Mestre de capoeira é morto a golpes de faca após discussão política na Bahia

Paulo Sérgio chega ao DHPP para apresentação (Foto: Marina Silva/CORREIO)

O mestre de capoeira e artista, Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, de 63 anos, foi morto com 12 facadas na madrugada desta segunda-feira (8), na Avenida Vasco da Gama, região do Dique do Tororó, em Salvador (BA). De acordo com a Polícia Militar, o crime ocorreu depois de uma discussão política sobre o resultado das eleições.

Germinio do Amor Divino Pereira, 51, Primo de Moa, também foi atingido com um golpe de faca no braço direito durante a confusão e foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde permanece internado. Não há detalhes do estado de saúde dele.

Segundo o irmão da vítima, Reginaldo Rosário, de 68 anos, Moa estava bebendo com ele e Germinio, no Bar do João, quando o autor da facada começou a defender ideias de Jair Bolsonaro, candidato à Presidência da República pelo PSL e ouviu críticas do capoeirista.

“Moa ponderou que era negro e que o cara ainda era muito jovem e não sabia nada da história. Moa disse ainda que ele tinha consciência do quanto o negro lutou para chegar onde chegou e o quanto Bolsonaro poderia tirar essas conquistas se chegasse ao poder”, disse Reginaldo.

Ainda de acordo com o irmão da vítima, após a discussão acalorada pediram que Moa ficasse calmo, no entanto, após a situação ter sido contornada, o autor da facada teria ido em casa, retornou com uma peixeira e atacou a vítima nas costas. “Foi tudo muito rápido”, disse.

Segundo informações da PM, uma guarnição da 26ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) foi acionada e, ao chegar no local, foi informada do crime. Testemunhas disseram aos policiais que o autor do crime teria fugido para um beco, e então os PMs iniciaram a procura pelo homem.

Na busca, os policiais avistaram um rastro de sangue que levava até uma casa. Ao entrarem no imóvel, eles encontraram o suspeito escondido no banheiro e o prenderam. Conforme relatou a PM, o homem já estava com uma mochila, no intuito de fugir.

O autor do crime também foi levado para o HGE para ser medicado, pois estava com um corte no dedo, e depois apresentado no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

De acordo com a delegada Milena Calmon, responsável pelo caso, no momento da discussão, o agressor identificado como Paulo Sérgio, apoiava as ideias do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, e as vítimas se mostraram contrárias. Paulo Sérgio nega que estivesse tratando de questões políticas.

Ainda segundo a delegada, Paulo Sérgio tem duas ocorrências na polícia. A primeira em 2009, quando se envolveu em uma briga com quatro homens. A segunda, em 2014, quando ameaçou um adolescente que pedia esmola.

Paulo Sérgio será ouvido novamente. Testemunhas devem prestar depoimento, entre elas, o dono do bar que deve chegar à sede do DHPP à tarde. “Paulo vai ser ouvido e irá para audiência de custódia. O juiz decidirá a pena”, finalizou a delegada.

O corpo de Moa do Katendê foi encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) e ainda não há detalhes sobre o sepultamento dele.

Com informações do G1 BA/Correio

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