Vice-prefeito de Petrolina bate forte no Governo Federal durante debate com agricultores

Guilherme Coelho Debate

Durante audiência pública sobre a proposta da Medida Provisória 707, que trata da renegociação de dívidas dos produtores rurais do seminário nordestino, realizada na manhã desta sexta-feira (11) no Sest-Senat em Petrolina (PE), o vice-prefeito de Petrolina Guilherme Coelho (PSDB) não poupou nas críticas ao Governo Federal

Em sua fala, Coelho, que participou do evento como diretor da Associação Brasileira de Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), reforçou a necessidade de se criar medidas efetivas que desonerem o pequeno, o médio e o grande produtor rural do seminário dos altos juros que recaem sobre dívidas e financiamentos.

“A seca é nossa realidade, pois todo ano tem seca. Por isso, os juros para o produtor do Pronaf no semiárido tem que ser zero, e o prazo tem que ser de 20 anos. O governo precisa assumir essa responsabilidade de ajudar o produtor sofrido do seminário, e não afunda-lo de vez”, criticou Guilherme.

Sobre os custos destas medidas aos cofres públicos, Guilherme foi enfático: “pode ser 1, 5 ou 10 milhões [de reais], é obrigação do Governo Federal chegar junto do produtor, porque dinheiro não falta para as Olimpíadas do Rio, para o metrô de São Paulo, e até para corrupção que vemos aí. Mas para gente falta dinheiro? Isso não está correto. Nós não queremos mais paliativos”, criticou.

Os ciclos de debate sobre a medida provisória devem continuar pelo Nordeste, para que a proposta ganhe força e seja aprovada.

Crédito rural: agricultores e participantes defendem “juros zero” para setor produtivo em Petrolina

Agricultores debate 1

O Auditório do Serviço Social do Transporte/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte, Sest/Senat de Petrolina (PE) sediou nesta sexta-feira, o primeiro Ciclo de Debates para o aprimoramento da Medida Provisória (MP) 707, que prorroga o prazo para a renegociação das dívidas dos produtores rurais e dos contratos de financiamento dos transportadores de cargas.

Durante o debate, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), que preside a comissão mista do Congresso Nacional responsável pela análise da MP (CMMPV 707), sinalizou que o texto final da medida provisória deverá ser apreciado na semana do dia 12 de abril.

Debate Dividas 2

Participaram do debate, o senador José Pimentel (PT-CE), líder do governo no Congresso Nacional; o deputado estadual Miguel Coelho (PSB); o diretor-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe) e representante da Federação na Bahia (Faeb), Pio Guerra; o presidente do Instituto da Fruta da Bahia, Ivan Pinto; o presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Petrolina (STR), Francisco Pascoal Silva; o presidente do Sindicato Rural Patronal de Petrolina, Edis Ken Matsumoto entre outras autoridades.

Mais Incentivos

Todos os palestrantes convidados foram unânimes em defender que o governo federal deve perdoar a totalidade das dívidas dos agricultores. “Eles (os produtores) não querem renegociação dos contratos. Eles querem crédito com juros zero”, ressaltou Iran Wilker, da Fetag/BA.

Para o diretor da Abrafrutas, Guilherme Coelho, o governo não pode “condenar” os produtores. “Pois eles (agricultores) são vítimas. O governo tem que pegar na mão deles (produtores) e levantá-los”, afirmou. “O juro do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) tem que ser zero. Os produtores querem pagar suas dívidas e o governo tem que apoiá-los”, acrescentou.

O deputado Miguel Coelho citou outro ponto que, para ele, merece a atenção do governo federal. De acordo com o parlamentar, os produtores de Petrolina não têm recebido assistência técnica por parte da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

“Pedimos que o Ministério da Integração Nacional tenha mais sensibilidade com o pequeno produtor, que precisa de apoio”, defendeu. “Já faz mais de um ano que a Codevasf não dá assistência para o homem do campo. Não estamos discutindo apenas renegociação de dívidas, estamos discutindo sonhos de famílias”, completou o deputado.

Com informações da Ascom