Deputados rejeitam requerimento para adiar votação da PEC do Teto dos Gastos

(Foto: Internet)

(Foto: Internet)

O Plenário rejeitou há pouco, por 246 votos a 13, requerimento do líder do governo, deputado Andre Moura (SE), e manteve na pauta a PEC do Teto dos Gastos Públicos (Proposta de Emenda à Constituição 241/16), que estabelece um limite para os gastos federais para os próximos 20 anos.

Com isso, ficam prejudicados diversos requerimentos de adiamento de discussão que poderiam ser apresentados pela oposição.

LEIA MAIS

ENQUETE: Blog Waldiney Passos quer saber sua opinião sobre a PEC 241

PEC 241 é prioridade do governo nesta semana na Câmara (Foto: Internet)

PEC 241 é prioridade do governo nesta semana na Câmara (Foto: Internet)

Nas últimas semanas o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 241 tem mexido coma  vida dos moradores das cidades irmãs Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). Isso porque diversas instituições tem protestado contra o projeto que tramita na Câmara dos Deputados. Por isso, o Blog WP quer saber a opinião dos leitores sobre o assunto:

Você acha que a PEC 241 vai acarretar em quais consequências ao Brasil caso seja aprovada?

Para acessar a enquete entre na página inicial do blog Waldiney Passos, role a página para baixo e responda o questionamento ao lado direto da página, assim como mostra a imagem abaixo:

adsde

Sobre a PEC: 

A PEC 241 estabelece que as despesas da União (Executivo, Legislativo e Judiciário) só poderão crescer conforme a inflação do ano anterior.

LEIA MAIS

Prisão de Cunha não deve interferir no andamento da PEC 241, diz Meirelles

O ministro da Fazenda informou ainda que o Orçamento de 2017 proposto pelo governo já está dentro dos critérios do limite de gastos previsto pela PEC/  Foto: arquivo

O ministro da Fazenda informou ainda que o Orçamento de 2017 proposto pelo governo já está dentro dos critérios do limite de gastos previsto pela PEC/ Foto: arquivo

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse hoje (21) que a prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados, e deputado cassado, Eduardo Cunha (PMDB), não deverá afetar a tramitação no Congresso Nacional da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que limita os gastos públicos. Meirelles disse acreditar que o andamento da emenda não está sujeitO a questões momentâneas ou políticas.

“Eu não acredito que a PEC esteja sendo influenciada por fatores políticos ou outros fatores momentâneos. Eu acredito que a PEC está sendo aprovada, até o momento, já foi no primeiro turno na Câmara [dos Deputados], exatamente por uma consciência do Congresso [Nacional], que reflete uma consciência cada vez maior da população, de que a emenda constitucional de controle de gastos é necessário para o país”, disse, em entrevista coletiva após ministrar palestra a empresários na capital paulista.

LEIA MAIS

Ponte Presidente Dutra está interditada neste momento

(Foto: Aline Benevides)

(Foto: Aline Benevides)

protesto-3

(Foto: Aline Benevides)

protesto-2

(Foto: Aline Benevides)

Por Volta das 17h40 da tarde desta quarta-feira (19), estudantes contrários a aprovação do Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 241, interditaram o trânsito da Ponte Presidente Dutra que liga as cidade de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA).

Segundo informações, o trânsito está lento no sentido Petrolina para Juazeiro. Não há informações de quando a ponte será liberada.

UPE em Petrolina mostra-se solidária às reivindicações dos estudantes

SAMSUNG DIGIMAX A503

Imagem ilustrativa

Em nota, a Universidade de Pernambuco expressa apoio aos estudantes que protestam na instituição contra o Projeto e Emenda Constitucional 241 (PEC 241). Confira o teor do informe na íntegra:

NOTA PÚBLICA SOBRE A OCUPAÇÃO DOS ESTUDANTES NA UPE CAMPUS PETROLINA

É fato que o Brasil vem passando por várias dificuldades no âmbito econômico e principalmente político. Os últimos três anos vêm sendo marcados por essa crise, que iniciou na economia e teve consequências políticas de primeira ordem. A Gestão do Campus Petrolina desde 2014 sente esses efeitos com a redução no repasse dos recursos em Custeio e Capital. A redução em 2014 foi na ordem de 30%, crescendo em 2015 e 2016, chegando a quase 50%. A Direção em alguns momentos tornou pública a situação, temendo o avançar da crise.

Nesse ínterim, os alunos e docentes se manifestaram exigindo melhoria na qualidade dos serviços prestados pelo Campus. Foi assim na exigência de Concurso Público para Docente, pactuado pelo Governo do Estado; na denúncia do modelo de contratação de professores convidados e na falta da assistência estudantil. Reconhecemos algumas conquistas e avanços, mas temos que destacar que pouca coisa foi modificada ao longo desse tempo.

