Justiça determina bloqueios de bens de Sérgio Hacker e Sarí Corte Real

Bloqueio busca garantir indenização empregatícia (Foto: Rede Sociais)

O Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) determinou o bloqueio dos bens do casal Sérgio Hacker e Sarí Corte Real. A decisão – proferida pelo juiz José Augusto – atende a um pedido feito pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

O objetivo do bloqueio é garantir o pagamento da indenização por dano moral, referente ao processo que julga os vínculos empregatícios de Marta Santana Alves e Mirtes Renata. Elas eram empregadas domésticas na residencial do prefeito de Tamandaré (PE) até junho de 2020, quando o garoto Miguel Santana morreu ao cair do nono andar do Píer Maurício de Nassau.

Em entrevista ao Diário de Pernambuco, Mirtes – que é mãe do garoto Miguel – disse que a advogada que lhe representa tentou chegar a um acordo com os ex-patrões. Contudo, como eles não quiseram, o caso chegou à Justiça. “Se não quiseram pagar por bem, que seja assim. Minha advogada tentou resolver por acordo, mas eles se negaram a pagar. Assim, ela precisou recorrer ao Ministério Público do Trabalho“, afirmou.

Com a repercussão do Caso Miguel, foi descoberto que Mirtes, Marta (mãe de Mirtes e avó de Miguel) e outra funcionária da família Hacker estavam lotadas como servidoras da Prefeitura de Tamandaré. Entretanto, as três prestavam serviço única e exclusivamente à família do gestor.

Prefeito de Tamandaré é alvo da Operação Espectro

Investigação contra prefeito começou assim quando Caso Miguel ganhou repercussão (Foto: Reprodução)

A defesa do prefeito de Tamandaré (PE), Sérgio Hacker (PSB), confirmou que ele foi um dos alvos da Operação Espectro, deflagrada pela Polícia Civil na manhã de sexta-feira (16). Cinco Os agentes investigam um suposto esquema de desvio de serviços públicos.

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Hacker é ex-patrão de Mirtes Santana, mãe do garoto Miguel Otávio. Para quem não se lembra, Miguel morreu ao cair do prédio onde Hacker e sua esposa, Sari Corte Real moram, no Recife. Durante as investigações do “Caso Miguel” surgiram denúncias contra ele.

Funcionárias fantasmas

O prefeito de Tamandaré teria empregado Mirtes e a avó de Miguel como funcionárias da Prefeitura, quando na verdade ambas trabalhavam como domésticas na casa de Hacker e Sari. Espectro teve início justamente no mês de junho, quando Miguel morreu. A Polícia Civil cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em Tamandaré e Recife, nenhum nas prefeituras.

A operação segue em segredo de Justiça. A defesa do gestor municipal alegou que ele respeitará o sigilo e não comentará as investigações. “[Sérgio Hacker] sempre se colocou à inteira disposição da autoridade policial; peticionou por diversas vezes nos autos do inquérito policial; habilitou advogados em colaboração, à apuração empreendida; requereu o acesso e extração de cópias, o que foi deferido; produziu provas, como também respondeu prontamente, como agente público, a todas as solicitações que lhe foram feitas”, diz a nota.

MPPE denuncia Sarí Corte Real por abandono de incapaz no Caso Miguel

MPPE entendeu que primeira-dama de Tamandaré teve responsabilidade (Foto: Reprodução)

Sarí Corte Real, primeira-dama de Tamandaré (PE), foi denunciada pelo Ministério Público do Estado (MPPE), nessa terça-feira (14). Ela responderá por abandono de incapaz com resultado de morte, com agravante por “ter sido contra criança em meio à conjuntura de calamidade pública” no Caso Miguel.

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Com a apresentação da denúncia, o caso segue para a Justiça. Sari era patroa da mãe de Miguel, Mirtes Santana e era a responsável pelo garoto de apenas cinco anos no dia em que ele morreu ao cair do nono andar de um prédio na capital Recife.

O MPPE mantém o entendimento do inquérito policial, que anteriormente já havia concluído que Sari abandonou o menor, resultado no óbito. O inquérito chegou ao órgão no dia 3 de julho, um mês após a morte de Miguel. A denúncia foi apresentada pelo promotor de Justiça Criminal Eduardo Tavares, à 1ª Vara de Crimes contra a Criança e Adolescente da Capital. A defesa de Sari não comentou a decisão.

