Pais de autistas e professores de Atendimento Especial cobram resposta sobre mudança na rede municipal de Petrolina

Educação dos alunos especiais foi debatido hoje na Câmara (Foto: Ascom/PMP)

Em meio ao debate sobre o Requerimento de Paulo Valgueiro (MDB), a Câmara de Vereadores de Petrolina abriu espaço para ouvir os profissionais da rede municipal de ensino. Um grupo de mães e professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) chamou atenção às mudanças no início do atual ano letivo.

Cerca de 200 famílias estão sendo afetadas pois haverá a troca dos atuais AAE por assistentes educacionais contratados, que não seriam pessoas qualificadas a esse trabalho. Luciana Gomes, é mãe de dois autistas atendidos nas escolas municipais e explicou a situação atual.

Luiz Gustavo falou sobre apreensão (Foto: Blog Waldiney Passos)

Pais e mães preocupados

“Até o ano passado a gente tinha os auxiliares, pessoas preparadas para estar com eles na sala de aula para dar o apoio educacional. Esse ano fui surpreendida porque terminou o contrato deles e não teve outro processo seletivo e não terá. O que teve foi um processo seletivo para assistente educacional, alguns não têm nem Ensino Médio Completo”, contou.

Segundo Luciana, esses novos profissionais não são capacitados ao atendimento, o que preocupa as famílias dos autistas. “Na escola a gente quer o cuidado educacional, esse é o papel do auxiliar, de estar lá para desenvolver isso”, continuou.

Alunos apreensivos

Luiz Gustavo é autista e um dos atendidos nas escolas municipais. Ele retomou os estudos nessa semana, com o início do ano letivo e disse temer por sua formação educacional. “Pra mim o que minha auxiliar fez, se tirarem eu não sei o que vou fazer. Eles são voltados para os alunos que têm deficiência como eu, elas já estão acostumadas com a gente“, disse.

Prefeitura responde

Em nota, a Prefeitura de Petrolina informou que os novos professores passarão por uma capacitação. A Secretaria de Educação alega não haver prejuízo pedagógico aos estudantes e que o contrato dos atuais docentes termina apenas em 22 de fevereiro, dando tempo da gestão formar os substitutos.

Confira a seguir a íntegra da nota:

“A Prefeitura esclarece que a rede Municipal tem evoluído nos três últimos anos na política da Educação Especial/Inclusiva, ofertando o processo regular de ensino, um quadro de profissionais capacitados, a exemplo do professor do AEE (Atendimento Educacional Especializado), interprete e instrutor de LIBRAS e professor brailista. A gestão disponibiliza também profissionais de apoio as crianças e adolescentes que tem a necessidade comprovada, conforme determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

Com o encerramento dos contratos temporários dos profissionais, após dois anos de permanência em atividade, que é o limite máximo que a legislação permite, a Secretaria de Educação realizou nova seleção e ressalta que todos os profissionais de apoio contratados receberão formação para atuar. A SEDUCE ressalta que a mudança de profissional não traz nenhum prejuízo pedagógico ao estudante, visto que a função pedagógica é desempenhada pelo professor regular de ensino”.

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