Salgueiro: mulher trans é vítima de transfobia; coletivo emite nota de apoio à vítima

Um episódio de transfobia foi registrado durante os festejos juninos, na cidade de Salgueiro, Sertão de Pernambuco. A vítima é uma cabelereira da cidade, que teria sido alvo de ofensas ao entrar em um banheiro. O caso foi relatado nas redes sociais, por uma advogada.

Luiza Sobreira relatou através de stories no Instagram, que a vítima é funcionária do salão de beleza de sua mãe. Luiza vem prestando apoio jurídico à Leya Britto desde o ocorrido. “Ela é uma pessoa que se enquadra na categoria de transsexual e infelizmente foi vítima de transfobia nesse final de semana“, narrou.

Ela também republicou dois stories da suspeita, que foi candidata a vereadora em Cedro (PE). Nos vídeos, a mulher contou que encontrou Leya no banheiro e que  ela não tinha “porque aceitar um homem com pinta” utilizando o mesmo espaço.

Polícias teriam sido omissas, relata 

Ainda segundo Luiza, a Polícia Militar de Pernambuco foi acionada para atender a ocorrência. Contudo, os policiais não encaminharam nem vítima, nem suspeita para a Delegacia da Polícia Civil, para confecção do Boletim de Ocorrência.

Mesmo assim, Leya e Luiza foram à delegacia. Contudo, chegando lá, os policiais teriam se negado a registrar o BO, alegando que transfobia não é crime e que o boletim não poderia ser feito sem o endereço da suspeita. Após a repercussão do caso, a advogada informou que hoje (28) estaria reunida com o delegado, para que Leyla fosse ouvida e o BO fosse elaborado.

Coletivo de manifesta

O Coletivo LGBT do Interior de Pernambuco emitiu uma nota de solidariedade à Leya. “Repudiamos todo tipo de hostilização à população LGBTQIA+ em espaços de uso comum como os banheiros disponibilizados ao público. A autodeclaração da identidade de gênero é um direito assegurado pelo estado brasileiro e cabe a todos nós, através da educação, seguir respeitando as diferenças”, diz a nota.

Outro lado

O Blog procurou as duas polícias, mas até o fechamento desta matéria não obteve respostas acerca da atuação das equipes na ocorrência. Vale lembrar que o Supremo Tribunal Federal (STF) permite a criminalização da homofobia e da transfobia como crime de racismo, em decisão datada de 2019.

 

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