Jovem vítima de estupro em Juazeiro expõe caso nas redes sociais e cobra resposta da polícia

Vítima conseguiu fugir do suspeito (Foto: Reprodução)

A vida da jovem Vitória Barbosa, de 20 anos, virou de ponta a cabeça na última sexta-feira (4). Ela não imaginava que ao reencontrar um colega dos tempos de colégio, seria mais uma das muitas vítimas de violência sexual no país. O relato de Vitória foi destaque nas redes sociais nessa semana. A exposição nas mídias foi a ferramenta encontrada por ela para que o suspeito seja localizado e pague pelo crime.

Vitória permitiu utilizar seu nome na matéria. Entretanto, o Blog Waldiney Passos não conseguiu localizar o suspeito citado pela vítima e por esse motivo seu nome não será mencionado na matéria. Durante a conversa com o Blog, Vitória relembrou as horas traumáticas daquele dia 4 de dezembro.

Ela estava em Petrolina quando o suspeito fez contato. Ele fez um convite a jovem para que fosse conhecer sua filha recém-nascida em Juazeiro (BA). Mas no meio do percurso, Vitória percebeu que tudo foi premeditado. “Estudamos juntos a adolescência inteira. Ele me contou uma história, chamou eu e uma amiga para irmos visitar a filha dele recém nascida, só que ao invés dele passar para buscar essa amiga, ele desviou o percurso. E foi aí que tudo aconteceu”, conta a vítima.

Pesadelo em Juazeiro

Vitória e o suspeito estavam se deslocando de Petrolina a Juazeiro, quando ela percebeu algo estranho no trajeto. “Estávamos indo de Petrolina para a [Avenida] Adolfo Viana. Só que invés dele descer a decida da ponte ele seguiu direto pela rodovia do Assaí Atacadista. Pensei que ele faria a volta lá na frente, mas ele continuou seguindo. Eu pedia o endereço e ele não dava, depois que ele anunciou o sequestro ele disse que não tinha bebê nenhuma. Já estava planejado”, relata.

Após passarem pelo Juá Garden Shopping, o suspeito parou a moto, vendou a vítima e colocou uma mordaça na boca de Vitória. Em seguida, arrancou a roupa da jovem, tocou os seios sem o consentimento dela e fez ameaças. Ao perceber que estava sendo levada a outro destino, a jovem conseguiu saltar da moto e foi socorrida por pessoas que passavam pelo local.

É importante esclarecer que mesmo sem conjunção carnal, a ação praticada contra a vítima se configura como estupro. Isso porque o artigo 213 do Código Penal caracteriza o crime como prática de “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”

Atendimento na Polícia Civil

(Foto: Reprodução/Google Maps)

A vítima foi levada até a Delegacia de Polícia Civil da Bahia, onde registrou o Boletim de Ocorrência. Por conta dos ferimentos sofridos na queda da moto, Vitória buscou ajuda na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM) na terça-feira (8) e voltou frustrada pelo atendimento.

“Fui na delegacia da mulher, mas foi sem sucesso. Estou inclusive bastante chateada porque a delegada Rosineide disse que tinha outras prioridades. É por isso que muitas mulheres se calam, porque a justiça não dá apoio”, desabafa a jovem.

Resposta da PC-BA

Após ouvir o relato de Vitória, o Blog entrou em contato com a PC-BA, que respondeu em nota que “não cabia prisão em flagrante do suspeito”. Mas que seguirá atuando no caso. Confira a seguir a resposta:

“O caso foi registrado no plantão da 17ª Coorpin, na sexta-feira (4), onde foram expedidas as guias para o exame pericial, em seguida o procedimento foi encaminhado para Deam de Juazeiro. A titular da especializada ouviu a vítima, na terça-feira (8), quando não cabia prisão em flagrante do suspeito. As apurações seguem e alguns depoimentos de testemunhas já foram coletados. Mais informações não podem ser divulgadas para não interferir no andamento da investigação”.

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