Salgueiro: vídeo mostra confusão no dia em que mulher trans foi alvo de comentários transfóbicos

Um vídeo divulgado nas redes sociais registra uma confusão na noite em que uma mulher trans foi alvo de comentários transfóbicos, em Salgueiro (PE). Nas imagens é possível observar duas mulheres discutindo, uma delas é a suspeita de ter cometido o crime equiparado a racismo na lei brasileira.

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A agressora, que usa uma blusa regata, aparece gritando nas imagens, desfiando quem se incomodou com sua reação a acionar a polícia. “Vá lá chamar [a polícia]”, diz a suspeita. Ela é de Cedro (PE) e teria sido candidata a vereadora no município pernambucano.

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Um episódio de transfobia foi registrado durante os festejos juninos, na cidade de Salgueiro, Sertão de Pernambuco. A vítima é uma cabelereira da cidade, que teria sido alvo de ofensas ao entrar em um banheiro. O caso foi relatado nas redes sociais, por uma advogada.

Luiza Sobreira relatou através de stories no Instagram, que a vítima é funcionária do salão de beleza de sua mãe. Luiza vem prestando apoio jurídico à Leya Britto desde o ocorrido. “Ela é uma pessoa que se enquadra na categoria de transsexual e infelizmente foi vítima de transfobia nesse final de semana“, narrou.

Ela também republicou dois stories da suspeita, que foi candidata a vereadora em Cedro (PE). Nos vídeos, a mulher contou que encontrou Leya no banheiro e que  ela não tinha “porque aceitar um homem com pinta” utilizando o mesmo espaço.

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O Conselho de Promoção da Igualdade Racial de Juazeiro emite nota de apoio à Eduardo Rocha, após episódio de transfobia ocorrido em Petrolina

O Conselho de Promoção da Igualdade Racial de Juazeiro/BA (COMPIR) vem a público prestar apoio, solidariedade e acolhimento a Eduardo Príncipe Rocha, que teve seu direito de acessar o mercado de trabalho cerceado pelo preconceito e discriminação e denunciar a prática lgbtfóbica e transfóbica com que foi tratado por uma empresa privada de Petrolina/PE, que após confirmar a sua contratação voltou atrás depois de saber que se tratava de um homem transexual.

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Eduardo é ativista das causas LGBTQIA+ de Juazeiro/BA e região; foi fundador da Associação Sertão LGBT; trabalhou no acolhimento de pessoas LGBTs na Casa do Bolsa Família de Juazeiro/BA; foi a primeira pessoa transsexual nomeada no Diário Oficial do município utilizando nome social e foi supervisor de políticas LGBTs da Prefeitura Municipal de Juazeiro e foi um dos fundadores do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa LGBTQIA + de Juazeiro/BA.

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LGBTfobia: Após ser contratado, homem trans é demitido de empresa em Petrolina: “Minha cota de pessoas diferentes já está atendida”

Eduardo Príncipe de Lira Rocha é um homem trans e foi contratado para trabalhar em uma empresa em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. O que deveria ser um momento de satisfação profissional terminou em frustração. A alegria de conseguir uma colocação no mercado de trabalho, principalmente  em um momento de crise financeira trazida pela Covid-19, se transformou em um pesadelo. Infelizmente o sofrimento que Eduardo passou chegou bem antes da pandemia e não tem vacina.

Após passar por uma seleção de emprego e ser aprovado por preencher todos os requisitos da vaga ofertada, Eduardo foi demitido um dia antes de começar a trabalhar. Ele iniciaria as atividades na empresa hoje (12).  Ontem (11) o proprietário mandou uma mensagem o dispensando.

Segundo trecho da conversar publicada por Eduardo em seus redes sociais, o dono da empresa disse que: “De minha parte, não segui o roteiro correto das entrevistas e não o identifiquei na primeira hora.[..] Meu objetivo é contratar um monitor, consequentemente do sexo masculino. Minha cota de pessoas diferentes já está atendida e completa com o que demonstro não ter preconceito”, escreveu o proprietário.

Ainda de acordo com as mensagem publicadas por Eduardo no Instagram, o proprietário disse que só percebeu que ele era um homem trans bem depois. “Somem vim saber de sua condição muito depois. Nada contra. Mas a vaga é para o sexo masculino”, pontuou.

Racismo

O criminalista Gilmar Júnior,  advogado de Eduardo Rocha,  destacou que o proprietário será processado nas esferas cível e criminal. “Nós vamos adentrar na seara cível para pedir uma indenização pelo dano moral que ele sofreu e na seara criminal também, porque em 2019 o STF decidiu que a transfobia e a homofobia podem ser inseridas na lei 7.716 de 1989 que constitui o crime de racismo”, afirmou o criminalista.

A pena para o crime de racismo é de dois a cinco anos de detenção.