Policiais Militares acusados de fraudes e corrupção em Pernambuco são afastados das funções

Militares da Casa Civil do Estado foram alvos da Operação da Polícia Federal. (Foto: Luiz Pessoa)

Seis meses após a deflagração da Operação Torrentes, dois policiais militares acusados de crimes como fraudes em licitações e corrupção foram afastados das funções públicas pela Secretaria de Defesa Social (SDS). Uma portaria determinou que o tenente-coronel Fábio de Alcântara Rosendo, ex-secretário-executivo da Casa Civil de Pernambuco, e Laurinaldo Félix Nascimento, ex-coordenador administrativo da mesma secretaria, vão permanecer afastados por no mínimo 120 dias.

O capitão do Corpo de Bombeiros Flávio Henrique de Andrade Figueiredo, denunciado pelo crime de peculato na mesma operação, também foi afastado das funções. Além disso, os três militares também devem entregar imediatamente as identificações funcionais de policial e as armas e utensílios funcionais que estão em posse deles.

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Operação Torrentes: MPF apresenta primeira denúncia contra envolvidos em desvio de verbas em PE

(Foto: Ilustração)

Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco (PE) ofereceu à Justiça Federal, nesta segunda-feira (18), a primeira denúncia contra envolvidos na Operação Torrentes.  Entre os denunciados estão quatro militares e quatro citados no grupo de empresários ligados ao suposto esquema.

As irregularidades, segundo a PF, podem chegar a até 30% em contratos que totalizam R$ 450 milhões para compra de comida, colchões, filtros de água e lonas de proteção para flagelados. No dia da operação, os agentes estiveram em prédios públicos como a Secretaria da Casa Militar, que fica no anexo ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo do estado.

Por meio de nota, o Governo de Pernambuco afirmou apoiar “toda investigação que tenha como objetivo impedir o mau uso de recursos públicos” e reforçar a “disposição, transparência e a determinação em prestar todas as informações solicitadas pelos órgãos de controle”. No texto, a administração também ressalta ser fundamental “ter a devida cautela para não condenar de forma antecipada servidores públicos estaduais sem o necessário processo legal”.

Com informações do G1

Operação Torrentes: Paulo Câmara cobra provas do superfaturamento

(Foto: Ilustração)

Em entrevista concedida na manhã de hoje (13) o governador Paulo Câmara (PSB) afirmou que a ação da Polícia Federal, com a Operação Torrentes, carece de provas consistentes. “É importante olhar o inquérito, olhar as peças acusatórias. Para se falar de superfaturamento tem que mostrar onde está o superfaturamento”, afirmou Câmara.

Paulo Câmara disse ainda que não vai admitir erros nos contratos dos serviços que foram realizados durante as operações Reconstrução e Prontidão, ocorridas nos anos de 2010 e 2017 para minimizar o sofrimento das vítimas das enchentes.

“Já mandei olhar todos os contratos. Não vou admitir erro em nenhum deles. Agora, eu tenho clareza de que para acusar é precisa ter provas, precisa estar no inquérito, precisa estar na denúncia. E isso não foi visto ainda”, completou o socialista.

Sobre o envolvimento de servidores estaduais entre eles policiais militares de altas patentes, Câmara adiantou que todos serão afastados das funções até que a Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) conclua as investigações.

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Operação Torrentes: PF cumpre 15 mandados de prisão preventiva em Pernambuco

(Foto: Ilustração)

O último dos 15 mandados de prisão preventiva da Operação Torrentes, foi cumprido nesta sexta-feira (10), por volta das 11h. Ítalo Henrique Silva Jaques se apresentou, na sede da corporação, no Bairro do Recife, acompanhado de um advogado.

Após ser interrogado, ele foi levado para uma audiência de custódia na Justiça Federal, no bairro do Jiquiá, na Zona Oeste da capital pernambucana. Em seguida, foi encaminhado para o Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) em cumprimento à ordem de prisão temporária pelo prazo de cinco dias. A decisão foi da juíza titular da 36ª Vara, Carolina Souza Malta.

