Caso Beatriz: perito volta a se manifestar, afirma que homicida contou com ajuda e nega ritual

Sanguinetti questionou o trabalho da polícia diante do caso. “O que as autoridades estão fazendo? Lavaram as mãos? Acorda, Petrolina!”.

O médico legista George Sanguinetti, que participou da investigação de vários casos de repercussão nacional, voltou a fazer comentários sobre o assassinato da menina Beatriz Mota, morta a facadas durante uma festa de formatura no Colégio Maria Auxiliadora, em Petrolina (PE), no dia 10 dezembro de 2015.

A poucos dias do caso completar três anos, Sanguinetti afirmou que “Petrolina tem uma dívida com Beatriz, um anjo que foi jogada para o céu, com barbaridade e selvageria” e disse, ainda, que “muitos são cúmplices do silêncio”.

De acordo com o médico legista, após examinar as fotografias ampliadas da cena do crime, ele detectou “impressões papilares em manchas coaguladas de sangue, especificamente no terço inferior do braço esquerdo, próximo ao punho”. Além disso, notou, ao redor do corpo, “suportes que mostram digitais”.

“Não há dúvida que [Beatriz] foi contida, segura pelo antebraço, por parte do agressor, enquanto com a mão armada de faca, desferia os incompreensíveis 42 golpes, que tiraram a vida da criança. As digitais a quem pertencia?”, questiona.

Para Sanguinetti, o suspeito estava familiarizado com o Colégio e contou com ajuda para a prática do crime. “Transitava com facilidade sem chamar atenção, conhecia bem o local, por isso escolheu a sala de esportes desativada. Com inteligência acima da média, contou com ajuda de mais uma pessoa para vigilância, enquanto executava Beatriz”.

Ritual

O médico legista descartou a possibilidade de um ritual de magia negra. “O motivo de tanta violência, vingança? Um recado? Não foi um ritual de magia negra, satanismo. Não há indicativo que resultou de ritual cabalístico, quer quanto a sede e característica dos cortes, como também no manuseio do sangue e órgãos. Fúria desordenada, multiplicidades de golpes, aleatórios”.

Trabalho da polícia

Sanguinetti questionou ainda o trabalho da polícia, que não mostrou grande desenvolvimento mesmo com tantas provas, de acordo com o próprio perito. “Este assassino não foi incomodado por sucessão de delegados, cada um com uma hipótese, sem prova técnica. E o tempo foi passando. Foi divulgado, no curso das investigações que a Polícia possuía tantas provas, DNA do homicida, etc. E os depoimentos controversos? Agora silêncio total”.

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