DCE da Univasf critica intervenção do MEC e faz abaixo-assinado contra reitor pro tempore

Estudantes fazem abaixo-assinado contra reitor pro-tempore (Foto: Arquivo)

O anúncio de um reitor pro tempore à Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) provocou reação da comunidade acadêmica. O Diretório Central Estudantil (DCE) emitiu uma nota criticando a intervenção do Ministério da Educação (MEC) que passou por cima da eleição interna.

De acordo com o DCE, o Governo Federal nomeou um “interventor”, favorecendo a chapa perdedora na eleição de 2019. “A Univasf está sofrendo um ataque à sua autonomia e à sua democracia. Um grupo de professores que tem alinhamento político com o governo Federal e com o ministro da Educação está tentando sujar de todas as formas o processo eleitoral de escolha de reitor da Univasf”, afirmou o diretor do DCE, Bruno de Melo.

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Segundo o DCE, mesmo os estudantes não sendo apoiadores da candidatura de Télio Leite, vencedor do pleito, a decisão da maioria deve ser respeitada. “O candidato Télio venceu em todas as categorias, o professor Télio venceu novamente na lista-tríplice e a chapa perdedora impetrou uma ação na Justiça. No atual momento a lista-tríplice está suspensa”, destacou o presidente.

Indignados com a intervenção do MEC, o DCE criou um abaixo-assinado virtual para que o nome indicado pelo Governo Federal seja removido. Leia a seguir uma nota emitida pelos estudantes:

“A representação discente da Universidade Federal do Vale do São Francisco, através de todos os seus Diretórios e Centros Acadêmicos, Diretório Central dos Estudantes e representantes discentes no Conselho Universitário, vem de forma unânime, através deste documento, informar a toda a comunidade acadêmica a atual situação do processo de escolha do próximo reitor da Univasf.

Mesmo após consulta pública realizada no dia 05/11/2019, através da qual toda a comunidade acadêmica manifestou de maneira soberana, autônoma e democrática a preferência pelo Prof. Télio Nobre Leite como reitor e a Profa. Lúcia Marisy Souza Ribeiro de Oliveira como vice-reitora, com maioria em todos os setores (discentes, docentes e técnicos), e mesmo após a formação da lista tríplice votada no Conselho Universitário no dia 29/11/2019, movimentos inconformes com o proceder democrático iniciaram uma série de ataques com o objetivo de alterar este processo e desafiar de maneira assombrosa a vontade da maioria da comunidade acadêmica.

A esta altura, a lista tríplice legalmente formada pelo Conselho Universitário está tramitando judicialmente, fazendo com que o processo para a formalização da nova gestão esteja “congelado”, mesmo já estando a lista aprovada judicialmente em primeira instância. O mandato do atual reitor, Prof. Julianeli Tolentino de Lima, encerrará no dia 05/04/2020 (domingo). A Medida Provisória Nº 914/2019 dispõe, no seu Art. 7º, que em caso de vacância simultânea dos cargos de reitor e vice-reitor, bem como na impossibilidade de homologação do resultado da votação em razão de supostas irregularidades verificadas no processo de consulta, cabe ao Ministro da Educação designar um reitor pro tempore, isto é, de maneira provisória.

Desta forma, as entidades do movimento estudantil da Univasf, por meio de um Conselho de Entidade de Bases realizado por videoconferência no dia 04/04/2020, manifestam através deste documento seu posicionamento de que o reitor pro tempore seja o primeiro colocado tanto da consulta pública quanto da lista tríplice formada pelo Conselho Universitário, Prof. Télio Nobre Leite, corroborando com a vontade democrática da maioria da comunidade acadêmica. Na impossibilidade deste, sugerimos que o reitor pro tempore seja o próprio reitor em exercício, Prof. Julianeli Tolentino de Lima, que manifestou formalmente seu interesse em assumir o cargo de maneira temporária até o tramitê em julgado da lista tríplice. Dessa maneira, evita-se que interesses duvidosos ou contrários ao projeto de gestão escolhido por maioria se apodere do cargo através de manobras.

A representação discente deixa expressamente claro que não aceitará interventores com propósitos obscuros, principalmente os representantes de grupos cuja inegável e inflexível derrota, refletida na rejeição amplamente expressa pelos votos da comunidade acadêmica, lhes parece ser inaceitável, e por isto se valem de quaisquer mecanismos para impor sua vontade de maneira desrespeitosa com a democracia”.

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