LEIA MAIS

Renan estima que Senado votará até dezembro a PEC dos gastos públicos

(Foto: Internet)

Além disso, a ideia, segundo o presidente do Senado, é analisar a reforma política. (Foto: Internet)

O presidente do Senado, Renan Calheiros, informou que na próxima quinta (20) vai se reunir com os líderes partidários para definir um calendário de votações nos últimos meses.

Na reunião, prevista para as 11h, os líderes também discutirão como será a análise no Senado da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, que cria um teto para os gastos públicos. A expectativa de Renan Calheiros é que a proposta, que tramita na Câmara, seja aprovada pelo Senado até 9 de dezembro.

“A PEC é muito importante para o Brasil. Nós precisamos avançar no sentido de estabelecer novas diretrizes para a questão fiscal no país”, afirmou Renan Calheiros.

LEIA MAIS

Estudantes da Uneb ocupam campus III contra PEC 241

UNEBEstudantes da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) decidiram em assembleia deliberativa realizada nesta terça-feira (18) pela ocupação do Campus III em Juazeiro (BA). A mobilização tem como objetivo somar-se ao calendário de lutas regionais e nacionais contra a PEC 241, que congela os investimentos públicos por 20 anos, atingindo principalmente a saúde e a educação. A proposta aumenta a precarização da instituição, que luta há anos por condições dignas para o funcionamento dos cursos.

A reunião aconteceu no auditório Antônio Carlos Magalhães e contou com a presença de professores e estudantes de direito, pedagogia, engenharia agronômica, jornalismo em multimeios e engenharia de bioprocessos. Na ocasião mais de 200 pessoas fizeram parte da votação, que deliberou pela ocupação, paralisando as atividades do campus por tempo indeterminado.

Com informações da Comissão de Comunicação

Alunos do IF Sertão-PE fazem manifestação contra a PEC 241

alunos-if-sertao

Alunos do IF Sertão-PE

Os alunos do IF  Sertão-PE, estão se reunindo neste momento na tenda de eventos do Bambuzinho, Av. Souza Filho, Centro, de Petrolina-PE, para realização de uma manifestação contra a PEC 241, que limita os gastos públicos.

Segundo o estudante Emanuel Lucas, a pauta da mobilização não diz respeito apenas a PEC. “Têm várias outras pautas, desde a reforma do ensino médio, como ela vem sendo pautada, como ela foi construída sem a participação dos estudantes e dos professores. Tem também a Lei da Mordaça que é a escola sem partido, que é uma proposta que tira do professor a liberdade de ensinar”, informou.

Da praça do Bambuzinho os alunos seguirão até a reitoria da instituição onde serão abordadas outras pautas internas, a exemplo do orçamento 2017.

Pata o aluno Ítalo Ramon, os estudantes não podem aceitar que um governo autoritário imponha uma medida  sem conversar com ninguém. “Existe um conceito de educação para apoiar os projetos e essa PEC não passou de jeito nenhum por este conselho, a população não foi chamada para debater sobre isso”, alertou.

“Essa PEc vai contra o Plano Nacional de Educação que levou 5 anos para ser planejado em debate com professores, alunos, estudantes, o pessoal que realmente está na escola e sabe o que está acontecendo”, acrescentou Ramon.

Estudantes de Casa Nova e Santa Maria da Boa Vista protestam contra a PEC 241

Estudantes protestam na cidade de Casa Nova (BA).

Estudantes protestam na cidade de Casa Nova (BA).

Após a aprovação, na Câmara dos Deputados, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que limita o crescimento dos gastos públicos à taxa da inflação pelos próximos 20 anos, estudantes de escolas do município de Casa Nova (BA) e de Santa Maria da Boa Vista (PE) foram às ruas reivindicar contra a PEC.

protesto-estudantes-santa-maria

Alunos pedem a saída de Temer na cidade de Santa Maria da Boa Vista.

Nas duas cidades os alunos gritavam o já tradicional “Fora, Temer” e circulavam nas ruas com cartazes. De acordo com os alunos de Casa Nova, a lei “congela os investimentos em Saúde, educação por 20 anos. No caso os investimentos são cortados ao meio de acordo com a inflação do País”.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, diz que “não há possibilidade de prosseguir economicamente no Brasil gastando muito mais do que a sociedade pode pagar. Este não é um plano meramente fiscal.”

