Covid-19: endividados cantores de forró colocam bens à venda para honrar compromissos

(Foto: Reprodução/Instagram)

A ausência de shows causada pela pandemia do coronavírus avança drasticamente na vida dos cantores de forró do Ceará. O comércio de bens conquistados com muitos shows começa a ser a saída para evitar o acúmulo de dívidas. A empresa responsável por gerir a carreira da cantora Kátia Cilene publicou no Instagram, a venda de dois ônibus usados em shows pela forrozeira.

“São dois carros revisados e prontos para rodar o Brasil. Segurança e conforto. O Busscar ano 2000, motor Mercedes o400 com 28 poltronas leitão. Outro Marcopolo Mercedes motor o500 , ano 2008”, diz o comunicado na rede social da produtora.

A situação da empresa de Kátia Cilene, assim como de outros artistas, reflete o forte impacto causado pela ausência de shows durante a pandemia, desde março de 2020.

Prestes a completar 30 anos de existência, a banda Brasas do Forró é mais uma vítima da pandemia do coronavírus. Sem eventos, por conta de decretos no Ceará e em outros estados do Nordeste contra aglomerações, o grupo acaba de colocar um ônibus para vender.

Ivanilson Tavares, empresário da banda, conta que desde o início da pandemia, o grupo de forró já vendeu um caminhão, um carro particular e um terreno para poder honrar com compromissos financeiros da banda.

“O ônibus é praticamente a nossa casa. A banda leva os instrumentos e componentes para os shows. Devido à pandemia, a gente não tem perspectiva de voltar esse ano de 2021. Pois a gente só consegue isso quando a vacinação estiver alta. Ainda não chegamos nem 5% em março. Então, pela projeção, esse ano vai ser o ano novamente parado”, ressalta o empresário.

Em fevereiro deste ano, para amenizar os impactos da pandemia no setor de eventos, o governo do Ceará anunciou um pacote de ações de alívio. Foram estabelecidas a criação de um auxílio de R$ 1 mil direcionado aos profissionais da área, publicação de edital para eventos corporativos, extensão de prazo de pagamento do ICMS e isenção de IPVA e de taxas de equipamentos culturais.

As medidas anunciadas partiram de um conjunto de pleitos apresentados em conjunto pelas entidades representantes do setor de eventos do Estado, incluindo o Sindieventos-CE, a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), o Visite o Ceará, a associação de cerimonialistas, e grupos de empresários de entretenimento.

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