Empresário é acusado de agredir idoso que roubou carne em frigorífico de Juazeiro

Empresário agride idoso que roubou carne em frigorífico. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Na última semana, um empresário de Juazeiro (BA), identificado com Erasmo Neto, apareceu em um vídeo, que foi postado nas redes sociais, agredindo um idoso que tentava roubar carne em um de seus frigoríficos. Segundo Erasmo, essa era a terceira vez que o idoso cometia o furto, que é conhecido como furto famélico.

O vídeo repercutiu negativamente e motivou uma nota no empresário. No texto, ele afirma que se comportou “como um selvagem” e que estava arrependido da ação. “Venho pedir desculpas pela forma destemperada que reagi ao me deparar com uma pessoa furtando dentro do meu estabelecimento comercial”.

Erasmo não registrou queixa contra o idoso pelo furto e o idoso também não registrou boletim pela agressão. Segundo o empresário, o fato de não ter prestado queixa foi “para não destruir a vida de uma pessoa já com uma certa idade“.

Furto Famélico

Furto famélico é o delito motivado pela necessidade de sobrevivência, na maioria das vezes por causa da fome. Além de comida, o roubo de produtos de higiene, medicamentos ou itens básicos também são enquadrados como “famélicos“.

O Direito Penal compreende, pelo chamado Princípio da Insignificância, que furtos famélicos não são suficientemente graves para a sociedade, a ponto de punir quem o comete. Assim, o roubo pela fome deixa de ser passível de punição e se torna um problema social.

Nota do empresário Erasmo Neto, na íntegra

Venho pedir desculpas pela forma destemperada que reagi ao me deparar com uma pessoa furtando dentro do meu estabelecimento comercial. É dali que alimento meus filhos e consigo empregar mais de 100 (cem) funcionários para que estes também possam alimentar os seus filhos.

Ao perceber que estava sendo furtado pela mesma pessoa que já havia sido flagrada outras duas vezes furtando em outra filial da minha empresa, me comportei como um selvagem, tentando proteger o meu “ganha-pão”.

Na primeira vez que ocorreu, na loja da Areia Branca, em Petrolina, me comovi com a situação alegada por ele e, após adverti-lo que da próxima vez chamaria a polícia, acabei liberando para que ele levasse a mercadoria que estava na sacola.

Na segunda vez que o flagrei, retirei a mercadoria da sacola solicitei que chamassem a polícia. Porém, ao ser interpelado por alguns clientes e demais passantes que presenciaram a cena, acabei desistindo de prestar queixa para não destruir a vida de uma pessoa já com uma certa idade“.

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