“Fui vítima da maior mentira jurídica contada em 500 anos de história”, diz Lula

O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (10), na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP). Lula se manifesta pela primeira vez à imprensa desde a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin.

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Lula, que tirou a máscara para falar com a imprensa, lembrou da sua prisão. Novamente ele alegou inocência e disse que o cenário político do momento resultou na sua prisão. Na sequência, afirmou que tem toda razão de estar indignado pela sua condenação, mesmo alegando ser inocente.

“Eu sei que fui vítima da maior mentira jurídica contada em 500 anos de história. Eu sei que a minha mulher, a Marisa morreu por conta da pressão. Eu fui proibido até de visitar meu irmão [que morreu quando Lula estava preso]. Se tem um brasileiro tem o direito de ter muitas e profundas mágoas, sou eu. Mas não tenho, sinceramente eu não tenho”, afirmou.

Fachin fez justiça tardia, segundo ex-presidente

Mais a frente o petista agradeceu a Fachin por finalmente ter cumprido a lei. “Sou agradecido ao ministro Fachin porque ele cumpriu uma coisa que a gente reivindicava desde 2016. A decisão que ele tomou, tardiamente, cinco anos depois, foi colocada por nós desde 2016“, pontuou. Lula citou nominalmente Sergio Moro e classificou o grupo de procuradores da Operação Lava-Jato de “quadrilha”.

Desemprego e pandemia

Lula afirmou que seu sofrimento não é nada comparável ao do brasileiro, especialmente da classe mais baixa. “É maior do que cada dor que eu sentia quando estava preso, porque não tem dor maior do que levantar de manhã e não ter a certeza de um café com um pão para tomar”, disse.

O ex-presidente afirmou que o Brasil sofre com o desemprego e ainda segue desorganizado na pandemia. Lula citou o descredenciamento dos médicos no início da pandemia. “Se não fosse o SUS, a gente teria perdido muito mais gente do que a gente perdeu, apesar do Governo [Federal] tirar tanto dinheiro do SUS”, salientou.

Governo Federal falhou na pandemia

Sobre a vacinação, Lula avaliou que, Jair Bolsonaro (sem partido) priorizou a mentira e menosprezou a vacina. “Não é uma questão se tem dinheiro ou não tem dinheiro. É uma questão se eu amo a vida, ou amo a morte. É a questão de saber qual o papel de um presidente da república. Ele não é eleito para falar bobagem, de fake news e falar sobre compra de armas. Quem precisa de armas são as Forças Armadas é a nossa polícia”, enfatizou.

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