Câmara de Petrolina propõe declarar ONG Movimento como “utilidade pública”, mas líder do governo orienta voto contrário da bancada

Matéria foi aprovada com apenas dois votos contrários (Foto: Arquivo)

Um projeto de lei apresentado por Diogo Hoffmann (PSC) nesta quinta-feira (23) deu o que falar na Câmara de vereadores de Petrolina. O edil propunha instituir a declaração de utilidade pública a ONG Movimento, que presta trabalho voluntário na cidade.

Enquanto Diogo argumentou sobre as ações sociais em comunidades carentes e até mesmo de ressocialização, o líder da Situação, Ronaldo Silva (PSDB) entoou o coro para que os colegas votassem contrário. O motivo: uma retaliação ao presidente da ONG, Edilson de Lira.

Para quem não lembra, na época que a Câmara de Vereadores debatia tornar as igrejas como serviço essencial, no início do ano, Edilson fez duras críticas ao Poder Legislativo. E o fato não passou em branco por Ronaldo, que propôs um “toma lá, da cá”.

Ong Movimento deu o que falar na Câmara

“Meu voto no projeto do vereador Diogo Hoffman, que declara utilidade pública a ONG, eu quero dizer a vossas excelências, que o voto deste vereador vai ser contrário. Infelizmente nesse projeto eu voto contra, porque uma ONG para receber declaração de utilidade pública é muito importante. Vocês não sabem da importância de uma entidade quando se transforma em utilidade pública“, afirmou o líder governista.

“Temos que dar o troco”, afirma líder do Governo

Quero dizer que o presidente desta entidade, que é ligado a um pastor desta igreja estava até pouco tempo excomungando essa Casa […] tem que respeitar os vereadores dessa casa. Não é justo você ir pra a imprensa falar o que falou e há pouco tempo precisar dessa Casa. Nós temos que dar o troco“, continuou Ronaldo.

Wenderson Batista (DEM) foi outro a dizer que votaria contrário por ser “corporativista”, classificou o pastor como “pastorzinho” e para ele, ONGs e sindicatos não deveriam existir. “Esse negócio de ONG, de Sindicato tinha que acabar. Porque para tirar proveitos de coisa tributária todo mundo lembra do poder público, se curva de vir pedir o benefício“, afirmou.

ONG cumpre exigências para ser contemplada

Conforme anunciado pela Mesa Diretora, o projeto de Lei n° 149/2021 teve pareceres favoráveis nas comissões. E enquanto a liderança da bancada solicitava uma “retaliação”, Ruy Wanderley (PSC) discordou e lembrou que, a Câmara não pode ser pautada por uma postura revanchista.

Voto tem que ser técnico, cobra Ruy

Em nenhum momento o pastor desqualificou essa Casa“, disse. “Enquanto vereador tenho que dar o parecer pela constitucionalidade e legalidade. O voto político é dado aqui, mas o meu parecer, enquanto relator, tem que ser técnico [..] o projeto é legal e constitucional”, enfatizou.

Membro da bancada evangélica, Alex de Jesus (Republicanos) pontuou que não concordou com as falas do pastor naquela época. Contudo, isso não afeta seu julgamento em relação ao projeto. Mesmo com a orientação do líder governista, o PL 149 teve apenas os votos contrários de Ronaldo e Wenderson e segue para sanção do prefeito Miguel Coelho.

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