamente excluídas desses espaços”, disse Ana Venturine, diretora de Ações Afirmativas do Ministério da Igualdade Racial.

Beatriz Nascimento
Historiadora negra brasileira homenageada pelo projeto do governo federal, Beatriz Nascimento é considerada uma das principais intelectuais do país, com contribuições no estudo da identidade negra como instrumento de autoafirmação racial, intelectual e existencial. A Agência Brasil fez um perfil de Beatriz, que morreu vítima de feminicídio, em 1995, com apenas 52 anos de idade.

Caminhos Amefricanos
O Ministério da Igualdade Racial anunciou o lançamento, no dia 31 de julho, do Caminhos Amefricanos – Programa de Intercâmbio Sul-Sul. A iniciativa visa estimular o intercâmbio de curta duração no exterior em países africanos, latino-americanos e caribenhos.

Ainda na área de educação, a pasta informou que vai assinar um protocolo de intenções com a Universidade de Brasília (UnB) para oferecer bolsas de mestrado para sete estudantes no Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais da UnB.

Agência Brasil

Inscrições para seleção para Doutorado em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial estão prorrogadas até 11 de dezembro

(Foto: ASCOM)

Estão prorrogadas até o dia 11 de dezembro as inscrições para a seleção para o Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (PPGADT) – Doutorado Profissional da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), ofertado em associação ampla com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e a Universidade do Estado da Bahia (Uneb).

Podem participar da seleção portadores de diploma de mestrado acadêmico ou profissional, realizado em instituições reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC). No total são 60 vagas para a turma 2023, destas, 25 vagas são destinadas para a Univasf.

Edital de seleção do primeiro doutorado da UPE Petrolina é publicado

(Foto: Blog Waldiney Passos)

A Universidade de Pernambuco (UPE) Campus de Petrolina conseguiu recentemente a aprovação do primeiro curso de Doutorado da UPE no interior do Estado. Trata-se do Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional (PPGRDF), com os cursos de Mestrado e Doutorado.

O Programa está vinculado ao Campus Petrolina e se caracteriza como o primeiro curso de Doutorado da UPE no interior do estado, o qual também é o primeiro Doutorado da área de Fisioterapia no Estado de Pernambuco e o segundo na região Nordeste.

Podem se candidatar a uma vaga no curso de Doutorado e de Mestrado, os portadores de diploma de Mestre conferidos por cursos reconhecidos pela CAPES ou reconhecidos pelos órgãos competentes, quando fornecidos por instituições de outros países.

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Justiça Federal autoriza polícia a doar amostra de maconha para pesquisa de professora da Univasf

(Foto: Ilustração)

(Foto: Ilustração)

O juiz federal titular da 17ª Vara, Arthur Napoleão Teixeira Filho, autorizou a Delegacia de Polícia federal de Juazeiro (BA) a doar amostras da espécie Cannabis Sativa Lineu (“maconha”), para fins de pesquisa, à Fundação Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) que servirão para desenvolver tese de doutorado da professora Kátia Simoni Bezerra Lima.

Para conseguir a liberação da substância, a Univasf buscou a cooperação das Polícias Federal, Civil e Militar, que doariam as drogas apreendidas em operações, com a mediação dos Ministérios Públicos Estadual e Federal. Para tanto, os órgãos de polícia exigiram uma autorização prévia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para manipulação de produtos controlados.

A Anvisa informou que seria necessário autorização judicial para a continuidade da análise da solicitação. O magistrado acatou o pedido da Univasf, em observância ao artigo 109, I, da Constituição Federal. Ação nº 0800454-14.2016.4.05.8308.

Com estudo sobre uso de verbas na educação brasileira, professor da Facape defende doutorado

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O doutorado na Universidade de Aveiro, em Portugal, teve duração de cinco anos. / Foto: Arquivo pessoal

A Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Facape) vem enriquecendo seu quadro de profissionais com incentivos a programas de mestrado e doutorado. Na última semana, a instituição reforçou sua equipe de docentes após a apresentação da tese de doutorado do professor Agnaldo Batista da Silva, que já passou pelos colegiados de Ciências Contábeis, Economia e Administração.

O doutorado na Universidade de Aveiro, em Portugal, teve duração de cinco anos. A tese ‘Determinantes da gestão de verbas da educação em municípios do Brasil’ foi aprovada por unanimidade e sem ressalvas pela banca examinadora. Segundo Agnaldo, o objetivo do estudo foi identificar quais os determinantes considerados pelo gestor público para atingir a qualidade da educação.  

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