Manifestação pede fim da permissão para abate do jumento no Brasil

Uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, na tarde de domingo (30), denunciou o abatimento desmedido de jumentos no Brasil. O ato, chamado Quinta Ação Nacional Contra o Abate de Jumentos, estava previsto para ocorrer também em mais 14 capitais do país e pede o fim da permissão do governo federal e do governo do estado da Bahia para o abate desses animais. Em Brasília, o ato ocorreu no eixão do lazer, no centro da capital.

De acordo com a Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, que organizou a manifestação, os animais correm o risco de serem extintos para atender a uma demanda comercial: a produção do ejiao, produto extraído do colágeno da pele do animal e utilizado na China como medicamento.

Segundo o coordenador jurídico da Frente Nacional de Defesa do Jumentos, Yuri Fernandes Lima, o abate está concentrado em três abatedouros no estado da Bahia.

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Justiça suspende abate de jumentos no Brasil para exportação à China

A Justiça Federal decidiu suspender o abate de jumentos no Brasil para exportação à China. A medida foi tomada por 10 dos 13 desembargadores da Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, na noite da quinta-feira (3).

Desde 2016, o Brasil passou a exportar a couro do animal para a produção de um remédio conhecido como ejiao, bastante popular na China. Não há comprovação científica de que ele funcione, mas, no país asiático, o ejiao é utilizado com a promessa de tratar diversos problemas de saúde, como menstruação irregular, anemia, insônia e até impotência sexual. Ele é consumido de várias maneiras, como em chás e bolos.

Para fabricar o produto, os animais são recolhidos da caatinga e de zonas rurais do Nordeste em grande volume, sem que exista uma cadeia de produção que renove o rebanho, como ocorre com o gado. Ou seja, eles são abatidos em uma velocidade maior do que a capacidade de reprodução, o que acendeu um alerta de que a população de jegues pode ser eliminada nos próximos ano no Nordeste.

No final de dezembro, uma reportagem da BBC News Brasil mostrou que cidades do centro-sul da Bahia se tornaram dependentes economicamente do abate de jumentos. No entanto, o setor cresceu em consonância com o aumento da fome e da pobreza em uma região historicamente já castigada por esses problemas, além de denúncias de maus-tratos, contaminação de animais por mormo (uma doença mortal), trabalho análogo à escravidão e abandono de jegues à morte por inanição.

A decisão do TRF-1 é mais um passo jurídico de uma ação que corre desde 2018, quando entidades de defesa do direito dos animais entraram com um processo solicitando a proibição. Em um primeiro momento, a Justiça da Bahia concedeu uma liminar proibindo os abates no Estado.

Em 2019, porém, a medida foi suspensa por Kassio Nunes Marques, hoje ministro do STF e à época desembargador do TRF-1. Ele voltou a liberar os abates atendendo a um pedido dos governos estadual e federal, além prefeitura de Amargosa, onde funciona o maior frigorífico de abates de jegues do país. O magistrado concordou com o argumento de que a proibição do mercado prejudicava a economia do município e da Bahia.

A maioria dos desembargadores do TRF-1 refutou esse argumento, alegando que a prefeitura de Amargosa não conseguiu provar os supostos prejuízos econômicos provocados pela suspensão inicial do setor. “Não se demonstrou (no argumento) a existência de uma grave lesão à economia pública”, afirmou o desembargador Carlos Eduardo Moreira Alves, que votou pela nova suspensão. Segundo ele, também não ficou comprovada a existência de uma cadeia produtiva para abate no Brasil, o que coloca a espécie em risco. “Não há noticia de que haja rastreabilidade em cadeias de produção ou algo semelhante com que ocorre com o abate de gados”, disse.

“Há músicas e poemas sobre o jumento. Há uma música do Luiz Gonzaga (Apologia ao Jumento) que fala que o animal é nosso irmão, que relata essa proximidade do jumento como um animal de estimação. Imagina se a gente começa a exportar carne de cachorro e de gato para outras culturas que não têm essa proximidade com o animal”, disse. A decisão foi comemorada por ativistas que há anos lutam contra o mercado de ejiao no Brasil.

A suspensão do abate vale para todo território nacional, mas ainda cabe recurso. Além disso, há outros processos na Justiça e investigações do Ministério Público sobre esse mercado.

Mercado lucrativo
Estima-se que o mercado de ejiao movimente bilhões de dólares por ano. Uma peça de couro de jumento, por exemplo, pode ser vendida na China por até U$ 4 mil (cerca de R$ 22,6 mil) — uma caixa de ejiao sai por R$ 750.