Nas audiências de custódias realizadas na Justiça Federal na segunda-feira (9), a juíza havia decidido enviar para o mesmo local outros sete presos na Operação Torrentes: Antônio Manoel de Andrade Junior, Antônio Trajano da Rocha Neto, Heverton Soares da Silva, Ricardo Henrique Reis dos Santos, Ricardo José de Padilha Carício, João Henrique dos Santos e Daniel Pereira da Costa Lucas. As três mulheres presas — Roseane Santos Andrade, Taciana Santos Costa e Rafaela Carrazzone da Cruz Gouveia Padilha — seguiram para a Colônia Penal Feminina do Recife, no Engenho do Meio, na Zona Oeste da cidade.

Com informações do G1

Governo de Pernambuco emite nota sobre a Operação Torrentes

A gestão estadual classificou a operação como “processo de espetaculização negativa das atividades de controle da atuação pública”. (Foto: Internet)

A Operação Torrentes foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã de hoje (9) para desarticular um esquema de corrupção envolvendo servidores públicos do governo Estadual. Em nota, a gestão estadual afirmou que prestou conta dos gastos, com os atingidos pela enchente na Zona da Mata Sul.

Veja a nota na íntegra:

“Com relação à operação da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União realizada hoje (09.11) em prédios da Secretaria da Casa Militar do Estado, o Governo de Pernambuco rearma a disposição de prestar todos os esclarecimentos necessários, como sempre tem feito quando solicitado por órgãos de controle e fiscalização.

A Operação Reconstrução, ocorrida a partir de julho de 2010, envolveu recursos advindos do Estado de Pernambuco e da União, dirigidos ao atendimento emergencial às 120 mil pessoas da Zona da Mata Sul atingidas pela enchente, bem como o trabalho de reconstrução das cidades.

As prestações de contas respectivas foram apresentadas a tempo e modo às autoridades competentes, estaduais e federais. Não foi descumprido nenhum prazo ou foi negada nenhuma informação por parte do Governo de Pernambuco.

Com relação à Operação Prontidão, realizada após a enchente deste ano de 2017, os prazos de prestação de conta ainda estão em curso. A Operação Reconstrução construiu a Barragem de Serro Azul e cinco hospitais, o Hospital Regional de Palmares, os hospitais municipais de Água Preta, Cortês, Barreiros e de Jaqueira.

A Operação Reconstrução também entregou 12.131 mil casas; recuperou ou reconstruiu 71 pontes, recuperou 185 vias urbanas e 28 muros de arrimo em diversos municípios atingidos. A Operação Reconstrução recuperou, ainda, 63,13 quilômetros de rodovias e 203 quilômetros de estradas vicinais; reconstruiu 29 escolas atingidas, revitalizou a orla de Palmares; recuperou e reconstruiu 123 bueiros e 11 passagens molhadas, promoveu a dragagem do Rio Una e criou a Rede de Monitoramento Hidrometeorológico.

É absolutamente lastimável o processo de espetacularização negativa das atividades de controle da atuação pública. O que assistimos hoje é exemplo da grave prática de buscar criminalizar toda a atuação dos agentes públicos e políticos.

Os trabalhos da Operação Reconstrução envolveram grande número de servidores públicos, que realizaram um esforço extraordinário na missão de minimizar o sofrimento que as enchentes causaram à população pernambucana.

É lamentável a operação desproporcional realizada no Gabinete do chefe da Casa Militar, no Palácio do Campo das Princesas. O acesso a todos os documentos e equipamentos ali localizados, assim como a qualquer outro documento público, poderia ter sido solicitado sem a necessidade de qualquer ordem judicial. Logo que disponha de mais informações, o Governo de Pernambuco voltará a se pronunciar publicamente”.