Sem patrocínio, judoca juazeirense vende bombom no sinal para participar do Campeonato Brasileiro de Judô

Nos dias 13 e 14 de abril, Allana Moura participa do Campeonato Brasileiro de Judô, representando a Bahia. (Foto: Flash Sport)

Aos 18 anos, Allana Moura está prestes a participar de uma das maiores competições de sua carreira. Nos dias 13 e 14 de abril, ela  vai representar a Bahia no Campeonato Brasileiro de Judô- Região III, que será realizado no Centro Pan-Americano de Judô, em Lauro de Freitas (BA).

A jovem atleta é natural de Juazeiro (BA) e coleciona vários títulos, quatro deles de competições nacionais. Filha de atletas, Allana tem uma rotina intensa de treinos, realizados no Clube Judô Juazeiro. Atualmente, seu tempo está divido entre preparação física e busca por patrocínio.

Em entrevista ao Blog Waldiney Passos, a promissora atleta, relatou as dificuldades para conseguir recursos, e o que tem feito para arrecadar dinheiro em prol de um sonho compartilhado com outras tantas meninas esportistas.

“Muitas vezes por estarmos frustrados em relação aos “nãos” dados pelos nossos responsáveis, a nossa prefeitura, por exemplo, a gente acaba recorrendo a algumas coisas, como vender bombons. Nós meninas sofremos assédio, e isso influencia na nossa carga de treino por que muitas vezes estamos exaustas de estar no sol de meio-dia vendendo bombom no sinal. O trabalho não é humilhante por que é em busca de um sonho, mas a maneira que a gente é tratada, sim”, disse Allana.

No Campeonato Brasileiro de Judô- Região III, estarão disputando os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia. Na tentativa de sensibilizar o poder público, empresários da região ou qualquer pessoa que esteja interessado em ajudar, a judoca faz um apelo:

“O patrocínio infelizmente anda muito escasso, as pessoas não valorizam tanto o esporte quanto deveriam, e estamos abertos a novos projetos, não precisa ser necessariamente uma empresa, mas qualquer cidadão de bem que queira ajudar, contribuir. Para localizar a gente é muito fácil, o nosso clube pode ser encontrado nas redes sociais. ”

“Eu peço encarecidamente que olhem de maneira diferente para o esporte, não só para o judô, mas que olhassem o esporte como meio de salvar vidas também, por que muitas crianças poderiam estar fazendo várias coisas em casa ou na rua, mas preferem estar no tatame escutando conselhos de um mestre para que possamos ser cidadãos e cidadãs de bem”, finaliza.

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