Declarado foragido pela Operação Turbulência, empresário é encontrado morto em motel

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Morte é a primeira que acontece em meio à Operação Lava-Jato e seus desdobramentos/Foto:arquivo

O empresário Paulo César de Barros Morato, que estava sendo investigado pela Operação Turbulência, e foi declarado como foragido pela Polícia Federal nesta última terça (21) foi encontrado morto nesta quarta-feira (22), à noite, num motel localizado na Avenida Perimetral, em Olinda. A delegada Gleide Ângelo e o delegado Jorge Ferreira estão no local e confirmaram a morte, mas ainda não revelaram se foi suicídio, homicídio ou morte natural. Os motivos ainda são desconhecidos, mas esta é a primeira morte que ocorre em meio a desdobramentos da Lava-Jato. Gleide Ângelo já antecipou que não daria entrevistas.

A Polícia Federal chegou a cogitar a possibilidade de incluir o nome do empresário Paulo César na lista dos procurados da Interpol. Segundo a PF, ele é suspeito de integrar uma organização criminosa que teria desviado R$ 600 milhões, envolvendo pelo menos 18 empresas que seriam de fachada e tinha beneficiários políticos de Pernambuco e do Nordeste.

Paulo Morato é supostamente  dono da empresa “Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplenagem LTDA”. Ele é apontado pelo Ministério Público como um dos que  aportou recursos na aquisição da aeronava Cesna, que transportava o ex-governador Eduardo Campos em 2014, falecido em 13 de agosto daquele ano, num acidente aéreo.

O grupo foi descoberto pela PF a partir das investigações que apuravam quem seria o dono do jato que transportava Eduardo Campos naquele ano. Segundo o assessor de imprensa da Polícia Federal, Giovani Santoro, existe um agente federal acompanhando as investigações para observar se a morte tem algo relacionado à Operação Turbulência. Por enquanto, de acordo com ele, o caso será tocado pela Polícia Civil. Deacordo com informações preliminares de seus advogados, o empresário já tinha tentado suicídio.

Segundo informações do Ministério Público Federal, Paulo César tinha em conta R$ 24,5 milhões, mas era considerado como testa de ferro porque as condições de vida dele não condizem com o dinheiro encontrado. “Chama atenção o montante movimentado pelo investigado Paulo Morato e por suas empresas, o qual é evidentemente incompatível com seu padrão de vida. Isso evidencia sua condição de testa de ferro”.

Entre os cinco investigados que lideravam o grupo criminoso, ele era o que mais tinha dinheiro em conta. A PF informou, por meio de nota, que Paulo César se encontrava foragido desde  21 de junho em razão da deflagração da Operação Turbulência. “Apesar de estarmos acompanhado o caso, ele ficará afeto à Polícia Civil, e, se porventura, durante o percurso das investigações.

O Diario apurou que ele deu entrada no motel por volta do meio dia de ontem (21), chegou num carro e não pediu nada desde então. Nesta quarta-feira à noite,  os funcionários suspeitaram sobre a falta de pedidos e decidiram arrombar a porta do quarto. Encontram Paulo César na cama morto, sem sinais de violência. A empresa de fachada dele recebeu da OAS R$ 18,8 milhões. O esquema do qual ele fazia parte, como testa de ferro, desvio R$ 600 milhões.

Com informações de Osnaldo Moraes

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