Delúbio é suspeito de participação em empréstimo fraudulento

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O ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, levado pela Polícia Federal para prestar depoimento, é suspeito de envolvimento em um empréstimo – investigado pela Operação Lava Jato – feito no Banco Schahin pelo pecuarista José Carlos Bumlai. O procurador do Ministério Público Federal Diogo Castro disse que a participação de Delúbio foi citada por três pessoas.

“Delúbio Soares foi citado por José Carlos Bumlai, Salin Schain [do Banco Schahin] e Sandro Tordin [então presidente do banco] como a pessoa que representou os interesses do Partido dos Trabalhadores no Banco Schahin para a obtenção desse empréstimo fraudulento”, disse o procurador. Segundo Castro, em cada uma das versões, Delúbio aparece com uma participação diferente, mas como alguém que estaria ciente do que estava sendo tratado.

“Salin Schahin fala que Bumlai foi acompanhado de Delúbio Soares. O ex-tesoureiro explicou que aquele era um empréstimo que tinha apoio do partido. Disse, inclusive, que Salim recebeu uma sinalização da Casa Civil neste sentido [quando tinha à frente José Dirceu]”, disse Castro.

“Esta versão é corroborada em parte por Bumlai. Na versão dele, Delúbio não teria participado diretamente da reunião, mas estaria ciente dos fatos, representando os interesses do PT. A versão de que ele participou dessa operacionalização é também dada pelo Sandro Tordim, então presidente do Banco Schahin.”

Segundo o procurador Diogo Castro, a ação de hoje (1º) com relação a Delúbio tem o objetivo de esclarecer o envolvimento do ex-tesoureiro do PT no caso. “São três pontos independentes, que indicam que ele participou da obtenção do empréstimo no banco Schahin”.

Na entrevista coletiva, o procurador disse que o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira teria sido a pessoa que procurou Marcos Valério para tratar de repasses.

“As investigações apontam que Sílvio Pereira foi um dos responsáveis por toda a distribuição de cargos do início do governo federal em 2003. Nesse esquema especifico, Marcos Valério fala que Sílvio Pereira foi a pessoa que o procurou a fim de intermediar esses valores, possibilitar a transferência desses repasses. Então, Sílvio Pereira seria uma das pessoas responsáveis por arquitetar esse esquema de lavagem de capitais”.

Diogo Castro disse que o ex-secretário-geral do PT tem envolvimento em fatos recentes ligados à Lava Jato. “Outras evidências da Operação Lava Jato mostraram o envolvimento dele com outros fato mais recentes. Fernando Moura afirmou que ele, em tese, receberia recursos da empreiteira OAS, para que não falasse o que sabia do mensalão. Isso está na nossa representação e realmente foram identificados pagamento da OAS em favor da empresa de Sílvio Pereira, pagamento em torno de R$ 500 mil, cujos serviços de contrapartida não foram identificados”.

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