Para responder a pergunta que dar título a essa matéria o Blog Waldiney Passos foi conversar com a Engenheira Agrônoma e Professora da UNINASSAU Petrolina, Cândida Lima. Ela estudou o comportamento das abelhas durante seu Doutorado em Ciências Agrárias, na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Segundo a Doutora Cândida, as abelhas passam por um processo chamado enxaneamento que acontece entre a primavera e o verão. Embora, essas estações não sejam tão definidas no Sertão do Nordeste, por causa do período de flora, que é a fonte de alimento das abelhas, elas fazem um processo de migração e saem de uma região para outra em busca de alimentos e utilizam vários fatores climáticos e ambientais como fonte de guia para direcionamento.

“Como elas saem da mata onde estão com as suas famílias e se deslocam para outras regiões, devido a distância que voam, precisam parar para um descanso e muitas vezes acabam acampando em áreas urbanas para depois seguir viagem”, explica a professora.

Além disso, a Doutora Cândida afirma que as queimadas que estão acontecendo nesta época do ano também estão interferindo no comportamento das abelhas. O calor provocado pelo fogo acaba forçando elas a saírem do seu habitat natural. “Por serem abelhas que tem ferrão, que tem veneno… elas acabam causando susto na população porque a gente não tem uma cultura, não tem uma educação de como agir no encontro de um enxame”, diz Doutora Cândida.

No processo de deslocamento, as abelhas trazem a Abelha Rainha, que é a matriarca, a chefe da família e o processo delas primordial é proteger a Rainha que é quem vai reproduzir, quem vai aumentar de fato esse enxame quando elas estiverem no seu habitat. Então quando elas se sentem ameaçadas, seja pelo cheiro dos humanos ou pelo barulho da cidade, elas acabam utilizando a ferramenta de defesa delas que é a ferroada.

Então o que fazer quando encontrar um enxame de abelha em área de circulação de pessoas? Segundo a professora, a primeira coisa que deve fazer é isolar o local para impedir aproximação de humanos. Em seguida procurar o Corpo de Bombeiros ou órgãos públicos, como a SEMAURB, em Juazeiro, e o Centro de Zoonoses, em Petrolina, ou ainda instituições privadas, como o Grupo Abelha Viva que trabalhem com esses insetos para fazer a captura do enxame em horário adequado.

Quem não tem experiência não deve fazer nenhum procedimento porque pode estar colocando a vida em risco. “Não fazer absolutamente nada a não ser entrar em contato com os órgãos responsáveis. Feche a loja, saia de casa, se for o acaso. Nada de jogar água, nada de jogar pedra, nada de pôr fumaça… porque quando faz qualquer ação dessas, a probabilidade desse enxame ficar mais agitado e usar o sistema de defesa aumenta e a probabilidade de acontecer um acidente, como foi o caso de Petrolina, que chegou uma pessoa a óbito é grande”, alerou a professora.

Em caso da pessoa sofrer um ataque de abelhas, deve procurar imediatamente um hospital.