Morre o poeta Ferreira Gullar, aos 86 anos

O poeta tinha sido internado neste sábado (Foto: internet)

O poeta tinha sido internado neste sábado (Foto: internet)

O poeta  e escritor Ferreira Gullar morreu neste domingo (4), aos 86 anos, no hospital Copa D’Or, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo colunista Ancelmo Gois do jornal “O Globo”. A causa da morte ainda nao foi confirmada.
José Ribamar Ferreira nasceu na capital do Maranhão e era um dos onze filhos que teriam seus pais, Newton Ferreira e Alzira Ribeiro Goulart.
Modificou seu nome aos 18 anos, adotando o “Goulart” materno, adaptado a uma grafia portuguesa. Durante a adolescência, descobriu a poesia clássica e em seguida, Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes, entre outros.

Seu primeiro livro, “Um pouco acima do chão” (1949) acabou excluído de sua bibliografia. Em 1950, com o poema “O galo”, ganhou um concurso promovido pelo Jornal de Letras, tendo no júri Manuel Bandeira, Willy Lewin e Odylo Costa Filho.
Ferreira Gullar mudou-se para o Rio de Janeiro em 1951, onde conheceu o crítico de arte Mário Pedrosa e o escritor Oswald de Andrade, e trabalhou como revisor na revista “O Cruzeiro”.
Em 1954, publicou “A luta corporal”, cujo projeto gráfico chamou a atenção de Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari. Gullar trabalhou na revista “Manchete” e no “Diário Carioca”, e depois se engajou no projeto do “Suplemento Dominical” do “Jornal do Brasil”.
Gullar participou da I Exposição Nacional de Arte Concreta no MASP, em 1956. No ano seguinte, quando a mostra foi para o Rio de Janeiro, distanciou-se do grupo concretista de São Paulo. Em 1958, lançou o livro “Poemas”.
Um ano depois, redigiu o “Manifesto Neoconcreto”, publicado no “Suplemento Dominical” e também assinado por Lygia Pape, Franz Waissman, Lygia Clark, Amilcar de Castro e Reynaldo Jardim, entre outros. “O manifesto” abriu o catálogo da I Exposição de Arte Neoconcreta, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Em 1997, lançou “Cidades inventadas” e passou a viver com a poeta Cláudia Ahimsa. “Rabo de Foguete – Os Anos de Exílio” é publicado em 1998. No ano seguinte, lançou “Muitas vozes” e foi agraciado com o Prêmio Jabuti, na categoria poesia. Em 2000, recebeu o Prêmio Multicultural Estadão, de O Estado de São Paulo, pelo conjunto de sua obra.

Deixe um comentário