Brasil pode ter 600 mil mortes por Covid-19, diz médica Ludhmila Hajjar

Em entrevista à Globo News, a cardiologista Ludhmila Hajjar afirmou que, caso o Brasil não mude seus protocolos de atendimentos à Covid-19, o país pode ter até 600 mil mortes.

“O Brasil vai chegar a 500 mil, 600 mil mortes. E ainda teremos sequelas e consequências que não estão sendo pensadas”, disse a médica, que foi sondada para assumir o Ministério da Saúde. Hajjar declinou do convite por “divergências técnicas” com o presidente Jair Bolsonaro. “Os números atuais não refletem ainda no número real de mortes”, alertou a médica

Para ela, o país precisa urgentemente mudar sua política de combate ao coronavírus. “O Brasil precisa de protocolo médico integrado, isso é para ontem”, defendeu.

Médica diz que sofreu ameaças de morte após ser convidada para assumir Ministério da Saúde

(Foto: Reprodução)

Após ser convidada para assumir o Ministério da Saúde no lugar de Eduardo Pazuello, a médica Ludhmila Hajjar passou a ser alvo de ataques das redes bolsonaristas. Em entrevista a jornalista Andréia Sadi, das Organizações Globo, ela disse que recebeu ameaças e que tentaram entrar no hotel onde se hospedou em Brasília.

“Nestas 24 horas houve uma série de ataques a mim. (…) Estou num hotel em Brasília, e houve três tentativas de entrar no hotel. Pessoas que diziam que estavam com o número do quarto e que eu estava esperando-os. Diziam que eram pessoas que faziam parte da minha equipe médica. Se não fossem os seguranças do hotel, não sei o que seria…”

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Cotada para assumir Saúde, Ludhmila Hajjar teria recusado convite

Foto: Sérgio Lima/Poder360

Favorita a assumir o Ministério da Saúde, a médica cardiologista Ludhmilla Hajjar não aceitará o convite. A informação já circula nos bastidores do Palácio do Planalto. Segundo a imprensa da capital brasileira, a reunião de Hajjar com Jair Bolsonaro (sem partido) no domingo (14) não terminou da forma desejada.

O ponto de divergência são as crenças de Hajjar em certas diretrizes para combater a pandemia, enquanto Bolsonaro tem outras ideologias. Segundo o Poder 360, o presidente falou do uso de cloroquina e dos exageros que vê em medidas restritivas à circulação de pessoas em locais mais afetados pela doença.

Hoje a dupla volta a se reunir e Hajjar deve oficializar a recusa ao convite, pois acredita que tais medidas não são eficazes contra a covid. Enquanto isso, o atual ministro, Eduardo Pazuello negou estar doente e disse aguardar uma decisão de Bolsonaro sobre seu cargo.

Quem é Ludhmila Hajjar, cotada para assumir o Ministério da Saúde

Cotada para assumir o cargo de ministra da Saúde, a cardiologista e intensivista Ludhmila Hajjar, de 42 anos, nasceu em Anápolis, em Goiás, é formada pela UNB (Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília), com residência médica no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Ela é diretora de ciência e tecnologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia e coordenadora das UTIs de cardiologia do InCor (Instituto do Coração) e do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, sendo considerada o braço-direito do cardiologista Roberto Kalil Filho, um dos nomes mais respeitados da cardiologia no país. Também é professora associada da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), da disciplina de cardiologia.

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