No Brasil, os valores do comércio são bem menores — jegues são negociados por R$ 20 no sertão do Nordeste, e depois repassados aos chineses, conforme mostrou a BBC News Brasil em dezembro.

Em relatório recente, o Conselho Regional de Medicina Veterinária da Bahia (CRMV-BA) afirmou que, sem uma cadeia produtiva, o ritmo dos abates e a demanda chinesa pelo ejiao poderiam praticamente dizimar a população de jumentos no Nordeste em poucos anos.

Apenas em Amargosa, são abatidos 4,8 mil animais por mês — 57,6 mil por ano. Há outros dois frigoríficos com permissão para a atividade nas cidade de Simões Filho e Itapetinga, também na Bahia. Com 40 mil habitantes, Amargosa é o ponto final do jumento nordestino antes de ele ser abatido e exportado para virar remédio na China. Desde 2017, o município abriga o frigorífico Frinordeste, local onde mais se abate jegues no país. Ele é comandado pelos chineses Ran Yang e Zhen Yongwei, ambos residentes no exterior, e pelo brasileiro Alex Franco Bastos.

Em entrevista recente à BBC News Brasil, o prefeito de Amargosa, Júlio Pinheiro (PT), afirmou que o setor é o terceiro maior empregador da cidade, atrás só da própria prefeitura e de uma fábrica de sapatos. Para ele, o recente mercado é fundamental para a economia do município, gerando cerca de 150 empregos diretos, além de renda e impostos.

A BBC News Brasil tentou ouvir o frigorífico, mas não obteve resposta.

Agência Brasil

Jumento é atacado por pittbull em Petrolina e tutor do cão dispara: “É a lei da natureza, eu não posso fazer nada”

 

Um jumento foi atacado por um cão da raça pitbull, nesta sexta-feira (22), na rua 29 do bairro Loteamento Recife em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. De acordo com os donos do jumento, em entrevista ao Blog Carlos Britto, o animal foi atacado no rosto, e por conta dos ferimentos, não consegue comer.

 

De acordo com Inês da Conceição, esposa do dono do jumento, o tutor do cão considerou o episódio como normal. “Quando o dono apareceu, disse que era um caso ‘normal’, que seria apenas ‘animal atacando outro animal’. Mandou a gente passar uma ‘babosinha’ nos ferimentos, que ia melhorar”, contou.

 

A nossa equipe de reportagem teve acesso a um vídeo de uma discussão entre os donos do jumento e o tutor do cão. No vídeo, a dona do jumento alerta para os perigos do pittbul solto na rua. “Você tem que ter essa consciência de que eles são perigosos, não adianta”, argumentou.

 

O tutor do cão rebateu. ” É a lei da natureza, eu não posso fazer nada”, contra argumentou.

 

VEJA O VÍDEO DA DISCUSSÃO NA ÍNTEGRA

 

O Centro de Zoonoses  vai enviar uma equipe até o local para tomar as medidas necessárias.

 

Nós não conseguimos o contato do tutor do animal, mas deixamos o espaço do blog a disposição para caso ele queira se pronunciar.

Avião que transportava vacinas contra a Covid-19 na Bahia se choca com Jumento na hora do pouso

O acidente aconteceu na manhã desta quarta-feira (3), na cidade de Ibotirama, na região oeste da Bahia. O avião da Casa Militar do Governador da Bahia, que fazia o transporte de doses da vacina contra a Covid-19 se e chocou com  um jumento que estava na pista na hora do pouso.

A aeronave transportava quatro caixas com vacinas, que não foram danificadas. De acordo com a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), não houve problemas com o imunizante nem com o piloto. A aeronave teve danos pequenos e outro avião foi deslocado para dar a sequência ao transporte das vacinas.

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Homem morre após bater em jumento no C-03

(Foto: Arquivo)

(Foto: Arquivo)

Na madrugada de hoje (10), por volta das 04h, a Polícia Militar (PM) foi acionada pelo Samu, sobre um acidente com vítima fatal na rodovia de acesso do Projeto Senador Nilo Coelho – Núcleo c-03, em Petrolina, Sertão de Pernambuco. Segundo a PM, a vítima, um homem de 58 anos, morava na na vila do C-03.

Segundo relato de algumas pessoas,  a vítima seguia em sua motocicleta e bateu em um jumento, perdendo o controle do veículo e caindo na via. O senhor faleceu no local. O Instituto de Criminalística removeu o corpo ao Instituto Médico Legal.