Exclusivo: Morte de bebê em hotelzinho do Alto do Cocar não é a primeira

(Foto: Reprodução/WhatsApp)

A morte do bebê de apenas cinco meses em um hotelzinho do Alto do Cocar, em Petrolina (PE) na última segunda-feira (27), não é a primeira. Com exclusividade, o Blog Waldiney Passos conversou com a mãe que também perdeu sua filha no mesmo estabelecimento.

Maria Cleide Silva fez uma postagem emocionada no seu Facebook lamentando a morte de sua bebê de dez meses, ocorrida há quatro anos. Na publicação, a mãe afirma estar “sentindo a mesma dor que a mãe da bebê que faleceu” na última segunda-feira (27).

LEIA TAMBÉM

Bêbe de cinco meses morre em hotelzinho no Alto do cocar, em Petrolina

Polícia Civil abre inquérito para investigar morte de bebê em hotelzinho; engasgamento é uma das hipóteses

Em entrevista ao nosso Blog, Maria Cleide contou que em novembro de 2015 colocou a pequena Maria Fernanda no Hotelzinho, onde ocorreu a morte do bebê no início desta semana, por não ter com quem deixar a filha enquanto trabalhava.

Ainda segundo Maria, no dia 7 de dezembro do mesmo ano, a filha dela faleceu na unidade. “Estava trabalhando quando recebi a informação de que Maria Fernanda tinha passado mal no hotelzinho e que eles tinham chamado a SAMU. Chegando lá foi que vi minha filha morta”, disse.

A mãe da criança afirmou, ainda, que só depois que sua família chegou foi que a dona falou que tinha banhado sua filha, dado a comida e tinha colocado para dormir. “Com o passar das horas, ela estranhou que minha filha estava dormindo ainda. Por voltar das 14h ela foi ao quarto e viu que Maria Fernanda não estava bem, aí chamou a SAMU, quando a SAMU chegou fizeram as manobras dos primeiros socorros, mas sem sucesso. Ela já estava sem os sinais vitais”, relatou.

De acordo com Maria Cleide, a filha nasceu saudável, mas aos quatro meses de vida apresentou retardo na coordenação motora. A mãe disse que na época foram feitos exames para saber a causa da lentidão dos movimentos da criança, mas nada foi diagnosticado.

“Quando a deixei aos cuidados do hotelzinho logo informei que ela precisava de cuidados devido os movimentos dela serem lentos. Eu já tinha marcado fisioterapia, o qual foi a única orientação do médico que a acompanhava. Mas, ela faleceu no hotelzinho com parada respiratória, ela nunca teve problemas respiratórios”, ressaltou.

Questionada sobre as circunstâncias da morte da filha, Maria Cleide afirmou que pelo fato da causa da morte de Maria Fernanda ter sido caraterizada como “natural”, ela não processou o estabelecimento. No entanto, a morte de outro bebê no mesmo hotelzinho, além de despertar a dor da perda, também provocou dúvidas sobre o que motivou a morte de sua filha.

“Esse episódio me deixou abalada. Não processei [o hotelzinho] pelo fato de a SAMU ter dado o laudo de morte natural e não ter detectado outra causa que apontasse negligência do estabelecimento. Mas com esse episódio, me fez pensar, será que com minha filha foi negligência? Só Deus que sabe”, conclui.

O Hotelzinho

O Blog Waldiney Passos entrou em contato com os proprietários do hotelzinho, mas não obteve respostas sobre os dois casos. Diante da gravidade do caso, o Blog reitera que o espaço está aberto, caso o estabelecimento queira se pronunciar.

A Polícia

A Polícia Civil de Pernambuco também foi procurada sobre o segundo caso de morte de bebês envolvendo o mesmo hotelzinho. Nossa equipe questionou se o órgão já tinha conhecimento sobre o caso de Maria Fernanda, já que a Polícia abriu um inquérito para apurar o último caso. Até o momento não obtivemos respostas.

Deixe um comentário