Mãe do garoto Miguel denuncia vaquinha virtual: “Estão se aproveitando da minha situação”

Mirtes teve perfil hackeado pela 2ª vez, dessa vez para vaquinha online (Foto:  Diogo Cavalcante/Diário de Pernambuco)

Mirtes Santana é mãe do garoto Miguel Otávio Santana e descobriu que está sendo vítima de um golpe na internet. Sua conta no Instagram foi hackeada por pessoas que criaram uma vaquinha virtual. A publicação pede ajuda financeira para custear a construção de uma casa para ela.

“Hoje, venho pedir um pouco da ajuda de vocês. Eu trabalhava de diarista, com o sonho de construir minha própria casa. mas ainda não consegui arrecadar o valor, então venho pedir a todos vocês que puderem me ajudar a realizar o meu sonho de ter a minha casa própria“, diz um trecho da falsa mensagem postada.

Alertada por mensagens

(Foto: Reprodução/JC Online)

Mirtes relatou ter acordado hoje com várias mensagens alertando sobre o golpe. “Fizeram uma vaquinha virtual em meu nome, botaram até informações falsas. Estão se aproveitando da minha situação, da minha dor, para poder roubar as pessoas. Isso é um absurdo. Já conversei com meu advogados. Isso é caso de polícia“, afirmou ao Jornal do Commercio.

Mensagem é golpe

Semana passada o mesmo perfil já havia sido hackeado e todas as fotos de Miguel haviam sido apagadas. Sobre a suposta vaquinha, Mirtes ressaltou que essa arrecadação é golpe. “Eu pedi o link e entrei no Instagram. Constatei que, de fato, a campanha existe. Eu pedi para que minha vizinha denunciasse. Eu chega fiquei assustada. Porque isso é uma fraude. É golpe. Vou na delegacia para que a polícia descubra quem está fazendo isso em meu nome“, conclui.

Caso Miguel: mãe de garoto chama ex-patroa de “fria” após encontro na delegacia

Mirtes disse que ex-patroa foi fria e mentiu (Foto: Diogo Cavalcante/DP)

O Caso Miguel ganhou mais um episódio na segunda-feira (29), quando Sarí Côrte Real foi depor na Polícia Civil sobre a morte do garoto de apenas cinco anos. Com autorização do delegado, Sarí e Mirtes Renata, mãe de Miguel, se encontraram na Delegacia de Santo Amaro.

Na saída do prédio Sarí foi hostilizada e seu marido, o prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB) teve o carro cercado por populares. O casal não quis falar com a imprensa. Mirtes conversou com os jornalistas e disse que a ex-patroa foi fria no encontro.

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“Ela disse na minha cara que não apertou o botão. Não foi só eu que vi, todo mundo viu. Ela mentiu na minha cara friamente“, disse a mãe de Miguel. Mirtes passeava com os cachorros do casal quando Miguel – que estava sob a tutela de Sarí – caiu do nono andar de um prédio no Recife.

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Sarí estava responsável pelo menino Miguel que caiu do 9º andar do prédio (Foto: Reprodução)

A primeira-dama de Tamandaré (PE) e ex-patroa de Mirtes Santana, Sarí Côrte Real foi ouvida pela Polícia Civil de Pernambuco na manhã dessa segunda-feira (29). O depoimento aconteceu duas horas antes do início do expediente na Delegacia de Santo Amaro, na tentativa de despistar os jornalistas que acompanham o caso.

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Sarí foi ouvida pelo delegado responsável pelo caso, Ramon Teixeira. Ela chegou acompanhada pelo esposo, Sérgio Hacker (PSB) que empregava Mirtes Santana na Prefeitura de Tamandaré, sem a mãe do garoto Miguel ter ciência. Semana passada foi Mirtes quem prestou depoimento, juntamente com sua mãe.

Mirtes era empregada doméstica na casa do casal. Ela havia deixado o apartamento de Sarí e Sérgio para passear com o cachorro da família. Nesse meio tempo o garoto Miguel, filho de Mirtes, deixou o apartamento e caiu do nono andar do prédio. Miguel chegou a ser atendido no Hospital da Restauração. (Com informações do JC Online).