PEC que limita gastos públicos não afetará autonomia do Judiciário, diz ministro

(Foto: Internet)

(Foto: Internet)

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, garantiu nesta sexta-feira (14) à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, e aos presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Laurita Vaz, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra Martins Filho, e do Superior Tribunal Militar (STM), William de Oliveira Barros, que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos, não colocará em risco a harmonia entre os Poderes.

De acordo com Meirelles, a finalidade do encontro com os presidentes dos Tribunais foi demonstrar a necessidade da aprovação da PEC, explicando pontos básicos do texto, de modo a esclarecer que a restrição será igual para os três Poderes da República.

“Um dos pontos importantes que vale a pena ressaltar é exatamente o consenso a que se chegou de que a PEC estabelece uma restrição igual para todos os Poderes. Não há nada específico para um determinado Poder que seja diferente dos demais”, ressaltou.

LEIA MAIS

Renan quer votar PEC dos Gastos até último dia do ano fiscal

(Foto: Internet)

(Foto: Internet)

O presidente do Senado, Renan Calheiros, anunciou nesta terça-feira (11) que se empenhará para garantir a votação até o último dia do ano fiscal da proposta de emenda à Constituição que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior (PEC 241/2016 na Câmara). Se necessário, acrescentou, o recesso parlamentar será suspenso para agilizar a votação da matéria.

Na opinião do senador, a aprovação em primeiro turno da proposta pela Câmara, na noite de segunda-feira (10), foi um passo importante para superar as dificuldades econômicas do país.

LEIA MAIS

Conselho Municipal de Juventude de Juazeiro emite nota em apoio à luta dos estudantes no Vale do São Francisco

(Foto: Pedro Lucas)

O Conselho defende as atuações dos alunos contra a Proposta de Emenda Constitucional 241. (Foto: Pedro Lucas)

O Conselho Municipal de Juventude de Juazeiro (BA) emitiu nota em apoio à luta dos estudantes do Vale do São Francisco. O Conselho defende as atuações dos alunos contra a Proposta de Emenda Constitucional 241, também conhecida por PEC do Teto de Gastos.

Confira a íntegra da nota:

Na última segunda-feira (10), a Câmara de Deputados votou a Proposta de Emenda Constitucional 241, também conhecida por PEC do Teto de Gastos, cujo objetivo é limitar as despesas do Governo Federal com saúde, educação e assistência social, além de congelar o salário mínimo.

LEIA MAIS

Vereadores se manifestam contra a PEC 241 e em apoio ao movimento estudantil de Juazeiro

(Foto: blog Waldiney Passos)

(Foto: blog Waldiney Passos)

Em sessão na Câmara Municipal de Juazeiro (BA), nesta terça-feira (11), os vereadores Tiano Felix (PT) e Agnaldo Meira (PCdoB) posicionaram-se contra a aprovação na Câmara dos Deputados, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, que congela investimentos em saúde, educação e demais direitos sociais, proposta pelo governo de Michel Temer.

“Essa PEC tira dos mais pobres, o direito à escola, creche, acesso à universidade. É um governo que vai nos tirar a possibilidade de construir novas unidades de saúde e demais investimentos sociais”, afirmou Tiano. 

LEIA MAIS

Entenda o que é a PEC 241 e como ela pode afetar sua vida

pec-241A Câmara dos Deputados passou em primeira votação nesta segunda-feira a proposta de emenda constitucional que cria uma teto para os gastos públicos, a PEC 241, que congela as despesas do Governo Federal, com cifras corrigidas pela inflação, por até 20 anos. Com as contas no vermelho, o presidente Michel Temer vê na medida, considerada umas das maiores mudanças fiscais em décadas, uma saída para sinalizar a contenção do rombo nas contas públicas e tentar superar a crise econômica. O mecanismo enfrenta severas críticas da nova oposição, liderada pelo PT, pelo PSOL e pelo PCdoB, mas também vindas de parte dos especialistas, que veem na fórmula um freio no investimento em saúde e educação previstos na Constituição. O texto da emenda, que precisa ser aprovado em uma segunda votação na Câmara e mais duas no Senado, também modifica a regra de reajuste do salário mínimo oficial, que se limitará à variação da inflação. Veja como foi a votação nesta segunda aqui. Entenda o que é a proposta e suas principais consequências.

O que é a PEC do teto de gastos?

