“A gente não passa algumas coisas para a polícia porque a gente não confia mais”, disse Lucinha Mota em entrevista a Antonia Fontenelle

Na noite dessa segunda-feira (16), Lucinha Mota, mãe da garota Beatriz Mota, que foi brutalmente assassinada em dezembro de 2015, foi entrevistada no Youtube pela atriz e apresentadora Antonia Fontenelle.

Durante a entrevista, Lucinha voltou a falar sobre a dificuldade de avançar que o caso enfrenta. Segundo a mãe de Beatriz, a impressão que fica é de que há uma rede de proteção em volta dos assassinos da garota.

“A impressão que eu tenho, Antonia, é de que o Estado não quer solucionar, não quer punir. Existe uma rede de proteção para esses criminosos. Porque tudo indica que foi planejado. Vários peritos já disseram: Lucinha, para entrar naquele colégio, só alguém que conhecia todos os acessos”, disse.

Lucinha falou ainda sobre um acontecimento em que a polícia interceptou uma comunicação dela e uma pessoa que queria entregar um vídeo que ajudaria na investigação. Segundo a mãe de Beatriz, uma pessoa parecida com ela foi colocada para receber o material.

“Meses depois do crime, uma pessoa de outra país entrou em contato comigo e disse: Lucinha, eu tenho uma imagem de um vídeo muito importante para passar para você, mas a gente só entrega para você. Imediatamente a polícia interceptou essa ligação. Eles colocaram uma pessoa parecida comigo em um determinado local para receber essa mídia”, afirmou

Lucinha disse ainda que, na época, não teve acesso a essas imagens, que mostram um ex-aluno do Colégio Maria Auxiliadora nervoso próximo ao local em que Beatriz foi morta. Ainda de acordo com a mãe de Beatriz, a pessoa que havia enviado o vídeo disse que havia parado de falar com ela porque estava sendo ameaçada.

“Ano passado, essa pessoa novamente entrou em contato comigo e disse: Lucinha, você viu o vídeo que eu mandei para você em 2016? Eu disse não. Eu nem lembrava mais, porque na época eu não estava bem. E ela disse: pois então vou te mandar novamente. Eu parei de falar com você, porque logo depois que nos entregamos essa mídia achando que seria para você, eu fui ameaçada de morte. Quando ela me enviou essas imagens no ano passado, ela me ligou desesperada dizendo: Lucinha, as ameaças começaram de novo”, afirmou.

Na sequência da entrevista, Lucinha disse que, através do seu advogado, instruiu essa pessoa a procurar a polícia de onde ela morava. Ainda segundo Lucinha, tudo isso não foi passado para a polícia de Pernambuco porque falta confiança. “A gente não passa para a Polícia Civil porque a gente não confia neles, não existe mais essa relação de confiança”, afirmou.

Deixe um comentário