Presidente do CBHSF faz alerta sobre rejeitos de Brumadinho no rio São Francisco: “Sem dúvida alguma haverá um impacto”

Rompimento de Barragem no dia 25 deixou rio Paraopeba morto, Três Marias está no caminho dos rejeitos (Foto: Washington Alves/AFP Photo)

O rompimento da barragem de Brumadinho (MG) no dia 25 de janeiro provocou comoção nacional, pelo número de mortos, bem como das perdas materiais e ambientais. Os rejeitos minerais deixaram o estado mineiro em alerta, repercutindo também nos sertanejos banhados pelo rio São Francisco.

Desde o rompimento, órgãos estaduais e federais fazem o monitoramento da pluma de rejeitos. Segundo o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), Anivaldo de Miranda, é inevitável que o Velho Chico seja atingido. Ele conversou com exclusividade com o Blog Waldiney Passos por telefone e fez um alerta.

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“A pluma está em evolução, segundo as primeiras informações de prognóstico a pluma chegaria no lago de Três Marias, que já é São Francisco entre os dias 15 e 20 desse mês. Ainda não chegou, ela está se aproximando. A última barreira das águas do Paraopeba atinjam Três Marias é o reservatório de Retiro Baixo, já está na entrada dessas águas. Em algum momento essa água atingirá Três Marias, ai serão necessárias análises dessa água”, explicou Anivaldo.

O presidente do CBHSF visitou Brumadinho na semana passada, para ajudar as famílias atingidas e também cobrar providências. Segundo Anivaldo, a população sertaneja não será atingida diretamente, como vem sendo a mineira.

“As populações ribeirinhas do submédio, elas não sofrerão impactos diretos como no Paraopeba. Os efeitos chegarão muito, muito abrandados, mas se isso não é razão para pânico, também não é razão para as pessoas não se manifestarem [cobrando providências das autoridades]. Sem dúvida alguma haverá um impacto”, destacou.

Distância

O motivo para que os possíveis impactos no São Francisco sejam menores, de acordo com Anivaldo de Miranda, é a distância do rio Paraopeba, fato que implica na dissipação dos rejeitos. As margens desse rio, já considerado morto, o Comitê participou de uma reunião com a população ribeirinha.

Monitoramento

Na quinta-feira (7) a Agência Nacional das Águas (ANA) emitiu uma nota, afirmando que “ainda não é possível afirmar, neste momento, as consequências que advirão ou que os rejeitos provenientes do rompimento da barragem irão atingir o reservatório de Três Marias e impactar usuários de recursos hídricos localizados no rio São Francisco”.

O monitoramento em curso no rio Paraopeba é conduzido pela ANA, Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), CPRM e Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA).

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