Detentas relatam abusos sofridos na Cadeia Pública de Petrolina

Detentas relatam série de abusos sofridos (Foto: Google Street/Reprodução)

Agressões físicas e psicológicas. Comida vencida e retaliação a quem se recusar a comer a refeição estragada. Essa é a rotina das detentas na Cadeia Pública de Petrolina. Em carta encaminhada ao Blog Waldiney Passos elas relataram uma série de abusos praticados pelos agentes, com aval da direção.

“A gestora da unidade já vem de uma longa data obrigando todas a comer comida estragada, como se fossemos porcos. A última foi fazer uma sopa com os restos de uma feijoada, que inclusive já estava estragada. Todas nos recusamos a comer, porque ali era lavagem para porcos“, afirma a carta.

Agressões

Uma detenta que se recusou a comer foi levada à sala da gestora e teria sido agredida com tapas no rosco, por dois agentes da unidade. A situação se agrava por conta da pandemia do novo coronavírus. Elas estão sem poder receber visitas e fazem um apelo para que algo mude.

“Gritamos por socorro a quem poder nos ouvir, delegados, promotores, juízes, desembargadores, Direitos Humanos. Estamos a mercê de monstros. Clamamos por socorro, já não suportamos mais sermos maltratadas e agredidas por alguns agentes, já não aguentamos mais passar fome já não aguentamos mais tanta desumanidade. Erramos e estamos aqui para pagar por nossos erros. Mas temos consciência que somos obrigação do Estado, mais que Estado é esse?”, desabafa.

Coronavírus

Ainda segundo as detentas, foram realizados testes da covid-19 há algumas semanas. Porém, já há presas com sintomas gripais e nenhuma equipe de saúde retornou a Cadeia para analisá-las.

O que diz a Seres

Procurada pelo Blog, a Secretaria Executiva de Ressocialização de Pernambuco (Seres) informou que “tomou conhecimento da carta nesta quarta (08.07) e iniciou a apuração da procedência do documento, bem como das denúncias nele contidas, a fim de tomar providências cabíveis. A Seres informa ainda que a cadeia feminina de Petrolina não registrou caso positivo para a Covid-19”.

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