A PEC, a iniciativa para modificar a Constituição proposta pelo Governo, tem como objetivo frear a trajetória de crescimento dos gastos públicos e tenta equilibrar as contas públicas. A ideia é fixar por até 20 anos, podendo ser revisado depois dos primeiros dez anos, um limite para as despesas: será o gasto realizado no ano anterior corrigido pela inflação (na prática, em termos reais – na comparação do que o dinheiro é capaz de comprar em dado momento – fica praticamente congelado). Se entrar em vigor em 2017, portanto, o Orçamento disponível para gastos será o mesmo de 2016, acrescido da inflação daquele ano. A medida irá valer para os três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário. Pela proposta atual, os limites em saúde e educação só começarão a valer em 2018.

Por que o Governo diz que ela é necessária?

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, diz que “não há possibilidade de prosseguir economicamente no Brasil gastando muito mais do que a sociedade pode pagar. Este não é um plano meramente fiscal.” Para a equipe econômica, mesmo sem atacar frontalmente outros problemas crônicos das contas, como a Previdência, o mecanismo vai ajudar “a recuperar a confiança do mercado, a gerar emprego e renda” ao mesmo tempo em que conterá os gastos públicos, que estão crescendo ano a ano, sem serem acompanhados pela arrecadação de impostos. Para uma parte dos especialistas, pela primeira vez o Governo está atacando os gastos, e não apenas pensando em aumentar as receitas. O Governo Temer não cogita, no momento, lançar mão de outras estratégias, como aumento de impostos ou mesmo uma reforma tributária, para ajudar a sanar o problema do aumento de gasto público no tempo.

O que dizem os críticos da PEC?

Do ponto de vista de atacar o problema do aumento anual dos gastos públicos, uma das principais críticas é que uma conta importante ficou de fora do pacote de congelamento: os gastos com a Previdência. É um segmento que abocanha mais de 40% dos gastos públicos obrigatórios. Logo, a PEC colocaria freios em pouco mais de 50% do Orçamento, enquanto que o restante ficaria fora dos limites impostos – só a regra sobre o salário mínimo tem consequências na questão da Previdência. A Fazenda afirmou, de todo modo, que a questão da Previdência será tratada de forma separada mais à frente. “Se não aprovar mudanças na Previdência, um gasto que cresce acima da inflação todos os anos, vai ter de cortar de outras áreas, como saúde e educação”, diz Márcio Holland, ex-secretário de política econômica da Fazenda. “Nesse sentido, a PEC deixa para a sociedade, por meio do Congresso, escolher com o que quer gastar”, complementa. Há vários especialistas que dizem que, na prática, o texto determina uma diminuição de investimento em áreas como saúde e educação, para as quais há regras constitucionais. Os críticos argumentam que, na melhor das hipóteses, o teto cria um horizonte de tempo grande demais (ao menos dez anos) para tomar decisões sobre toda a forma de gasto do Estado brasileiro, ainda mais para um Governo que chegou ao poder sem ratificação de seu programa nas urnas. Eles dizem ainda que, mesmo que a economia volte a crescer, o Estado já vai ter decidido congelar a aplicação de recursos em setores considerados críticos e que já não atendem a população como deveriam e muito menos no nível dos países desenvolvidos. Se a economia crescer, e o teto seguir corrigido apenas de acordo com a inflação, na prática, o investido nestas áreas vai ser menor em termos de porcentagem do PIB (toda a riqueza produzida pelo país). O investimento em educação pública é tido como um dos motores para diminuir a desigualdade brasileira.

Quando a PEC começa a valer?

Se aprovada na Câmara e no Senado, começa a valer a partir de 2017. No caso das áreas de saúde e educação, as mudanças só passariam a valer após 2018, quanto Temer não será mais o presidente.

Qual o impacto da PEC no salário mínimo?

A proposta também inclui congelamento do valor do salário mínimo, que seria reajustado apenas segundo a inflação. A regra atual para o cálculo deste valor, válida até o ano de 2019, soma a inflação à variação (percentual de crescimento real) do PIB de dois anos antes. Em outras palavras, a nova regra veta a possibilidade de aumento real (acima da inflação), um fator que ajudou a reduzir o nível de desigualdade dos últimos anos. Além de ser o piso dos rendimentos de um trabalho formal regular no Brasil, o salário mínimo também está vinculado ao pagamento de aposentadorias e benefícios como os, por lei, destinados a deficientes físicos.

O que acontece se a PEC for aprovada e o teto de gastos não for cumprido?

Algumas das sanções previstas no texto da PEC para o não cumprimento dos limites inclui o veto à realização de concursos públicos, à criação de novos cargos e à contratação de pessoal. Em outras palavras, pretende ser uma trava muito mais ampla que a Lei de Responsabilidade Fiscal, por exemplo, que cria um teto de gastos com pessoal (vários Estados e outros entes a burlam atualmente).

A PEC do teto vale para os Estados também?

A PEC se aplicará apenas aos gastos do Governo Federal. No entanto, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, já sinalizou que o Planalto deve encaminhar em breve uma segunda PEC que limita os gastos estaduais. Por enquanto não há consenso entre o Executivo Federal e os governadores sobre o assunto.

Quais impactos a PEC pode ter nas áreas de educação e saúde?

Os críticos afirmam que a PEC irá colocar limites em gastos que historicamente crescem todos os anos em um ritmo acima da inflação, como educação e saúde. Além disso, gastos com programas sociais também podem ser afetados pelo congelamento. Segundo especialistas e entidades setoriais, esta medida prejudicaria o alcance e a qualidade dos serviços públicos oferecidos. Especialistas apontam problemas para cumprir mecanismos já em vigor, como os investimentos do Plano Nacional de Educação. Aprovado em 2014, o PNE tem metas de universalização da educação e cria um plano de carreira para professores da rede pública, uma das categorias mais mal pagas do país. “A população brasileira está envelhecendo. Deixar de investir na educação nos patamares necessários, como identificados no PNE, nos vinte anos de vigência da emenda proposta – tempo de dois PNEs -, é condenar as gerações que serão a população economicamente ativa daqui vinte anos, a terem uma baixa qualificação”, disse o consultor legislativo da Câmara dos Deputados, Paulo Sena, ao site Anped, que reúne especialistas em educação.

Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que mais importante do que o valor despendido com áreas como saúde, educação e segurança, é a qualidade desses gastos. “Dados da educação e da saúde hoje mostram que a alocação de recursos não é o problema. É preciso melhorar a qualidade do serviço prestado à população”, disse. “Teremos muito trabalho. O principal deles será o de mostrar que a saúde e educação não terão cortes, como a oposição tenta fazer a população acreditar”, afirmou a líder do Governo no Congresso, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES).

A PEC do teto atingirá de maneira igual ricos e pobres?

A população mais pobre, que depende do sistema público de saúde e educação, tende a ser mais prejudicada com o congelamento dos gastos do Governo do que as classes mais abastadas. A Associação Brasileira de Saúde Pública, por exemplo, divulgou carta aberta criticando a PEC. No documento a entidade afirma que a proposta pode sucatear o Sistema Único de Saúde, utilizado principalmente pela população de baixa renda que não dispõe de plano de saúde. Além disso, de acordo com o texto da proposta, o reajuste do salário mínimo só poderá ser feito com base na inflação – e não pela fórmula antiga que somava a inflação ao percentual de crescimento do PIB. Isso atingirá diretamente o bolso de quem tem o seu ganho atrelado ao mínimo.

Por que a Procuradoria Geral da República diz que é inconstitucional?

Em nota técnica divulgada em 7 de outubro o órgão máximo do Ministério Público Federal afirmou que a PEC é inconstitucional. De acordo com o documento, “as alterações por ela pretendidas são flagrantemente inconstitucionais, por ofenderem a independência e a autonomia dos Poderes Legislativo e Judiciário e por ofenderem a autonomia do Ministério Público e demais instituições constitucionais do Sistema de Justiça […] e, por consequência, o princípio constitucional da separação dos poderes, o que justifica seu arquivamento”. A crítica vem pela criação de regras de gastos para os demais Poderes. Na nota, a procuradoria argumenta que, caso aprovada, a PEC irá prejudicar a “atuação estatal no combate às demandas de que necessita a sociedade, entre as quais: o combate à corrupção; o combate ao crime; a atuação na tutela coletiva; e a defesa do interesse público”. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência rebateu a PGR, afirmando que na proposta não existe “qualquer tratamento discriminatório que possa configurar violação ao princípio da separação dos poderes”.

O que vem depois da PEC, se ela for aprovada tal como está?

A PEC é a prioridade da equipe econômica do Governo Temer, que vai pressionar por outras reformas nos próximos meses, como a Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista.

Renan diz que Senado vota PEC dos Gastos até o fim do ano

(Foto: Internet)

. A PEC 241 foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados e ainda precisa ser votada em segundo turno na Casa antes de chegar ao Senado. (Foto: Internet)

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje (11) que, se for preciso, adiará o início do recesso legislativo do fim do ano para concluir a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos. A PEC 241 foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados e ainda precisa ser votada em segundo turno na Casa antes de chegar ao Senado.

Para garantir celeridade na aprovação da proposta, Renan disse que está atuando pessoalmente. “Se for necessário invadir o recesso, vamos invadir o recesso para termos a conclusão da tramitação dessa PEC, que é importante, é o primeiro passo para construirmos a sustentabilidade fiscal até o final do ano.”

LEIA MAIS
123